segunda-feira, 31 de março de 2008

ANDREW HIERONYMI



Os recentes trabalhos de Andrew Hieronymi focam numa linha entre jogos e arte em ambientes físicos. Colaborando com arquitetos, escritores e artistas, ele tem trabalhado com as várias mídias como vídeo, design, CD-ROM, web design em instalações de arte, e ainda desenvolvimento de jogos eletrônicos. Hieronymi tem internacionalmente exibido suas obras em mostras de arte e em festivais de mídia. Ele recebeu um MFA (Master of Fine Arts) do Media Arts Department, da Universidade da Califórnia (EUA), e o Diploma of Fine Arts da Ecole Superieure des Beaux-Arts, de Geneva (Suíça). Hieronymi é atualmente professor de desing interativo e desenvolvimento de jogos no Savannah College of Art and Desing, na cidade de Savana, estado da Geórgia (EUA).
Para a exposição FILE de Porto Alegre, a obra do autor é “MOVE”. Esta é uma instalação que usa visão computadorizada e interação do corpo. Os participantes experimentam seis tipos diferentes de ações: Pule, Evite, Persiga, Arremesse, Esconda-se e Pegue, numa interação com imagens de formas geométricas como círculos e retângulos. Cada um dos seis módulos oferecem uma interação individual ao visitante, que corresponde às ações comuns feitas por avatares em games. O trabalho recente de Hieronymi se concentra nos limites entre jogos e arte em ambientes físicos.

Tim Coe Autor de origem inglesa) obra: metaforms

TIM COE _ Alemanha
MetaformsAs partes I a III da série em progresso METAFORMS têm como tema abelhas, peixes e o artista, respectivamente. Em cada um dos loops de 60 segundos, o tema aparece primeiro em tela cheia, mas, através de um constante e lento zoom-out, torna-se uma massa de sujeitos semelhantes que começam a agir como "pixels" da imagem inicial. Os loops não têm realmente começo ou fim, e embora os movimentos da "câmera" permaneçam constantes, o espectador é forçado a trocar entre perceber os detalhes individuais e a imagem maior que surge em metanível. O ponto em que essa mudança ocorre é decidido individualmente.Envolver-se nos dois modos de percepção parece impossível. Com a visão repetida, pode ocorrer uma oscilação entre pontos de vista. Mas a questão é se é possível algum nível de percepção quando os níveis micro e macro estão presentes simultaneamente. Um biólogo se interessa por células ou órgãos individuais. Um sociólogo estuda o comportamento de populações. Mas ambos, como pessoas, têm a percepção inevitável de si mesmos como indivíduos livres e conscientes. Cada um desses níveis de interpretação tem consistência em si mesmo, mas é difícil trazê-los para a esfera do outro. METAFORMS representa a busca por métodos de percepção sem esse problema - a síntese de maneiras diferentes e aparentemente conflitantes de compreensão

Thais Stoklos

Oi pessoal.Gostaria de falar um pouquinho sobre Thais Stoklo,uma das expositoras do FILE. Ela é brasileira, nasceu em 1978. É formada em Pedagogia pela PUC em 2.000 e pós graduada em imagem e som em meios eletrônicos pelo SENAC SP em 2.005. Cursou fotografia, cinema e artes gráficas na New School de Nova Iorque em1998. Dirige e edita vídeos de arte, cenário audiovisual , e documentários. Seu trabalho no FILE chama-se HiperPoesia.
HiperPoesia é um livro vivo à espera de suas escolhas. Um livro de experimentações, onde a leitura não tem início nem fim , e sim complementações. O desafio é interagir com a obra nesse tempo vertiginoso , onde não se sabe bem que caminho tomar.

Han Hoogerbrugge


Han Hoogerbrugge é holandês, nascido em Roterdã, no dia 11 de outubro de 1963. Primeiramente estudou pintura na Academia de Artes de Roterdã, se formou em 1987. Como artista visual trabalhou nos meios convencionais da pintura, instalação e escultura.

Em 1996 ele começou a trabalhar com computador e a própria internet. Criou seu próprio website e achava muito fácil isso. Ele já fazia quadrinhos sobre a própria vida (Modern Living), e decidiu publicar no seu site, mas achava muito parado e começou a fazer animações. Mas como as conexões na internet eram muito ruins, ele tinha que fazer animações muito pequenas, com objetivo rápido, contra a sua vontade. Começou com animações em gif e mais tarde descobriu que o Flash era ideal para o seu trabalho. A primeira animação que fez, foi um cara arrancando um dente com alicate, onde depois que o dente é arrancado, sorri e fecha a boca repetidamente até a pessoa o fazer parar.
A maioria dos trabalhos é sobre ele. Ele começa se filmando, passa a filmagem para o computador, pega as imagens paradas e seleciona as que ele quer para o desenho e imprime. Desenha, coloca de volta no computador e leva para o flash para fazer as animações. Ele diz que o personagem faz coisas muito estranhas e que por isso é melhor ele mesmo fazer que outra pessoa. Ele mostra um personagem que está sobre as influências da vida moderna e da tecnologia moderna e espera também que as pessoas possam se reconhecer nele, como se fosse um personagem universal.

Ele tem também pinturas e desenhos expostas em galerias e se considera mais como pintor do que um artista digital.

Fez “Neurótica” como um “auto-retrato em progresso”. Em 2002 começa uma nova série chamada NAILS, com animações mais sofisticadas e precisas. Publicou trabalhos em outros sites; fez um clipe musical interativo chamado Flow”, junto com o músico japonês Gil Kay, que está no site albinoblacksheep.com; Loss of Facial Features no site VPRO, SPIN para a Sony; em 2004 começou a fazer Hotel para o sbmarineChannel. Em 2006, fez Pro Stress em colaboração com o escritor Paul A. Hall.

Ele fez diversos videos de música, incluindo Landslide de Dead Man Ray (que encontrei no yuotube http://www.youtube.com/watch?v=FUzY5g9q-2g), e em 2007, Your music is killing me (youtube http://www.youtube.com/watch?v=l0Yyn_AYtaw), Wake up, make up, bring it up, shake up dos Young Punx (http://www.youtube.com/watch?v=x0Q99avIpsw).

Ele participa do FILE desde as primeiras edições. E nesse último apresenta cinco obras: modern living, flow, spin, zoo e, a última, hotel.

Ele diz que a obra Hotel é bem diferente das outras, pois é mais real. Nela tem uma historia principal que é um doutor que está fazendo teste em pessoas e que tenta descobrir o que acontece com elas quando sofrem acidentes.

Seu site é www.hoogerbrugge.com

Fiquei um bom tempo olhando a série Hotel, vale a pena, é bem legal! Mas para quem quiser ver apenas vídeos http://www.youtube.com/watch?v=lPRKRl2QN9U, é do hotel também mas sem a interação..

domingo, 30 de março de 2008

Ricardo Barreto e Maria Hsu

Aqui vão alguns links referentes aos artistas Ricardo Barreto e Maria Hsu:

Ricardo Barreto









Ricardo Barreto é artista e filósofo. Atuante no universo cultural trabalha com performances, instalações e vídeos e se dedica ao mundo digital desde a década de 90. Participou de várias exposições nacionais e internacionais e é o criador e o organizador do FILE.

