O Bairro Oficial e o Bairro Vivido
Existe o bairro dos poderes públicos, dos logradouros criados por decreto, do ângulo reto traçado na prancheta e na tela do computador, dos limites definidos, da funcionalidade...e também um outro/mesmo bairro......o dos moradores e usuários, dos espaços nomeados pelo costume, das curvas sinuosas traçadas pelos percursos cotidianos, dos limites fluídos, da afetividade.“Bairros” esses delineados a partir de dois olhares distintos: um que busca apreender o conjunto, a totalidade, própria de processos técnicos que organizam um poder onividente, capaz de apoderar-se do espaço e de lê-lo abstraindo a multiplicidade e o tumulto das práticas sociais cotidianas; outro que tenta acompanhar os “praticantes ordinários da cidade”, os caminhantes, os pedestres, cujos corpos obedecem aos cheios e vazios de um texto urbano que escrevem sem poder lê-lo.“Bairros” que, ao longo do tempo, conflitam, mas também se interpenetram e se confundem: o vivido, não raras vezes, ganha oficialidade, e os marcos oficiais são, seguidamente, absorvidos pelos afetos.DE CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994. Citações das pp. 170-1.“Consideramos o Bom Fim um país – um pequeno país, não um bairro em Porto Alegre.” (Moacyr Scliar)
O convite é que cada um faça um post no blog apresentando uma visão de como vive a cidade de Porto Alegre (ou Grande Porto Alegre) ou seu bairro (textos, imagens, vídeos, etc). Quantas cidades há em uma cidade?
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