quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Primeira oficina 2009/02






Então pessoal algumas imagens da oficina da Fernanda que abriu "os trabalhos" esse semestre. Parece que sua dinâmica vai ajudar a turma a se conhecer melhor e "quebrar o gelo". Semana que vem teremos o pessoal do teatro. O que será que nos aguarda?!

Roteiro para oficina


- Título (crie um título pra sua oficina de acordo com o que pretende trabalhar).
- Apresentação (Conte um pouco sobre a sua idéia, o que levou você a pensar nessa proposta).
- Objetivos (o que pretende com essa oficina, que conteúdos pretende desenvolver).
- Organização das atividades (descreva a ordem das atividades, como pretende orientar a turma).
- Referências bibliográficas ou leituras indicadas (quais os autores que você usou como referência ou inspiração para organizar essa proposta e o que você indica aos colegas se desejarem aprofundar os assuntos tratados na sua oficina).

OBS1: Envie para mim e para Prof. Luciana a sua proposta com alguma antecedência para que possamos pensar juntas(os) sobre a proposta.

OBS2: Agende com antecedência os materiais que você deseja usar . O departamento tem: aparelho de som, multimídia, TV e DVD, laboratório de informática... mas também tem muitos alunos. Por isso, para não correr o risco de ser obrigado a mudar na ultima hora, programe-se. Pensar em como e nas estratégias que usará para pôr em prática suas idéias faz parte das atribuições de um professor, bem como, ter um plano B. A central de produções fica no oitavo andar


As dicas entre parênteses são apenas para apontar algum caminho para os que não tem a menor idéia de como fazer, vocês podem e devem ir além disso.

Bom trabalho!


terça-feira, 22 de setembro de 2009

Olavo Bilac : Ora (direis) ouvir estrelas!

Como fazer com que as novas gerações contemplem o céu e amem as estrelas... desenvolvam um sentimento forte de preservação buscando a manutenção da limpidez deste céu e, principalmente, a limpidez do caráter que não se vende e luta pela harmonia entre o meio ambiente e seus usuários.

XIII

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto ...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."

(*) Soneto XIII da obra Via-Láctea

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

pequena pesquisa/notícia que vi na web:

O direito à escuridão noturna
Combater a poluição luminosa ― um malefício para a economia, o ambiente e a astrofísica― é mais simples do que se pensa
Augusto Damineli
Edição Online - 15/06/2009

http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=5670&bd=2&pg=1&lg

domingo, 20 de setembro de 2009

O meu (nosso) lugar no tempo e no espaço...

