terça-feira, 23 de março de 2010





ARTE-ESPAÇO-TEMPO-ESPAÇO-ARTE-TEMPO-ESPAÇO-ARTE-TEMPO...

Três palavras que se ligam que fazem parte uma da outra, se mesclam. Juntas, tentam nos passar mensagens, imagens, sons, movimentos, cor, luz, sombra; juntas, nos levam a outros mundos, há TEMPOS passados e esquecidos por muitos, resgatados por poucos. Elas nos colocam em AMBIENTES sufocantes, desconcertantes, irritantes, nos pregam peças, faz com que sejamos as peças, peças de um jogo, atores com muitas facetas, cheios de máscaras, mudam e caem nossas máscaras, pensamos, reagimos, lutamos, pensamos, pensamos, pensamos... O TEMPO passa, e passa rápido demais não podemos parar, não podemos PERDER TEMPO pensando demais, temos que agir mais, correr mais, fazer mais coisas ao mesmo TEMPO, e em vários LUGARES no mesmo TEMPO, na mesma hora; precisamos fazer contatos, rever os amigos, passar adiante o que nos foi deixado.


A ARTE: palavra igual não existe com tantos significados, com tantos “não significados”, com tantas verdades e "não verdades". Ela muda através da história. Muito no passado foi deixado de lado, esquecido, escondido; hoje, muito desse passado tem sido recuperado, estudado. A arte muda, os conceitos mudam, são revistos, aceitos, rejeitados, reestudados. Assim ela caminha, buscando novos olhares, novas opiniões, querendo levantar mais e mais questões; querendo nos fazer pensar - e como faz -, querendo que sejamos donos da nossa opinião, que a coloquemos na roda para ser compartilhada, questionada, aceita ou rejeitada, que ela contribua para abrir novos olhares, novas mentes pensantes, críticas, criativas, livres de preconceitos, de estereótipos, mas não um fácil aceitar o que é imposto e sim entender, conhecer, para aí sim querer ou não para si.

E onde se pode encontrar um caminho com tantas oportunidades de levantar questões? Onde podemos debater, colocar a prova, experimentar? Onde podemos fazer com que aconteça com a simplicidade de um gesto, com o “não saber” usar tinta e pincel, ou ainda nem sequer pronunciar as palavras certas, ou escrevê-las?

Resposta: em qualquer lugar onde encontramos a simplicidade e ânsia de querer saber, de querer conhecer, de querer tocar o mundo. Falo da escola? Pode ser que seja dela, mas não só nela. Falo também de educação, não o “decorar” conteúdos por parte de alunos e o “depositar” conhecimento por parte dos chamados mestres. Falo da educação como troca, com o aprender mútuo. “Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende” (João Guimarães Rosa/Grande Sertão: Veredas). Ou seja, aprender com quem se ensina é a melhor forma de ensinar. Além do mais “ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensnar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação.”(Brandão, 2007, p.7).


BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação?. 2007.

3 comentários:

Luciana disse...

E, como pensas que estamos aprendendo e ensinando arte na escola?

Camila Göttems disse...

Concordo que em qualquer lugar e em qualquer tempo encontramos oportunidades de questionar , experimentar, debater... Mas é na escola que deveríamos “aproveitar ao máximo” esse tempo para aprendermos uns com os outros. Acredito Tb que o professor ao ensinar sempre aprende, a escola deveria ser esse espaço de compartilhamento, de troca entre docente e discente.

Vânia Lemos disse...

Acho interessante quando fala de discussão, novas questões, olhares, conceitos. Isso sempre esteve presente na Arte: a dúvida, a busca de certezas, verdades. Para entender as coisas precisamos pensar, discutir repensar o lugar, o tempo. Não faz sentido ser sempre do mesmo jeito, é preciso mudar, questionar, trazer novas idéias, ouvir, pensar. O professor possui muito conhecimento, mas a discussão, a troca com os alunos torna uma aula muito mais instigante.