Ricardo Barreto Biografia:

http://www.cibercultura.org.br/tikiwiki/tiki-index.php?page=Ricardo+Barreto

http://portal.unesco.org/culture/es/ev.php-URL_ID=21129&URL_DO=DO_TOPIC&URL_SECTION=201.html

http://www.aboutus.org/Ricardo_Barreto (em inglês)

Algumas obra de Ricardo Barreto no FILE:

Arte Mundo - http://www.filefestival.org/site_2007/pop_trabalho.asp?id_trabalho=453&cd_idioma=2&acao=visualizar&

Cyberdance - http://www.filefestival.org/site_2007/pop_trabalho.asp?id_trabalho=123&cd_idioma=2&acao=visualizar&

Labirintum (com Eliane Weizmann) - http://www.filefestival.org/site_2007/pop_trabalho.asp?id_trabalho=460&cd_idioma=2&acao=visualizar&

The First Art (com Ana Paula Felicissimo) - http://www.filefestival.org/site_2007/pop_trabalho.asp?id_trabalho=612&cd_idioma=2&acao=visualizar&

BIO: a post human dispair (com Aychele Szot) - http://www.filefestival.org/site_2007/pop_trabalho.asp?id_trabalho=755&cd_idioma=2&acao=visualizar&

Anarcho-culture - http://www.filefestival.org/site_2007/pop_trabalho.asp?id_trabalho=2086&cd_idioma=2&acao=visualizar&

VGA (com Fábio Prata) - http://www.filefestival.org/site_2007/pop_trabalho.asp?id_trabalho=60&cd_idioma=2&acao=visualizar&



Maria Hsu

Atualmente, a artista dedica-se às artes visuais, experimentando pintura, fotografia e arte digital, além de se interessar por Filosofia. Está dando continuidade ao projeto TransEstruturas, introduzindo novas mídias e explorando a fragmentação na música. Em breve, pretende apresentar o processo em grandes dimensões, em espaços públicos.


Maria Hsu Obras:

http://www.filefestival.org/site_2007/pop_trabalho.asp?id_trabalho=2151&cd_idioma=2&acao=visualizar& - Transestruturas (em inglês)

http://www.filefestival.org/site_2007/pop_trabalho.asp?id_trabalho=1389&cd_idioma=2&acao=visualizar& - The Avactor (com Ricardo Barreto) (em inglês)

PAULA PERISSINOTTO

Paula Perissinotto é artista e produtora cultural formada em artes plásticas pela FAAP, mestre em Poéticas Visuais pela ECA, Escola de Comunicação e Artes da USP e Mestre em Curadoria e Práticas Culturais em Arte e Novas Mídias pelo MECAD/ESDi, em Barcelona, Espanha.
Professora de Arte e Tecnologia no curso de graduação em Artes Plásticas da FASM Faculdade Santa Marcelina em São Paulo. Desde 1999, se envolve como artista com a cultura digital, participando de eventos como: ISEA Internacional Society of Electronic Art 2002 - orai, em Nagoya, Japão, em 2000 - no ISEA, em Paris. Selecionada pela Fundação Vitae para o sSeminário de "Técnicas Digitais Experimentais em Multimídia e Internet", realizado pela Fundação Antorchas, em Bariloche, em 2000. Participou de várias mesas redondas e palestras nacionais e internacionais.
Projeto: Arte e Interatividade
Um estudo que mostra como se deu a relação das artes visuais com a ciência e a tecnologia. Para isso, partiu das idéias lançadas pelos irmãos Naum Gabo e Anton Pevsner, construtivistas russos, através do Manifesto realista, procurando libertar as artes visuais de seu estigma de arte estática. Esta pesquisa acompanhou o trajeto de artistas (Archipenko, Duchamp, Gabo, Pevsner, Moholy Nagy, Mari, Bury, Tinguely, Schöffer, Takis, Tatlin, Rodchenko, Man Ray, Calder, Le Parc, Palatinik, Lígia Clarck, Robert Rauchemberg, Christa Sommer&Laurent Mignonneau, Jeffrey Shaw...) que, ao longo do séculoXX, desenvolveram pesquisas nesta linha . Este trabalho percorreu a história da arte cinética, apontando artistas que exploraram a interatividade (a perceptiva, a espaço/temporal ou a potencial surgida da relação da arte com a tecnologia) além daqueles que buscaram soluções em outras disciplinas, tanto em outras artes como na ciência. Mostra como a complexidade desta interdisciplinariedade criou mudanças de conceitos formais, estruturais e estéticos. Enfoca também como a adesão das artes às novas tecnologias provocou transformações não apenas no mundo dos artistas, mas também no universo institucional que incentiva e promove as artes visuais contemporâneas.

sábado, 29 de março de 2008

LeCielEstBleu


FRÉDÉRIC DURIEU

Meu interesse principal não é realmente a matemática, mas a maioria do tempo uso as leis da cinética (física) para mover coisas com aceleração e fricção. Gosto muito do fato de não precisar ser exato (matematicamente falando) no meu trabalho. Somente o efeito final na tela é importante. Algumas vezes, erros ou efeitos colaterais no código dão excelentes resultados. Exatamente o contrário do que aprendi nos meus estudos.”

Frédéric Durieu nasceu em Bruxelas, Bélgica, em 1967. Durieu passou sua infância no meio rural na Bélgica. Foi influenciado pelo seu pai engenheiro desde cedo, fascinando-se pela ciência e natureza. Estudou engenharia civil na Universidade politécnica de Louvain-La-Neuve. Foi lá onde descobriu os computadores (Apple) e a fazer programação.

Começa a aplicar e desenvolver programação visual voltada às artes visuais. Em 1993, Durieu juntou-se a Yves Bernard, com quem fundou a Magic Media, companhia de produção multimídia, situada em Bruxelas. Desenvolveram CD-ROMs aclamados pelo país inteiro.

Em 1998, juntou-se à especialista em multimídia de Nova York Kristine Malden em Paris. Com Murielle Lefèvre e Jean-Jacques Birgé, lançaram o “Alphabet CD-ROM”, recebendo 14 prêmios pelo mundo. Este foi o primeiro trabalho no qual puderam expressar-se verdadeiramente, explorando todas as possibilidades de interação e liberdade.

No final de 2000, criaram a companhia de produção multimídia LeCielEstBleu, estabelecida na França, associando website e a interatividade de uma galeria de arte.

Seus trabalhos de interação virtuais com artes visuais já foram expostos em muitos centros culturais do mundo, inclusive em 2002 tendo uma de suas mostras exibidas no Centro Pompidou em Paris.

JEAN-JACQUES BIRGÉ

Jean-Jacques Birgé, nasceu em 5 de novembro de 1952 em Paris. Diplomado em 1974 pelo “Institut des Hautes Etudes Cinématographiques”. É um artista independente francês, compositor musical (co-fundador da “Un Drame Musical Instantané” com a qual gravou cerca de 30 álbuns, trilhas para cinema, teatro, dança e rádio.), diretor de filmes (La nuit du phoque, Sarajevo: a Street Under Siege e The Sniper), autor multimídia (Carton, Machiavel e Alphabet), designer de som (exibições, CD-Roms, websites, etc.), além de fundador da gravadora GRRR.

Especialista na relação entre som e imagem, foi um dos primeiros utilizadores do sintetizador e criadores em estúdio caseiro na França em 1973. Desde 1995, tornou-se um famoso designer de som em áreas multimídia e de composição interativa. Juntou-se a Frédéric Durieu no grupo lecielestbleu em 2000.