"...é incrível como algumas vezes naõ dá pra negar que o universo conspira a favor das coisas! Na mesma semana em que fui observar meu lugar no univers, na disciplina de Tempor e Espaços Escolares, na disciplina de Seminário de estudos I, lendo Vigotski em A Função Social da Mente, redescubro que o tempo e o espaço..., aliás o tempo é o espaço! pode parecer piração, recomendo que leiam o livro onde o que vou tentar trazer está melhor explicado possívelmente, mas não é no capítulo 3 sobre memória descobrimos que a memória humana passou por uma mudança de paradigma na sua evolução devido ao advento da sociedade: os hominídeos eram nômades, seguiam pela vida conforme a oferta de alimentos que o ambiente çlhe oferecia, com o tempo memorizava a rota em memória fotográfica, mas "não tinha" tempo embutido nessa relação, só movimento e necessidade - crê-se -, pois bem, lá pelas tantas descobriu a agricultura, o fogo etc. e fixou moradia, foi aí que o tempo passou a existir, pois o nosso antepassado comço a prestar atenção nas estações, no movimento dos animais de migração, no cicoo das plantar e o tempo que conhcemos começou a se formar, e a consciência de mundo fi se ampliando. Assim demo-nos conta do mundo a nossa volta e começamos a explora-lo além da rota conhecida, e tivemos que dar jeito de nos orientarmos no tempo e no espaço, surgiram o s primeiros calendários de nós, marcas na madeira, argila, buscamos pontos de referências e onde não os havia, os criamos: as constelações.
Bom se tempo e espaço, como saber o meu lugar no espaço sem perceber o tempo, recriando o processo de uma espe´cie na própria, e o espaço então, como não mirá-lo?
Para mim que cresci vendo estrelas cadentes, que esperava a noite pra achar o Cruseiro do Sul, que ia altas horas pra rua ver eclipses lunares, buscar constelações de atlas na mão e pasei muito frio para ver em noite de serração "arco-íris na lua" isso é muito difícil e triste de perceber...
Como psicopedagoga, tenho conhecimento e compreensão, ainda maior do que quando ia pra rua descobrir o céu, do quanto é importante oferecer para uma pessoa meios de construir as noções de tempo e espaço para que possa construir todos os próximos que precisar e quiser na sua vida de aprendente (ad eternum), sei que são os dois ultimos que elaboramos no desenvolvimento cognitivo por serem os mais complexos, e entendo porque tantos tem problema de organização e similares que geram problemas de aprendizagem a partir daí.
Como professora em formação, penso que o céu é o limite(!), seja o céu visto pela fresta no teto que faz goteira e poça no chão, o céu da boca, o céu da laranja do céu, o céu do nome da menina, o céudo dia o céu da noite e tantos céus quantos os alunos nos trouxerem, mesmo o que só é visto pela tv e o video game!
Como professora vejo a importância de levar meus alunos ao céu, e estar preparada para seu encantamento ou sua frustração que podem se converter um no outro conforme o momento, pois o universo é o maior espaço que ocupamos, o nosso espaço, temos que sabê-lo mas para nós, nosso conhecimento, utilidade e, quem sabe, deleite, tal os homens primitivos.
O céu é o limite, nosso lugar no espaço.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Meu céu cor-de-rosa

Lá pelas 23 horas do dia da noite 15 de setembro de 2009, o (meu) céu estava assim:

Foto do Céu em 15 Set 2009 Na realidade, as imagens estavam mais para cor-de-rosa, pela longa exposição (15s) e grande quantidade de luz no céu. (Nada que um clique no Picasa não resolva.)

Eu entendo o porquê das crianças não conhecerem as “Três Marias”: como podem conhecer estrelas se nem o céu elas enxergam? E, quando conseguem ver um pedacinho do firmamento ele não passa de uma massa homogênea com uma cor meio estranha e poucas estrelas fraquejantes.¹ A descrição do céu é assim mesmo, sem vírgulas, para ser lida bem rápida, pois é assim ou já tem novamente um prédio na frente.

Agora me digam: como nós podemos querer que as crianças almejem o céu e queiram voar se elas não o enxergam?

Querer instigar a imaginação pressupõe também um oferecimento de repertório de partida para esta imaginação. É necessária a existência da maçã para que ocorra a pergunta de onde ela vem? e se instaure o desejo de ter uma macieira em casa.

Pergunta: Como oferecer uma maçã se continuamos pedindo para alunos estudantes² do ensino médio pintar discos de cores? Onde azul, vermelho e amarelo continuam sendo as primárias: ciano, magenta e amarelo que é bom, NADA! Além do mais, qual a real importância em se pintar um disco de cores?

Por que não “cobrir as janelas de celofane” e realmente vivenciar um “mundo cor-de-rosa”?

Link para construção de um Espectroscópio de caixa de fósforo!!!Se bem me lembro, tem na exposição um buraco de fechadura onde se pode ver o fim do arco-íris. Ou seria o começo? [ Onde que fica, afinal, o tesouro dos duendes??]
No caso, o engenhoso aparato possibilita ver por quais cores a luz é formada e, a partir da presença ou ausência de determinadas cores, determinar que metais constituem a lâmpada (ou o emissor da luz).

Como eu sou das artes visuais, isso não me interessa. Deixa essas coisas com metais pro povo da química! Que louco diria isso!

