terça-feira, 25 de março de 2008


Para as Ciências Sociais, tempo e espaço são relativos e dependem dos diferentes grupos culturais que fazem uso deles. Para podermos entender melhor essa questão basta pensarmos que o modo como medimos o tempo hoje em dia não foi sempre assim. Segundo o sociólogo alemão Norbert Elias, foi a mudança na medição do tempo que marcou a passagem da Idade Média para a Idade Moderna. A invenção do relógio acabou por modificar o ritmo e os costumes da população que antes se orientava pelo sol e pelas fases da lua. Considerando, portanto, que o tempo é uma construção humana, percebemos que ele é diferente para os mais diferentes grupos culturais que o utilizam das mais diversas maneiras. Por exemplo, para praticantes hinduístas e budistas, permanecer várias horas por dia estáticos e em posição de lótus, é uma forma de se permanecer lúcido, transcender as ilusões do mundo, e assim aproveitar melhor o tempo. Já para trabalhadores ocidentais, ficar parado sem estar exercendo sua profissão por várias horas do dia, é equivalente a vagabundagem, estar perdendo tempo e, conseqüentemente, dinheiro.
Da mesma forma que o tempo, o espaço por ser criado por seres humanos, é uma construção simbólica. Podemos perceber isso, na forma que utilizamos os espaços e nas formas como são atribuídos valores aos espaços. Por exemplo, uma igreja, uma sinagoga, ou uma mesquita, são espaços sagrados nos quais são permitidos determinadas práticas e outras não. Mas para determinadas pessoas, um túmulo, ou a casa de um “rock star”, pode ser considerado um espaço sagrado e de adoração também. Seguindo a mesma linha de raciocínio, a sala de aula, a universidade, os prédios do governo, os prédios dos bancos, as nossas casas, são espaços nos quais são permitidas determinadas atitudes, mas outras não, embora tudo não passe de meras construções de concreto, tijolo, vidro e madeira. São construções simbólicas porque colocamos nossos próprios valores quando olhamos para esses espaços.

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