Ganhou os prêmios BAFTA (prêmio da academia britânica) e o do júri do Festival de Locarno em 1994 pelo filme “Sarajevo: a street under siege”.
KRISTINE MALDEN

Kristine Malden é uma artista especialista em trabalhos multimídia. No lecielestbleu é responsável pela parte de concepção e produção. Originária de Nova York conheceu Frédéric Durieu em 1998, juntando-se ao grupo em 2000.

THIERRY LAVAL

Thierry Laval nasceu em 1969 em Malaloff na França, onde freqüentou a escola de artistas gráficos. Trabalha como autor-ilustrador para jornais e revistas. Já publicou vários livros infantis como autor e ilustrador. Não é integrante oficial do grupo lecielestbleu, tomando parte apenas em alguns trabalhos.

BIOGRAFIA DO PROJETO LeCielEstBleu
( http://www.leciestbleu.com/ )

O LeCielEstBleu.com reúne o trabalho coletivo e individual de vários novos artistas de mídia que compartilham uma paixão pela interatividade e um sabor de tudo o que é lúdico e poético. Somos especialistas na criação atraente, novas e altamente interativas interfaces. Um engenheiro civil por formação, Frédéric Durieu (Bélgica), é um novo autor de mídia e programador. Sua obra é caracterizada pelo uso de poderosa poética desenvolvendo princípios inspirados pelas leis físicas do mundo natural. Co-diretora criativa Kristine Malden (E.U.A.) tem uma experiência em teoria crítica e fotografia e tem vindo a criar novos projetos de mídia desde graduada da Interactive Telecommunications Program de NYU. Originalmente formado como um cineasta, Jean-Jacques Birgé (FRANÇA) é um músico e compositor especializado em design interativo de som. Juntos, eles formam LeCielEstBleu, um laboratório de novas mídias interativas e arte.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Texto sobre a escola pública

Este texto foi retirado do blog da psicóloga Rosely Sayão, achei interessante, tem mais alguns por lá, quem se interessar: http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/index.html

Educação Pública

Outro dia eu estava em uma reunião escolar dirigida a pais, dessas que quase todas as escolas realizam no início do ano letivo. Em determinado momento, uma mãe disse ao diretor, que esclarecia as dúvidas de alguns pais: “Estou cansada de ter de ouvir questões que não têm relação com meu filho. Creio que as reuniões devem ser de cada professor com os pais de seus alunos porque só temos interesse nos nossos filhos.”.

A fala dessa mãe é bem representativa: estreitamos muito nossa visão quanto à educação e privatizamos totalmente nossos interesses em relação a esse assunto. Só temos interesse real naquilo que atinge nossos interesses ou os dos nossos filhos. Acontece que a Educação é um tema que deve interessar a todos já que ela é um dos elementos mais importantes na construção de nosso futuro.

Uma confusão grande que fizemos foi a de fazer uma diferenciação entre a educação escolar praticada nas escolas públicas e a nas escolas privadas. Na verdade, a educação é sempre pública. O que significa isso? Que os alunos, além do acesso ao conhecimento, devem aprender no espaço escolar os valores comunitários e a convivência respeitosa, justa e democrática, se é que queremos mesmo garantir um estado democrático.

É nesse contexto que precisamos pensar a escola pública. Vamos lembrar que a maioria dos alunos no Brasil freqüenta a escola pública. O censo de 2007 mostrou que, dos 52.969.456 alunos matriculados no ensino básico, apenas 6.358.746 frequentaram escolas privadas, ou seja, apenas 12% do total. Bem pouco, não?

Por isso, se não investirmos todos na escola pública, comprometemos nosso futuro e o de nossos filhos, mesmo que eles freqüentem uma excelente escola privada. É disso que a Giulia fala em seus comentários.

Como a classe média tem optado por matricular seus filhos nas escolas privadas, deixou de se interessar pelo que ocorre nas escolas públicas. Vamos analisar a conseqüência disso para perceber como podemos colaborar, como cidadãos, para melhorar a educação escolar no país e não apenas para desfrute próprio.

Quando um problema acontece em uma escola privada, logo os pais se movimentam e, como a Giulia bem observou, como é uma classe que tem influência de grande alcance social, como na mídia, por exemplo, logo a escola trata de propor ou encontrar soluções para a situação. Claro que isso pode provocar confusão, principalmente a respeito da educação identificada como prestação de serviço, mas que é um mecanismo importante de regulação social para a escola, sem dúvida é.

E na escola pública? Frente a algum problema, os pais até podem se reunir para reclamar, mas suas reclamações em geral não encontram eco social. Nós não temos a melhoria da escola pública como uma prioridade, essa é a verdade. Quando ficamos sabendo de algum problema até lamentamos, reclamamos, mas em geral não tomamos atitude alguma.

É preciso lembrar que o acesso ao comportamento civilizado e à cidadania não ocorre por mágica ou milagre: é um processo educativo e parte importante dele é de responsabilidade da escola. Os alunos que não têm a oportunidade desse aprendizado na escola que freqüentam conviverão, mais tarde, de igual para igual na vida pública, com os que tiveram. E então, o que acontecerá com a sociedade se eles forem a maioria?

terça-feira, 25 de março de 2008

O Teatro e sua relação com o tempo e o espaço

Sempre penso o tempo e o espaço no teatro como o tempo e o espaço da sensibilidade. Não no seu sentido restrito, mas na sua forma mais abrangente, que vai além do "sentir" e dimensiona-se no criar, no imaginar. Em se tratando de um ofício banido do roll das atividades, realmente, importantes para a humanidade, o teatro vem engatinhando, para não dizer se arrastando(e uso esse termo não de forma pejorativa, mas como figura de linguagem pra demonstrar o grau de dificuldade enfrentado) em busca de valorização neste mundo imedista e comercial, onde a única coisa que importa são os números. Sendo assim, retomo a idéia de que para se fazer e apreciar teatro é necessário, antes de mais nada, sensibilidade. Diante dela, tempo e espaço se tornam duas medidas vulneráveis, não podemos convencioná-las dentro de padrões rígidos, é preciso inovar, permitir-se outros meios, outra formas. Como propunha Artaud: "desfazer o espaço, noção nova do espaço que a gente multiplica, dilacerando-o". Mais do que dilacerar o espaço convencional por uma questão artística, acredito que em tempos difíceis em nossa educação, é preciso convencionar-se ao não-convencional, propor-se a fazer muito com o pouco que nos é oferecido. Isso não significa acomodar-se, aceitar passivamente a categoria de entretenimento, diversão, brincadeirinha de faz-de-conta...Teatro é muito mais que manifestação artística, é arma poderosa de cunho social, humano e intelectual, por isso seu tempo e espaço não podem ser cronometrado ou medido e, sim, sentidos. E se muitas ainda são nossas indagações, façamos como Oswaldo Montenegro: "Que a arte nos aponte uma resposta(...)e que ninguém a tente complicar poque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer."


... ( )

“O Amor é o espaço e tempo tornados sensíveis ao coração”. Proust

Urge novos espaços, urge o tempo.
Como pensar no espaço e tempo relacionado a arte? Como propor novos meios? Maneiras, ferramentas de trabalho. A intensidade do tempo num espaço específico. Situações singulares, determinadas pelos pequenos detalhes e particularidades daquele espaço, daquele tempo, daquela maneira, daquele jeito. Não há fórmula, não há métrica, medida. Há apenas desafios. Há o que se pode levar consigo. Valentia.
Espaço e tempo veloz. Há também paciência para levar.
Há tempos e espaços diversos coexistindo simultaneamente. Há as mais diversas situações, as mais diversas carências. E as carências são muitas, um pais tão carente, tão diverso. Alegria.
Tempo e espaço: imaginar, experimentar, descobrir, ousar.