Só vivendo em um mundo esquizofrênico para que as coisas sejam assim.³
O que seria da pintura sem os metais? Não teríamos o azul cobalto, branco titânio, laranja cádmio...
E a fotografia? O Nitrato de Prata?? O Citrato Férrico?? O Ácido Tartárico??? O Hipossulfito de Sódio???
Foto não é só química: tem muita física também. Tem todos os processos de refração, difusão: luz refletida e registrada no negativo (ou no sensor da máquina digital). A fotografia é um registro de uma situação de luz, um registro que não sabemos por quanto tempo irá durar.

Quando olhamos para o céu de noite, também temos um registro de luz. Quantas dessas estrelas não deixaram de existir a milhões/bilhões de anos? e só sua luz continua chegando até nós?

_____________

¹ No meu caso [o da foto] ficou entre um cinza rosa alaranjado – bem estranho, meio sujo e indefinido.
² Estudantes, pois eles são como estrelas: possuem luz própria. Não refletem apenas a luz dos outro, como míseros planetas que são verdadeiros alunos (sem luz).
³ É impressão minha ou nossa educação é “meio” esquizofrênica??

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Poeira no espaço

A primeira vez que fui a essa exposição pensei muitas coisas, mas a que mais me tocou foi a sensação de não saber exatamente o que sou. Parece que essa pequena mostra que a astronomia nos traz de nossa pequenez, das infinitas possibilidades de sermos, dessa constante impermanência do universo me faz pensar no sentido da vida (pode parecer piegas, mas talvez seja). Tive uma sensação parecida quando comecei a pensar em o que realmente significava ser brasileira. Não sou descendente de índios, não sou negra, não sou européia. Logo, sou uma branca misturada conservando a invasão e exploração de uma terra por meio da imposição de uma cultura que não me reconhece. E também não sou nada disso, talvez seja melhor me definir como uma poeira estrelar. Acho que estou com problemas com a minha identidade.


Estamos "economizando" as nossas experiências?




Para contextualizar a nossa discussão de hoje: afinal tudo vem do supermercado? Não precisamos mais de árvores, macieiras, laranjeiras, pessegueiros?? Sem nostalgia: que geração é essa que vem por aí que não sabe mais o que são "Três Marias", que não olha pro céu, que não sabe que o leite vem da vaca e a maçã da macieira?  A pensar...

Aguardo comentários.



Algo que me pôs a pensar....
Em um momento depois da visita à exposição nós conversamos sobre o efeito direto que tudo que vimos ali tem nas nossas vidas, diariamente. E depois foi falado algo sobre o efeito que o sol tem no nosso humor, por exemplo a calmaria dos bahianos....
Agora, por que raios eu pensei nisso não sei: o efeito da lua cheia em nós, por causa de nossos antepassados...? não?...bem, na minha cabeça fez sentido... Quando não existia energia elétrica....imaaaaagino que qualquer atividade noturna só seria possível em noites de lua cheia. Quem mora mais pros lados de lá sabe bem que só com lua cheia se consegue fazer algo sem necessidade de lanterna, por exemplo....viajar! Então logicamente, qualquer festa ou viagem ou fuga ou farra ou etc. ocorreria nesse tempo, nesse mês, mais iluminado.
Eu acredito (e agora entram minhas filosofias nada cientificamente comprovadas) que exista uma memória que se passa, de gene em gene, pai, pra filho, pra neto....
Será que é porisso que ficamos mais sensíveis, ou românticos, ou alterados nessa época?

Não consigo parar de imaginar muitas cabecinhas criando suas próprias constelações em uma aula de artes!....

Sobre o universo...

PLANETAS ANÕES??? CARAMBA!!!

Onde andavam meus professores de geografia
Cadê nos livros didáticos
Que eu ainda não sabia que, pra além de Plutão,
TINHA MAIS COISA?

