terça-feira, 23 de março de 2010

Tempo e Espaço nas Artes Visuais

Ao pensar sobre Tempo e Espaço nas Artes Visuais, a primeira relação que faço sobre o Tempo, é de um tempo histórico, um tempo que passou mas que dele permaneceu registros que podem ser estudados, investigados ou simplesmente contemplados, esses registros de tempo e espaço podem ser vistos através de imagens, pinturas, esculturas, vestígios de alguma forma de manifestação artística. Um tempo dividido em períodos, estilos, fases... Penso em tempo e espaço quando faço a leitura de uma imagem, onde além da fruição e percepção tento situar o contexto histórico da obra, do artista e seu estilo, com a composição dos elementos visuais no espaço, o ritmo, o movimento, a simbologia. É nas obras de arte, que muitas vezes podemos ver não somente o tempo e o espaço do artista que a produziu, mas também de toda uma sociedade, uma cultura. O tempo e espaço podem estar presentes nas pinceladas, nos espaços de expressão... Ao modelar uma peça de argila é necessário um determinado Tempo para que ela seque e esteja preparada para os acabamentos e a queima no forno. O tempo nem sempre é linear, quando produzimos algo, muitas vezes tomamos como referência outros tempos. Produzimos no presente, mas resgatamos algo do passado ou “inventamos” o futuro. Nas artes o tempo e o espaço podem ser real, mas também podem ser imaginários, surreais, mas que de certa forma possuem sua materialidade. O Espaço é um lugar que ocupamos. Um lugar para viver, um espaço para desenhar, um lugar para criar e construir. O espaço é percorrido pelos gestos de um artista ao pintar uma tela, ao modelar uma peça de argila, assim como o espaço é percorrido pelos olhos de um expectador, que visualiza uma obra de arte como se caminhasse pelo espaço de se composição. Segundo Ostrower: “ [...] o espaço constitui o único mediador que temos entre nossa experiência subjetiva e a conscientização dessa experiência. Tudo aquilo que nos afeta intimamente em termos de vida precisa assumir uma imagem espacial para poder chegar ao nosso consciente.E do mesmo modo, tudo o que queremos comunicar sobre valores de vida traduzimos em imagens de espaço.” (OSTROWER,1991,pg.30 ).

Referência:
OSTROWER,Fayga.Universos da Arte.Rio de Janeiro:Campus,1991.

Um comentário:

Clarissa Bocklage disse...

outros espaços...
espaço ocupado...
passado, presente e futuro...
atemporalidade...
visão,
construção,
experiência e conscientização!
o conteúdo do universo que nos afeta, FEITO, para chegar aos consciente.
Adorei!