Para as Ciências Sociais, tempo e espaço são relativos e dependem dos diferentes grupos culturais que fazem uso deles. Para podermos entender melhor essa questão basta pensarmos que o modo como medimos o tempo hoje em dia não foi sempre assim. Segundo o sociólogo alemão Norbert Elias, foi a mudança na medição do tempo que marcou a passagem da Idade Média para a Idade Moderna. A invenção do relógio acabou por modificar o ritmo e os costumes da população que antes se orientava pelo sol e pelas fases da lua. Considerando, portanto, que o tempo é uma construção humana, percebemos que ele é diferente para os mais diferentes grupos culturais que o utilizam das mais diversas maneiras. Por exemplo, para praticantes hinduístas e budistas, permanecer várias horas por dia estáticos e em posição de lótus, é uma forma de se permanecer lúcido, transcender as ilusões do mundo, e assim aproveitar melhor o tempo. Já para trabalhadores ocidentais, ficar parado sem estar exercendo sua profissão por várias horas do dia, é equivalente a vagabundagem, estar perdendo tempo e, conseqüentemente, dinheiro.
Da mesma forma que o tempo, o espaço por ser criado por seres humanos, é uma construção simbólica. Podemos perceber isso, na forma que utilizamos os espaços e nas formas como são atribuídos valores aos espaços. Por exemplo, uma igreja, uma sinagoga, ou uma mesquita, são espaços sagrados nos quais são permitidos determinadas práticas e outras não. Mas para determinadas pessoas, um túmulo, ou a casa de um “rock star”, pode ser considerado um espaço sagrado e de adoração também. Seguindo a mesma linha de raciocínio, a sala de aula, a universidade, os prédios do governo, os prédios dos bancos, as nossas casas, são espaços nos quais são permitidas determinadas atitudes, mas outras não, embora tudo não passe de meras construções de concreto, tijolo, vidro e madeira. São construções simbólicas porque colocamos nossos próprios valores quando olhamos para esses espaços.

segunda-feira, 24 de março de 2008

O TEMPO E O ESPAÇO SOB UMA PERSPECTIVA FILOSÓFICA

A quase 2500 anos, Zenão de Eléia, um filósofo grego, formulou um argumento que ficou conhecido como o paradoxo de Zenão. Nesse argumento, Zenão procura mostrar as contradições que surgem ao querermos pensar noções como tempo e espaço. Esse argumento de Zenão se refere à corrida de Aquiles com uma tartaruga. Segundo Zenão :
1) Se, na corrida, a tartaruga saísse à frente de Aquiles, para alcançá-la ele precisaria percorrer uma distância superior à metade da distância que os separava no início da competição.
2)Entretanto, como a tartaruga continuaria a se locomover, essa distância, por menor que fosse, continuaria a ser ampliada. Ou seja, Aquiles deve percorrer mais da metade dessa nova distância.
3)A tartaruga, contudo, continuaria se movendo, e a tarefa de Aquiles se repetiria ao infinito, pois o espaço pode ser dividido em infinitos pontos.
Ora, esse é um argumento impregnado de uma grande carga de trivialidade. Basta observar uma corrida de um homem com uma tartaruga, para percebermos que esse argumento não se efetua na realidade. Todavia, para o nosso propósito aqui, esse argumento tem um valor importante, porque nos permite ver as dificuldades que rodearam o pensamento, para lidar com conceitos como tempo e espaço, movimento e infinitude, que são conceitos que foram sendo lapidados com o desenvolvimento do pensar.
O que podemos perceber ao longo da história da filosofia, é que esse conceitos foram sempre motivos de controversias, jamais houve unanimidade em torno desse conceitos. Como exemplo, podemos tomar a tentativa de definição de espaço em três eminentes pensadores. Para Isaac Newton o espaço é absoluto, enquanto que para Gottfried Leibniz o espaço é relativo; Henri Poincaré acredita que a geometria espacial seja apenas uma convenção.
Por mais empolgantes que possam ser essas discussões, pessoalmente penso ser importante pensar o tempo e o espaço, como a clareira que o Homem tem para realizar as suas potencialidades. Porém, nem sempre essa clareira, por fatores históricos existe. Hoje em dia, percebe-se que grande parte das potencialidades dos homens foram suplantadas sob a aura da produção capitalista. Se o Homem estiver gerando capital, as coisas vão bem, se ele estiver buscando criar a sua clareira ( sociedade ) onde ele possa realizar suas potencialidades, ele estará gastando tempo à toa. Talvez nos tempos e espaços escolares, a filosofia também possa dar a sua contribuição, para pensá-los de maneira a realmente criarem um lugar para o pleno desenvolvimento das pessoas que se encontram na escola. Que não valorizemos os interesses econômicos em detrimento dos sujeitos humanos!

sábado, 22 de março de 2008

O Bezerro de Ouro...

Aqui está o texto que eu tinha falado. Acho muito interessante, pois mostra outra forma de arte, envolvendo tecnologia, religião e atividade mental e sensório-motora da pessoa. E até onde a tecnologia vai nos levar? Será que ela vai nos possibilitar um ensino de artes à distância? Mas se isso for possível quais pessoas terão acesso à essa tecnologia? Como disse a colega Vick, devemos tornar a arte mais presente, mas de que forma? Será que novas formas de arte já não estão sendo criadas? Tendo a arte como forma de expressão, eu acredito que novas linhas estão surgindo, mas se pensarmos em arte como algo para mudar o mundo, mudar o ensino... enfim, acho que temos que lutar por mais espaço, mais contatos com as pessoas. O mundo infelizmente está caminhando para o individualismo, cada vez menos as pessoas se encontram para conversar, ir no parque... essas coisas todas se tornam virtuais, de forma a se perder intimidade ou nem tê-la. Acho que a arte deveria sim tomar uma parte do tempo de cada um, seja para produzir ou apreciar. Ela permite novas descobertas, novas sensações, coisas que virtualmente é um pouco difícil de compreender. Mas a partir do texto abaixo, será que é possível se aproveitar das tecnologias para poder criar novas formas de descobertas e sensações?