Sou dos últimos privilegiados que sabem que a maçã não vem do Zaffari. Talvez por isso, saber da existência de Planetas Anões mude a minha vida, de alguma forma poética - e indispensável.

Se como professor eu puder propagar a idéia de que uma certa poesia é indispensável... tô feliz!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Em casa, no universo

Qual o tamanho da nossa casa? Qual o tamanho do universo? Temos idéia da dimensão que ocupamos no universo? O que há no céu, além daqueles pontinhos luminosos que vemos timidamente entre as luzes da cidade? Olhamos para o céu? Alguém sabe em que fase da Lua estamos? Desde muito tempo, homens e mulheres olham para o céu tentando decifrar os enigmas que se apresentam aos nossos olhos, com ferramentas rudimentares como as primeiras lunetas ou com os potentes telescópios... Mas o quanto sabemos de astronomia? E de que forma esse conhecimento afeta nossas vidas? E o que as nossas áreas de conhecimento tem a ver com tudo isso?

Vamos descobrir?

Visita ao Museu da UFRGS - dia 15/09/2009 - às 10h30 - Exposição "Em casa, no universo" - http://www.museu.ufrgs.br/emcasanouniverso/index.html 

Nos vemos por lá.

OS TEMPOS/ESPAÇOS PODEM SER ILIMITADOS

SE ESTIVEREM

DENTRO

DE



CADA


UM DE NÓS... COLORIDOS... FELIZES...

SÓ PRECISAMOS PERCEBER!

O PROJETO QUE DESENVOLVO COM MEUS ALUNOS, BUSCA TRANSFORMAR O OLHAR ACOSTUMADO, CONFORMADO COM ESSE COTIDIANO DE VIOLÊNCIA, DE MORTE E DE PERDAS EM UMA AÇÃO CONCRETA DE DESCARTAR ESSAS CENAS TÃO BANALIZADAS PARA DAR LUGAR A PERCEPÇÃO DE PEQUENAS COISAS QUE VALORIZAM POSITIVAMENTE O NOSSO BAIRRO. CONSEQUENTEMENTE, NOSSAS VIDAS.
TROCAR DE "LENTES" , EXERCITAR O OLHAR PARA DESCOBRIR NESSE TRAJETO A INFINIDADE DE BELEZAS QUE NOS CERCA E QUE NEM PERCEBEMOS..PASSA BATIDO.

sábado, 12 de setembro de 2009

Sina de Oficina

Este é um dos trabalhos que estão me deixamdo mais animada e ansiosa este semestre!
Por muitos motivos, entre eles o fato de ter escolhido trazer para a turma uma dinâmica que cirei antes para intervenção com uma dupla com que tive a oportunidade de trabalhar. claro que isso implicará em basicamente um recriação, afinal agora não são mais pessoas de 11 a 15 anos, o objetivo é outro, as reações são outras... tudo é novo!

o desafio é realmente excitante, é me apresentar como professora e com as responsabilidades que isso implica.

É apavorante não saber o que os colegas vão achar, não ter qualquer noção de como serão suas reações e interações, e ao mesmo tempo tentador; além disso há o fato de iniciar a apresentações!...

Uh...

é, definitivamente tempo!
Tempo de rever os planos, organizar no papel as idéias, pensar num plano B, tentar antever as necessitades e dificuladades que alguém pode apresentar, formas de atendê-las beneficiando a aprendizagem e interação de todos, ....


É, sem dúvidas, espaço!
Espaço de partilha de experiência e experiências, de repensagem, de adaptação, de aprendizagem, de ensino, de críticas, de apoio, de ... de oficina...

