Diz que não critica a disciplina, mas cria um contexto argumentativo, em que suas características são apresentadas, desfavorável a ela. Perto do final do texto na parte em que a tese do autor é apresentada ele diz que a escola faz uso da disciplina para a manutenção do seu modelo panótipo (forma de vigilância e controle social). Até ai tudo confere ninguém nega a necessidade de uma certa disciplina, o uso que a escola faz dela e a sociedade de cristal (como sugere o autor). Porém, o autor tenta introduzir a seguinte tese: a escola não possui mais como função ser uma máquina panótipa, pois o mundo em geral está se encarregando disso. Contudo não sei até que ponto a tese é bem fundamentada para o objetivo o qual ela pretendia alcançar. Ora, em que a “visibilidade” das pessoas ajuda na formação da disciplina no indivíduo? Em termos da educação disciplinar a visibilidade posterior (a que se refere a máquina panótipa) não contribui em nada devido não interferir diretamente e anteriormente no indivíduo. Seria como se ele, ao realizar algo de errado, fosse repreendido sem nem tomar conhecimento de que não poderia ter feito tal coisa nem por que. Acredito que a formação disciplinar existente na escola ainda não possua uma substituta à sua altura, pois na escola, na relação direta existente nela que se aprende o que é disciplina e a sua aplicabilidade. Se fosse delegada essa função para um mecanismo de vigilância amplo demais, indireto demais, posterior demais creio que as pessoas cresceriam com uma noção distorcida e fraca de disciplina.
OBS: foi “covardia” lançar mão do conceito e da função da disciplina em Kant, concordo que o filósofo é demasiadamente rígido quanto ao assunto para nossa época. Sugiro que ao ler o texto pensem a disciplina como o mínimo necessário para a manutenção de uma mínima ordem necessária no convívio em sociedade.
Um comentário:
oi, tudo bem?? Estou exatamente procurando este texto, pode me informar onde eu teria acesso??? obg.
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