O Bezerro de Ouro
Não muito longe da basílica onde se encontram os monumentos funerários dos antigos reis da França, em Saint-Denis, ocorre a cada dois anos uma manifestação consagrada às artes digitais: Artífices.
Em novembro de 1996, o principal artista convidado era Jeffrey Shaw, pioneiro das artes do virtual e diretor, na Alemanha, de um importante instituto destinado à criação nas “novas mídias”.
Ao entrar na exposição, a primeira coisa que você veria seria a instalação “Bezerro de Ouro”. No meio da primeira sala, um pedestal claramente feito para receber uma estátua não sustenta nada além do vazio. A estátua está ausente. Um tela plana se encontra sobre uma mesa ao lado do pedestal. Ao pegá-la, você descobre que esta tela de cristal líquido comporta-se como uma “janela” para a sala: ao direcioná-la para as paredes ou teto, você vê uma imagem digital das paredes ou do teto. Ao apontá-la para a porta de entrada, aparece um modelo digital na porta. E quando a tela é virada na direção do pedestal, você é surpreendido por uma maravilhosa estátua, brilhante, magnificamente esculpida, do bezerro de ouro, o qual só “existe” virtualmente. Ao andar em volta do pedestal, mantendo a tela direcionada para o vazio acima dele, é possível admirar todos os ângulos do bezerro de ouro. Aproximando-se, ele aumenta; afastando-se, diminui. Se você levar a tela bem para cima do pedestal, entrará dentro do bezerro de ouro e descobrirá seu segredo: o interior é vazio. Só existe enquanto aparência, sobre a face externa, sem reverso, sem interioridade.
Qual o propósito desta instalação? Em primeiro lugar, é crítica: o virtual é o novo bezerro de ouro, o novo ídolo de nossos tempos. Mas também é clássica, pois a obra nos traz a percepção concreta da natureza de todos os ídolos: uma entidade que não está realmente presente, uma aparência sem consistência, sem interioridade. Aqui, o que se busca não é tanto a ausência de plenitude material, e sim o vazio de presença e de interioridade viva, subjetiva. O ídolo não tem existência por si mesmo, somente a que lhe é atribuída por seus adoradores. A relação, uma vez que o bezerro de ouro só aparece graças à atividade do visitante.
Em um plano no qual os problemas estéticos juntam-se às interrogações espirituais, a instalação de Jeffrey Shaw questiona a noção de representação. Na verdade, o bezerro de ouro obviamente remete ao Segundo Mandamento, que proíbe não só a idolatria, mas também a fabricação de imagens e estátuas “que tenham a forma daquilo que se encontra no céu, na terra ou nas águas”. Podemos dizer que Jeffrey Shaw esculpiu uma imagem? Seu bezerro de ouro é uma representação? Mas não há nada sobre o pedestal! A vida e a interioridade sensível daquilo que voa nos ares ou corre pelo solo não foram captadas por uma forma morta. Não é um bezerro, exaltado por uma matéria tida como preciosa, que a instalação coloca em cena, mas sim o próprio processo da representação. No lugar onde, em sentido estrito, há apenas o nada, a atividade mental e sensório-motora do visitante faz surgir uma imagem que, quando suficientemente explorada, acaba por revelar sua nulidade.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo. Editora 34, 1999

O texto pode ser encontrado na página 45.

Skank - Notícia
http://www.youtube.com/watch?v=jtg2-tUwhJE

O tempo veio hoje me encontrar
Parando na minha janela
O tempo só chegou pra me dizer
Tudo que não pude perceber
Depois de mudar tanto o que toquei
O tempo vem trazendo algumas marcas
Na rua e no meu coração
Parece que alguém perde a razão
O tempo passa e nunca me avisou
E agora começa a acontecer
Aqui tão longe, ali bem mais perto de você
Ferve demais nesse verão
O tempo choveu fora da estação
Por isso me chamou pra uma conversa
Na rua e no meu coração
Parece que alguém perdeu a certeza
O tempo veio hoje me encontrar
Ainda quer me dar uma chance
O tempo só chegou pra me dizer
Tudo que não pude perceber
A onda imensa bate e leva a casa que vivi
O vento é forte e fortes não são as cidades que ergui
Algum mal fiz pra tanta resposta má
Do sol, montanha, vento e mar
Existe um céu de mísseis e de escudos contra mim
Um céu de estrelas de cometas me chama
Eu vou pedir, pedir que eu possa prosseguir
Entre o sol, montanha, vento e mar
A luz batendo no meu rosto é o sol mais quente que senti
Queimando planta, gente e tudo que nasce por aqui
Algum mal fiz pra tanta resposta má
Do sol, montanha, vento e mar
O tempo veio hoje me encontrar
Vem me falar de uma chance

sexta-feira, 21 de março de 2008

Tempos e Espaços Escolares na Química

Eu considero que a química pode ter tempos e espaços escolares variados, já que encontramos química no nosso cotidiano.
A química pode ser ensinada e aprendida em vários espaços. Dentro da escola mesmo, já se pode varir esses espaços. Sala de aula, laboratório, pátio. Os espaços e tempos escolare saõ muito para qualquer área de ensino, basta nós pensarmos e tentar diversificar. Os espaços estão aí. É só procurarmos e sempre pensar em coisas novas.

terça-feira, 18 de março de 2008

Sobre o texto “Linguagens, espaços e tempos no ensinar e aprender”

Diz que não critica a disciplina, mas cria um contexto argumentativo, em que suas características são apresentadas, desfavorável a ela. Perto do final do texto na parte em que a tese do autor é apresentada ele diz que a escola faz uso da disciplina para a manutenção do seu modelo panótipo (forma de vigilância e controle social). Até ai tudo confere ninguém nega a necessidade de uma certa disciplina, o uso que a escola faz dela e a sociedade de cristal (como sugere o autor). Porém, o autor tenta introduzir a seguinte tese: a escola não possui mais como função ser uma máquina panótipa, pois o mundo em geral está se encarregando disso. Contudo não sei até que ponto a tese é bem fundamentada para o objetivo o qual ela pretendia alcançar. Ora, em que a “visibilidade” das pessoas ajuda na formação da disciplina no indivíduo? Em termos da educação disciplinar a visibilidade posterior (a que se refere a máquina panótipa) não contribui em nada devido não interferir diretamente e anteriormente no indivíduo. Seria como se ele, ao realizar algo de errado, fosse repreendido sem nem tomar conhecimento de que não poderia ter feito tal coisa nem por que. Acredito que a formação disciplinar existente na escola ainda não possua uma substituta à sua altura, pois na escola, na relação direta existente nela que se aprende o que é disciplina e a sua aplicabilidade. Se fosse delegada essa função para um mecanismo de vigilância amplo demais, indireto demais, posterior demais creio que as pessoas cresceriam com uma noção distorcida e fraca de disciplina.

OBS: foi “covardia” lançar mão do conceito e da função da disciplina em Kant, concordo que o filósofo é demasiadamente rígido quanto ao assunto para nossa época. Sugiro que ao ler o texto pensem a disciplina como o mínimo necessário para a manutenção de uma mínima ordem necessária no convívio em sociedade.

A visão dos estudantes



Um vídeo bastante interessante. Está em inglês, mas mesmo quem não domina a língua, pode ter uma idéia.


É um pequeno vídeo resumindo algumas das mais importantes características de estudantes hoje - como eles aprendem, o que eles precisam para aprender, seus objetivos, esperanças, sonhos, o que suas vidas serão e que tipos de mudanças eles experimentarão por toda a vida. Criado por Michael Wesch em colaboração com 200 estudantes da Kansas State University.

http://br.youtube.com/watch?v=dGCJ46vyR9o


Sites relacionados

Já que estou sem muito o que fazer, e torna útil para todos, transcrevo os sites dados pelas Luciana para podermos acessar diretamente pelos links no blog:

www.file.org.br
www.portacurtas.com.br
www.overmundo.com.br
www.eb1-ponte-n1.rcts.pt

Escher - TempoxEspaço - Matemática


Houve um homem, chamado Escher, que revolucionou a questão do tempo e do espaço em duas dimensões. Seus desenhos, em 2D, misteriosamente "saem" do papel e se tornam tridimensionais. Por trás da arte de Escher estão envolvidos conhecimentos matemáticos poderosos. Ele os utilizava com magistral habilidade.
Aqui, posto uma imagem de Escher, e deixo a sugestão de que olhem outras imagens geniais produzidas por este homem:
http://www.mcescher.net/

