É interessante como o tempo significa uma coisa para cada pessoa, apoiado no fato de cada uma ter vivido diferentes experiências, ter vindo de realidades diferentes, ter objetivos de vida diferente, e, em razão disso tudo, pensar de maneira diferente. Também interessante é como o tempo passa diferentemente para cada pessoa... O tempo do otimista é diferente do tempo do pessimista, o tempo do rico é diferente do tempo do pobre, o tempo do pró-ativo é diferente do tempo do preguiçoso, o tempo do ancioso é diferente do tempo do sereno e assim por diante... tempo, tempo, tempo, o tempo é um só. E será cada época como um todo não abrange uma maneira geral de pensar o tempo? O tempo já não foi cruel e desastroso para os românticos e hoje ele é considerado tão escasso que sequer há tempo de adjetivá-lo dessa maneira? O tempo continua sendo um só. Termino esse pequeno pensamento com um poema que me veio à mente, sobre essa questão da passagem do tempo...
Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
(...)
Fiz de mim o que não soube.
E o que pude fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi no espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever essa história para provar que sou sublime.
Álvaro de Campos
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