terça-feira, 18 de março de 2008

Tempo e espaço em Filosofia

Segundo Aristóteles, existe uma coisa chamada posição. Ele infere isto a partir do fato de que diferentes objetos podem ocupar o mesmo espaço em tempos diferentes.
Deve-se,assim, distinguir espaço daquilo que há nele. Para se determinar a localização de um objeto, começamos a especificar a região em que ele se encontra e ir reduzindo até chegar ao lugar do próprio objeto. Desse modo, Aristóteles define o lugar de um corpo como sendo o limite do mesmo. Podemos dizer, portanto, que o filósofo grego parece fazer mais uma análise linguística do que proporcionar uma teoria do espaço no sentido em que poderiam fazer os físicos, por exemplo.
A discussão que Aristóteles faz do tempo é semelhante à sua análise de lugar. Os acontecimentos estão dentro de uma sequencia de tempos, assim como os objetos estão dentro de uma sequencia de lugares. Assim como um objeto tem um lugar adequado, um evento tem um tempo adequado.
Para Santo Agostinho, o tempo é um presente tríplice. O presente propriamente dito é a única coisa que realmente existe. O passado existe como memória presente, e o futuro como experiência presente. A essência de sua teoria consiste em enfatizar o caráter subjetivo do tempo, como parte integrante da experiência mental do homem, que é um ser criado.A mesma interpretação subjetiva do tempo se encontra em Kant, que o considera uma forma de entendimento.
Segundo Kant, o espaço e o tempo são duas formas da sensibilidade. Ele define a sensibilidade como uma faculdade de intuição, através da qual os objetos são apreendidos pelo sujeito cognoscente.É preciso distinguir na sensibilidade dois elementos constitutivos: um material e receptivo; outro formal e ativo. A matéria do conhecimento são as impressões que o sujeito recebe dos objetos exteriores, enquanto a forma exprime a ordem na qual essas impressões são colocadas.
Kant tenta demonstrar que espaço e tempo são formas a priori, independentes da experiência sensível. Não é porque o sujeito cognoscente percebe as coisas como exteriores a si que ele forma a noção de espaço. É porque o espaço é uma estrutura inerente à sua sensibilidade que o sujeito cognoscente pode perceber os objetos como relacionados espacialmente.
Em relação ao tempo, a simultaneidade das coisas e sua sucessão não poderiam ser percebidas se a representação do tempo não fosse o fundamento dos sujeitos cognoscentes. Espaço e tempo são, portanto, duas condições sem as quais é impossível conhecer; são duas formas do entendimento humano.
Vimos acima três das muitas teorias filosóficas referentes a tempo e espaço.

Um comentário:

fernanda disse...

Querida Gicele,
o que seria um sujeito não-cognoscente?
seria o não-civilizado?

abç
fernanda