Resposta à Fernanda

Fernanda, na filosofia, quando dizemos que um sujeito é cognoscente queremos dizer simplesmente que ele é um ser capaz de conhecer o mundo a sua volta, de questionar o que percebe e de tentar resolver as suas questões. Um ser humano não-cognoscente seria aquele que está vegetando em uma cama , impossibilitado de interagir com o mundo e de conhecê-lo, por exemplo. Quaisquer outras dúvidas é só perguntar, tentarei respondê-las. Obrigada.

tempos e espaços nas artes visuais

Quando penso em espaço nas artes visuais penso em três sentidos, o espaço que possibilita a arte, o espaço que afirma a arte e o espaço para ensinar arte.
O espaço que afirma a arte são os espaços (re) conhecidos como museus, memoriais, patrimônios históricos, galerias... que de fato afirmam que as obras expostas e/ou à venda nas suas instituições são arte. O tempo nesses espaços influencia muitas vezes no valor da obra. Obras antigas são mais caras que as mais recentes. Claro que outros fatores também influenciam no valor final da obra como assinatura, autor, material... Um quadro assinado tem mais valor; uma gravura com o número e a assinatura também. Um detalhe curioso é que antigamente, o artista só era valorizado uns 100 anos depois de sua morte. Hoje, alguns conseguem se destacar antes da morte, mas às vezes não passam de um simples nome em uma lista de artistas do ano tal no lugar tal. A cena artística em Porto Alegre é extremamente pequena e a procura por ela praticamente não existe. É necessário se destacar bastante para ser reconhecido. Ainda que existam grupos, que apesar de isolados, façam ótimos trabalhos.
O espaço que possibilita a arte são os espaços que cada artista dispõe para trabalhar. Isso inclui um ateliê, uma oficina, uma sala, um espaço que dê suporte onde ele encontre todas as matérias e materiais necessários à realização da sua obra. O espaço que possibilita a arte também pode ser um lugar público, uma praça, um shopping, onde podem ser feitas encenações, performances, etc. Essas performances podem ter um registro fotográfico que, por sua vez, pode ser comercializado depois, o que não substitui o “valor” de assistir a performance ao vivo.
O espaço de ensinar arte, para mim compreende as escolas, os ateliês, as faculdades... Mas eu acredito que ainda temos que lutar muito por um espaço melhor na escola, onde nós, das artes visuais, dividimos espaço e tempo com música, dança e teatro. E ainda está surgindo e se afirmando o EAD (Ensino à Distância), que eu ainda não consegui aceitar ou compreender, porque as artes visuais compreendem uma aprendizagem presencial, onde as pessoas desenham, fazem esculturas, gravuras, etc. E como seria possível ensinar e acompanhar o trabalho de uma pessoa dessa forma? E como seria possível formar um professor dessa forma? Acho que o contato físico é muito importante para quem quer ser professor. Imagina para o pessoal do teatro?
Hoje em dia, com o avanço das tecnologias, as artes podem ser presenciadas em qualquer lugar e de qualquer forma. Em seguida vou postar um texto que vai facilitar essa visão. Mas até onde vai ou pode ir a arte e/ou as tecnologias?
Ás vezes me pergunto por que nós que queremos fazer arte ou filosofia somos obrigados a estudar química ou biologia, por exemplo, enquanto quem quer fazer biologia não é obrigado a estudar história da arte? É uma questão de cultura. Talvez com o ensino de arte, os monumentos e a própria arquitetura da cidade não fique tão depredada como é agora e as pessoas poderão se expressar de uma forma menos perturbadora visualmente para a sociedade.
Acredito que a educação seja a saída, mas não do jeito que ela é hoje. Ela deve ser modificada, adequada à natureza do estudante, sendo um espaço aberto ao real, ao que os alunos vivem. Para os novos professores resta ter criatividade, disponibilidade e vontade de conquistar os seus alunos e fazer de suas aulas algo que eles realmente queiram viver.


Esses dias li a seguinte frase, mas não lembro muito bem quem a disse (acho que foi Marcuse). Quem souber por favor ajuda!

“A arte pode não mudar o mundo, mas pode mudar as pessoas que podem mudar o mundo."

Tempo x Espaço no ponto de vista Matemático

>> Tempo e espaço são grandezas que podem ser medidas matematicamente através de unidades adequadamente escolhidas.

>> O espaço é definido através de três vetores, usualmente chamados de i, j e k (nos estudos de geometria analítica e álgebra linear) ou então por x, y e z (na matemática escolar). Todos os pontos e objetos do nosso mundo podem ser localizados e definidos espacialmente por meio de vetores (ternas ordenadas).

>> O tempo, por sua vez, pode ser entendido como uma contagem. Contamos segundos, que formam minutos e por sua vez horas, dias, meses, anos, décadas, séculos, milênios... Tudo é uma questão de adição, ou então, de uma transformação de unidades. Usamos instrumentos para medir o tempo; estes, por sua vez, têm seu funcionamento explicado pelas Matemáticas.

>> Também podemos definir uma função relacionando as grandezas tempo e espaço. Por exemplo:

f(x) = -x² + 4x + 1

que descreve o movimento de um projétil lançado ao ar, onde x é o tempo dado em segundos e f(x) a distância correspondente dada em metros.

>> Enfim, tempo e espaço têm tudo a ver com as Matemáticas.

Tempos e espaços na Biologia

... em construção...
A mídia todos os dias tras temas relacionados à biologia, como transgênicos, aquecimento global, doenças, preservação ambiental etc.
Todos esses assuntos, sem dúvida, despertam a curiosidade de adultos e crianças e , por isso, é uma ótima oportunidade de educadores relacionar o cotidiano com o ensino da biologia.
A interdisciplinaridade desta disciplina torna as possibilidades de intereção infinitas. É possível ensinar química, física, filosofia e biologia ao mesmo tempo. As barreira de espaço e tempo pode ser rompida facilmente: química e física relaciona-se com praticamente todos os ramos de biologia, como por exemplo, o estudo da biologia molecular; Filosofia relaciona-se com os aspectos éticos, como a utlização de animais em pesquisa, a preservação do meio ambiente em detrimento do conforto do homem etc.
Pensar na educação de artes já foge, na maioria das vezes, dos padrões de ensino regular no país. A educação brasileria não abre muito espaço político para matérias como: música, teatro e artes visuais. Apesar de estar na Lei de Diretrizes e Bases de 96 a obrigatoriedade do ensino de educação artística, este nem sempre é ministrado por professores qualificados e não significa a obrigatoriedade das três áreas artísticas dentro de uma escola, deixando assim, os alunos sem opção entre qual aula de educação artística eles querem ter.
Analizando a nossa constituição, a realidade brasileira e a citação de Nilda Alves¹transponho-a para o ensino de teatro e modifico-a para: O teatro deveria, mas, não tem todos os tempos e espaços. Quando há teatro no currículo de uma escola disponibilizam no máximo dois períodos semanais, podendo estar divididos em dias diferentes. A própria organização do espaço em que será trabalhado requer um certo tempo para organização, por mais que os alunos possam ser (e geralmente são) dispersos pelo espaço, é necessário chama-los para as atividades, explicar claramente o que será feito, faze-lo e ter no mínimo 10 minutos para discutir o que foi feito, visto que o teatro, bem como as outras artes e a filosofia, desempenha um papel fundamental na formação crítica do aluno.
O teatro, como arte tradicional, exige também uma adaptação não só do tempo em seu sentido mais comum, mas, como o tempo em que vivemos, como fazer os alunos interessarem-se por uma arte que não é valorizada? Como faze-la mais interessante que a televisão, a internet, o cinema e todo o glamour que ela parece propor? Tenho amigos, que vão ao cinema uma vez por semana e não chegam a fazer uma visita por ano ao teatro. Não podendo ignorar a existência desses recursos tão mais, rápidos e fáceis devemos nos aliar a eles. Utilizando-os como ferramenta para as aulas, quase que disfarçando a aula de algo que vá atraí-los mais.
E é incrível como podemos tranquilamente utilizar certos exercícios de teatro em outras matérias sendo a parte mais divertida da aula e muitas vezes estes mesmos alunos não gostam da aula de teatro.
Apesar de concordar e pesquisar a utilização do teatro como recurso pedagógico para o ensino de outras matérias, sou absolutamente contra a banalização do teatro, como algo que todos podem lecionar. Todos podem utilizar jogos teatrais como ferramenta, mas, requer o mínimo de estudo e consciência, o teatro é também algo perigoso, ainda mais nos dias de hoje que temos alunos cada vez mais retraídos devido a utilização da Internet como meio de comunicação. O teatro expõe o aluno de uma maneira que nenhuma outra matéria expõe, isto é muito perigoso, podendo gerar traumas.
O teatro não tem realmente todos os espaços e todos os tempos, mas, depende muito mais de nós, professores e estudantes para passar a ter. Realmente todos os lugares podem ser adaptados para uma aula de teatro , mas, será que nós temos no mínimo um lugar? O teatro existe a tanto tempo, que acredito que sempre existirá, mas, será que existe hoje?
Tudo é possível no teatro, e eu sigo a corrente que através do jogo você SEMPRE aprende alguma coisa, mas, precisamos do mínimo para atingir o máximo, e este mínimo nem sempre nos é dado.

