A obrigatoriedade do ensino de filosofia no Ensino Médio, questão atualíssima para nós, indica uma mudança, não só do modo como vemos essa disciplina, mas também do tipo de cidadão que julgamos ser o mais adequado para a vida social, a saber, aquele que é capaz de lidar com problemas com os quais a reflexiva mente humana naturalmente se depara.
De questões existenciais à análise da possibilidade e força do conhecimento humano, passando por debates sobre política, o estudo da filosofia ocupou diferentes espaços ao longo da história; Platão e Aristóteles, por exemplo, tinham em suas Escolas o espaço no qual a filosofia recebia sua expressão máxima, fosse pelo empenho nas investigações, fosse pela possibilidade de livre discussão. Depois de um grande período em que a atividade filosófica ficou bastante dispersa, o surgimento das Universidades na Idade Média restabelece essa atividade como dotada de um espaço, voltando a ser localizada, visível. Com o Iluminismo, perde-se em grande parte a noção de que a filosofia é algo que se desenvolve apenas nas intituições especializadas: uma mudança cultural que passa a encher os salões franceses, por exemplo. Fruto dessa noção expandida de filosofia, como algo que se realiza (entre outros lugares) na Universidade, nasce o modo contemporâneo de se pensar a filosofia e, com ele, o reconhecimento de um espaço diferente para ela: a filosofia está em todos os lugares e, dada sua importância para a formação de cidadãos críticos, ela deve ser inserida dentro das escolas , instituições pelas quais passam todos os membros da sociedade. Este último caso rdiz respeito a nós, brasileiros, que recentemente passamos por um período em que a filosofia perdeu seu espaço (ou foi perdida) por questões ideológicas; visto que esse período passou, nada mais natural do que pensar livremente o tipo de sociedade que queremos e, se for o caso, ver na filosofia um instrumento para obtenção desse fim.
Um comentário:
Lu, que foto linda!
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