O docente tem então como desafio, romper esse muro que limita a intelectualização de muitos discentes: aprender, estudar para, exclusivamente, ingressar em um curso superior. A aula de artes deve então, seguir um rumo distinto das outras disciplinas. Os alunos são obrigados a estudar matemática, língua portuguesa, ciências, de forma já pré-estabelecida, a meta de ensino deve ser seguida por todos. Entretanto, as artes (não somente as visuais, como o teatro, a música) têm um diferencial: o professor pode ser mais flexível, mais sensível e compreensivo com as necessidade, dificuldades e, principalmente, as curiosidades de seus alunos. A aula deve ser um espaço para experimentação, onde o professor instiga o aluno a se expressar, sem censuras, sem medo. A aula de artes deve ser atrativa das outras. A organização da sala de aula pode ser um começo. Ao invés dos alunos se organizarem, se sentarem, como nas outras disciplinas -carteiras enfileiradas - e com a formação natural do grupo que fica na frente e o grupo que fica no fundo- o professor de artes pode propor um círculo ou, o que pode ser ainda mais interessante (mas também depende do espaço), os alunos podem sentar no chão.
Como já mencionei, os alunos estão cada vez mais cedo se voltando para o vestibular. O docente em artes deve então fazer de sua disciplina, também, um ambiente para a intelectualização. Esse pode apresentar aos alunos os movimentos artísticos e provar que eles tudo têm a ver com os acontecimentos históricos. Seria ainda mais recomendado se esse trabalho fosse desenvolvido com o professor de história.
O que também penso ser dever do professor de artes, é aproximar a Arte do mundo, do universo dos alunos. O professor tem como função romper a barreira de que a arte é incompreensível, abstrata, elitista. Esse é um trabalho de médio e longo prazo e pode ser trabalhado com visitas frequentes a museus, galerias, monumentos históricos e, principalmente, o professor pode utilizar a street art como um aliado para romper esse conceito pré- estabelecido.
A arte pode também se aproximar dos alunos sendo ela a continuação (ou desenvolvimento) do que que eles já conhecem, já manuseiam, já trabalham. A fotografia digital é um excelente exemplo. O discente pode utilizar suas digitais, seus celulares para desenvolver fotografias artísticas. Enfim, o professor pode mostrar as inúmeras formas de como a fotografia pode ser trabalhada. Trabalhando com pinhole (câmera fotográfica de lata), a compreensão do processo pode ser acompanhada por um professor de física.
Enfim, penso que a aula de artes tem uma infinidade de formas de ser trabalhada. Deve ser encarada pelo professor como um ambiente onde os alunos seguem seus instintos, suas particularidades. Isso faz dessa disciplina a mais fascinante, a mais instigante. As regras devem ser flexíves para justamente haver possibilidade de transgressão e, sem dúvida, para queos alunos descubram uma nova forma de se expressar.
2 comentários:
Muito legal Luiza! Eu acho que até mesmo no vestibular as artes tem o seu lugar. O diferencial do aluno que passa é ter conhecimentos a mais, além das respostas objetivas da prova. Já que as artes são flexíveis a interdisciplinaridade, seria legal os alunos de ensino médio terem essa consciência. Por que, afinal de contas, a literatura e história são cobradas no vestibular e não existe como desligá-las da arte.
Obrigado por Blog intiresny
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