¹Quando e onde se ensina e se aprende?...em todos os tempos e espaços. Alves, Nilda. Linguagens, espaços e tempos no ensinar e aprender- Rio de Janeiro: DP&A, 2000

Teatro, tempo e espaço

O que se entende por teatro?

Como ele se configura na escola?

O teatro não precisa de um espaço específico, precisa-se de imaginação...
O teatro não precisa de um tempo específico, precisa-se de imaginação...



Quando nos propomos a participar de uma aula de teatro, devemos esquecer onde estamos, ou melhor, temos que reconhecer o espaço em que estamos e transformá-lo naquilo que se quer.

O ser humano é adaptável, e apesar do teatro caber em qualquer lugar, é fato que necessitamos de condições básicas para estimular a produção criativa dos alunos. Que seriam: um espaço livre, sem classes e cadeiras, onde então colocaremos nossa imaginação e criação em ação.

O teatro acontece em diversos tempos.

Ele lida com o tempo de maneira menos real, digamos assim. O que se leva 1 hora quando realizado na vida fora de cena, pode-se levar 2 minutos levados para o teatro.

Em relação ao currículo escolar ficamos com o menor tempo.
Em relação às datas comemorativas o teatro é visto -equivocadamente- como a ferramenta certa para abordar o assunto. Então os professores de teatro, ou ainda, os que dão teatro (pois talvez eles não tenham formação suficiente, talvez não tenham tido tempo para isso) usam seu pouco tempo de aula para ensaiar coreografias para o dia das mães, páscoa..
No momento e que a escola, mesmo que ingenuamente, aceita e reproduz os mecanismos de incentivo ao consumo introjetados na cultura ela automaticamente bate de frente com os pricípios artísticos (segundo Brecht: martelar e não refletir. Enquanto servirem ao mercado, os interesses da escola não servirão ao teatro.
Ficando 45 minutos apertados numa sala com classes amontoadas num canto, não haverá espaço para quem quer questionar sobre o tempo em que vivemos.
Sendo assim não há espaço nem tempo para o teatro.


Gyan e Luiza.






Cubismo e a Quarta Dimensão

Estou postando aqui alguns textos sobre o Cubismo (características, artistas, obras, fases) e sobre a relação Cubismo e a Quarta Dimensão. Para quem tem dificuldades de entender o que ou como seria a Quarta Dimensão, recomendo a leitura do livro "Planolândia - Um Romance em Muitas Dimensões" de Edwin A. Abbott, onde mostra a dificuldade de um ser de duas dimensões em entender a Terceira Dimensão - a mesma dúvida que nós, seres de três dimensões temos em entender a Quarta Dimensão. É uma leitura fácil e muito interessante: além da questão do espaço, "Planolândia" aborda questões sociais de uma forma pouco vista, mas muito pertinente. Abaixo, os links recomendados:

Cubismo:
http://www.historiadaarte.com.br/cubismo.html

Texto: Espíritos, Arte e a Quarta Dimensão - Bryan Clair
http://www.ceticismoaberto.com/ciencia/tesser.htm

Einstein e Picasso: Ciência e Arte?
http://www.caiozip.com/einsteinpicasso.htm

Resenha "Planolândia"
http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/3366

E aqui deixo os links de alguns vídeos. Um sobre o Cubismo e outro que tenta mostrar visualmente um objeto de quatro dimensões.

Cubismo:


Cubo 4D:

Tempo e espaço em Filosofia

Segundo Aristóteles, existe uma coisa chamada posição. Ele infere isto a partir do fato de que diferentes objetos podem ocupar o mesmo espaço em tempos diferentes.
Deve-se,assim, distinguir espaço daquilo que há nele. Para se determinar a localização de um objeto, começamos a especificar a região em que ele se encontra e ir reduzindo até chegar ao lugar do próprio objeto. Desse modo, Aristóteles define o lugar de um corpo como sendo o limite do mesmo. Podemos dizer, portanto, que o filósofo grego parece fazer mais uma análise linguística do que proporcionar uma teoria do espaço no sentido em que poderiam fazer os físicos, por exemplo.
A discussão que Aristóteles faz do tempo é semelhante à sua análise de lugar. Os acontecimentos estão dentro de uma sequencia de tempos, assim como os objetos estão dentro de uma sequencia de lugares. Assim como um objeto tem um lugar adequado, um evento tem um tempo adequado.
Para Santo Agostinho, o tempo é um presente tríplice. O presente propriamente dito é a única coisa que realmente existe. O passado existe como memória presente, e o futuro como experiência presente. A essência de sua teoria consiste em enfatizar o caráter subjetivo do tempo, como parte integrante da experiência mental do homem, que é um ser criado.A mesma interpretação subjetiva do tempo se encontra em Kant, que o considera uma forma de entendimento.
Segundo Kant, o espaço e o tempo são duas formas da sensibilidade. Ele define a sensibilidade como uma faculdade de intuição, através da qual os objetos são apreendidos pelo sujeito cognoscente.É preciso distinguir na sensibilidade dois elementos constitutivos: um material e receptivo; outro formal e ativo. A matéria do conhecimento são as impressões que o sujeito recebe dos objetos exteriores, enquanto a forma exprime a ordem na qual essas impressões são colocadas.
Kant tenta demonstrar que espaço e tempo são formas a priori, independentes da experiência sensível. Não é porque o sujeito cognoscente percebe as coisas como exteriores a si que ele forma a noção de espaço. É porque o espaço é uma estrutura inerente à sua sensibilidade que o sujeito cognoscente pode perceber os objetos como relacionados espacialmente.
Em relação ao tempo, a simultaneidade das coisas e sua sucessão não poderiam ser percebidas se a representação do tempo não fosse o fundamento dos sujeitos cognoscentes. Espaço e tempo são, portanto, duas condições sem as quais é impossível conhecer; são duas formas do entendimento humano.
Vimos acima três das muitas teorias filosóficas referentes a tempo e espaço.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Oração ao Tempo


A música pode falar do tempo? Que tempo e espaço a música ocupa?

Oração ao Tempo, de Caetano Veloso

Filosoficamente

O espaço é o meio homogêneo e ilimitado, definido pela exterioridade mútua de suas partes (impenetrabilidade), contendo todas as extensões finitas e no qual a percepção externa situa os objetos sensíveis e seus movimentos. Em outras palavras, sistema de referências graças ao qual podemos pensar a coexistência ou a simultaneidade, no tempo, de dois objetos diferentes.

O tempo, uma das categorias mais fundamentais do pensamento filosófico, juntamente com o espaço, é considerado um dos elementos constitutivos do real e de nossa forma de experimentá-lo. Para Kant, o tempo é uma das formas puras da sensibilidade, sendo, portanto dado a priori, e constituindo uma das condições de possibilidade de nossa experiência do real: "o tempo não é outra coisa que a forma do sentido interno, isto é, da intuição de nós mesmos e de nosso estado interior" (Critica da razão pura).

Definições específicas à parte, o tempo e o espaço sempre foram entendidos e “desvendados” na filosofia de formas diferentes e relativas às formas conhecidas por nós atualmente. Dois termos de grande mistério para definições que desafiaram os filósofos desde seus primórdios, pois, notados, sempre sabidos de sua influência na vida do ser racional, mas nunca definidos na certeza de sua resolução. O que nos cabe aqui enquadrar, é o sentido pessoal que tomamos pelos dois termos em relação ao pensamento aplicado no aprendizado, e nos indagarmos realmente: em que “tempo” e “espaço” nosso “ser” realmente existe? E em quais pretendemos nos enquadrar?

domingo, 16 de março de 2008

Tempos e espaços na Artes

Ao observar uma obra de arte, imediatamente a relacionamos no tempo e no espaço. No tempo ao descobrirmos quando essa obra foi realizada, quanto tempo levou para ser concluída,... Algumas destas informações podem ser descobertas pelo estilo da obra, pois a arte é dividida em períodos característicos, onde alguns estilos marcam algumas épocas. O tempo de realização de uma obra é muito importante também para seu resultado final. Hoje em dia ainda temos obras em que é necessário tempo para observá-las por completo, como obras em vídeo ou obras interativas.
A importância do espaço nas Artes é ainda mais evidente, já que a arte necessita primordialmente de algum espaço para ocorrer, seja o espaço de uma tela, seja o espaço de uma sala ou até mesmo o espaço urbano. Muitas vezes o espaço por si só é objeto de arte. Já na construção da obra, podemos dizer que o espaço influência quando observamos de onde esse artista veio, onde ele vive, como é o local (espaço) que está ao redor dele, que situações ocorrem. Arte implica espaço.
Ainda em relação ao espaço, um dado curioso: os cubistas já abordavam em suas obras a questão da quarta dimensão. Esse tema foi discutido muito na área da Física, inclusive por Albert Einstein.
O tempo e o espaço são dois elementos presentes e visíveis nas Artes, tanto na sua construção, na sua observação e até mesmo no seu ensino.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Como a relação tempo/espaço é vista na Química, na minha opinião!

Olá pessoal!
A Química por se tratar de uma ciência exata, basicamente, tem suas relações espaço/tempo muito limitadas.
Quando falamos em tempo na minha área significa que temos de ter o mesmo ritmo de aprendizado, temos de trabalhar todos como se tivessemos as mesmas habilidades e velocidade de aprendizado, isso, ao meu ver, caracteriza a ausência de individualidade de cada aluno.

Já no que tange o espaço, penso haver uma grande deficiência, seja no aspecto concreto da palavra: estamos limitados às salas de aula e aos laboratórios.
Seja no aspecto abstrato da palavra: os professores nos limitam a usar determinado livro ou material de apoio, avisando, muitas vezes, que não percamos tempo buscando outros materiais, haja vista que o seu material é "completo e suficiente".
Bom pessoal, essa é a minha impressão inicial. Caso esteja cometendo alguma heresia, em qualquer nível, fiquem a vontade para replicar.
Saudações a todos.

Olá para todos!!!

Oi, sou Luiz Damiani da Química. Digo que é um prazer participar dessa atividade diferente e nova, pelo menos para mim, e que ao meu ver será muito proveitosa!!!

sexta-feira, 7 de março de 2008

Bem vindos!!

Gostaria de dar as boas vindas aos novos colegas. E também dizer que de vez em quando vou entrar na página para ver como andam as coisas e, talvez palpitar.
Beijos.

terça-feira, 4 de março de 2008

Novos tempos e espaços

2008. Novo ano letivo. Nova turma. Novos tempos e espaços. As perguntas continuam: que outros tempos e espaços podem atravessar as fronteiras da escola? Quais as possibilidades de inventar outros tempos e espaços na escola? O convite a pensar é este.

Alguns fragmentos de texto para pensar:

“Em termos do espaço e do tempo, a escola moderna foi sendo concebida e montada como a grande – e, (mais recentemente) a mais ampla e universal – máquina de fazer, dos corpos, o objeto do poder disciplinar; e, assim, torná-los dóceis. As conseqüencias disso – seja ao nível individual, seja ao nível populacional – foram imensas. Mas e agora? Diante de todas as grandes e rápidas modificações por que está passando o mundo, qual a importância de continuar fabricado corpos dóceis? E mesmo que isso seja necessário, que papel terá a escola nessa fabricação?”

VEIGA-NETO, Alfredo. Espaços, tempos e disciplinas: as crianças ainda devem ir à escola? In: Alves-Mazzotti, Alda Judith et al. Linguagens , espaços e tempos no ensinar e aprender/Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino (ENDIPE). Rio de Janeiro: DP&A, 2000. p.9-20.


(...) O jardim dos caminhos que se bifurcam é uma imagem incompleta, mas não falsa, do universo tal como o concebia Ts’ui Pen. Diferentemente de Newton e Schopenhauer, seu antepassado não acreditava num tempo uniforme, absoluto. Acreditava em infinitas séries de tempos, numa rede crescente e vertiginosa de tempos divergentes, convergentes e paralelos. Essa trama de tempos que se aproxima, se bifurcam, se cortam ou que secularmente se ignoram, abrange todas as possibilidades. Não existimos na maioria desses tempos; nalguns existe o senhor e não eu. Noutros, eu, não o senhor; noutros, os dois. Neste, que um acaso favorável me surpreende, o senhor chegou a minha casa; noutro, o senhor, ao atravessar o jardim, encontrou-me morto; noutro, digo essas mesmas palavras, mas sou um erro, um fantasma. (...)

(Fragmento de O jardim dos caminhos que se bifurcam. In: Borges, Jorge Luis. Ficções. Porto Alegre: Globo, 1970.)


És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...
Compositor de destinos
Tambor de todos os rítmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...
Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos

Tempo tempo tempo tempo...

“Oração ao tempo”, Caetano Veloso