Ô sina! abençoada sina!:)

colegas preparem-se! hehe...

terça-feira, 8 de setembro de 2009


Contive para lançamento de livro dentro da programação do POA Em Cena. Apareçam!

aula de 08/09

Sai da aula pensando nas formas como cada grupo resolveu sua apresentação e propôs relações interessantes.
O primeiro grupo foi mais teatral, mas mesmo assim, optou por uma relação teatral bem contemporânea inserindo os espectadores na cena, a ponto das pessoas desejarem saber do se tratava realmente.
O segundo grupo optou por uma relação com a escuta. E como realmente acontece aquela máxima: "quem conta um conto aumenta um ponto", nesse caso diminuiu, eheheheh. No entanto, não deixou de instigar a todos sobre qual era a frase inicial e do que se tratava o texto.
O terceiro, mexeu com a relação do espaço, optou pela formação triangular, tida por muitos diretores teatrais como ideal para ocupação do espaço e fez como se fosse uma explanação.
Penso que as três formas foram muito eficazes em provocar as discussões e colocar pontos relevantes das matérias escolhidas e também nos permitiram rir um pouco.
Me parece que se pode rir e falar sério ao mesmo tempo. OU não?

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

VVP...

Voltei com o vídeo prometido!

Ele faz parte do projeto que desenvolvo com meus alunos e que extrapola o espaço escolar para derramar nossos olhares sobre o bairro que moramos (os alunos e eu) para atribuirmos significados positivos, sobrepondo-os à pecha de bairro mais violento/mais perigoso/zona de traficantes... Mostrar através do nosso ir e vir à escola que há, sim, motivos de orgulho, paisagens bonitas, natureza preservada, entre outras tantas coisas boas e bonitas.




terça-feira, 1 de setembro de 2009

Os tempos e espaços destinados ao teatro na escola

O texto que escolhi para postar aqui é um trecho do artigo "Multiplicidades da cena contemporânea e suas implicações no ensino e na pesquisa com teatro", do Prof. Dr. João Pedro Alcântara Gil, professor e atual chefe do Departamento de Arte Dramática da UFRGS.

Escolhi este trecho do artigo porque fala sobre como a prática de teatro é usada para auxiliar o desenvolvimento de conteúdos de outras disciplinas do currículo escolar. Provavelmente, todos nós fizemos alguma atividade teatral na escola comandada/sugerida pelo(a) professor(a) de história, litaratura, religião... Nas escolas em que estudei não havia aulas de teatro. Nas aulas de artes - ou "Educação artística", como preferirem chamar - geralmente trabalhávamos com técnicas de desenho e artesanato em geral. As poucas atividades relacionadas com teatro eram desenvolvidas pelos professores de outras disciplinas como método para trabalhar o conteúdo de forma mais divertida e dinâmica.

Acho, sim, muito válida esta prática, mas me pergunto o quanto o teatro - como arte propriamente dita - não poderia ser trabalhado dentro do tempo e espaço destinados às artes visuais.

Convido-os, então, a acompanhar o texto que eu trouxe e compartilhar desta reflexão comigo.Obviamente, quaisquer outros questionamentos e reflexões serão muitíssimo bem-vindos.

"(...) Não é difícil entender a lógica tecnicista. A reprodução dos valores e concepções dominantes na época tornaram o produtivismo e a eficiência a curto prazo como normas para a sociedade. Os meios para atingir estas metas eram priorizados em detrimento da qualidade na formação dos professores. Por sua vez, considerando que o desenvolvimento é previamente planejado, o tecnicismo também se aplicou ao teatro para desenvolver técnicas de ensino eficientes e produtivas. Importa aqui resolver as dificuldades de aprendizagem como se a arte fosse um remédio. Neste sentido um bom número de trabalhos é publicado na perspectiva de solucionar problemas, especialmente de alfabetização, sem possibilidades para a reflexão. A pedagogia tecnicista na arte buscou atender à divisão social do trabalho, através da criação de cursos rápidos de formação. O teatro “servia” nesta tendência como facilitador dos processos de aprendizagem e aglutinador das diferentes modalidades artísticas. A ênfase dada aos meios e não aos fins, a quantidade e não a qualidade impõe uma prática artística e pedagógica centrada não em si mesmo, mas no conhecimento alheio. Para tanto o teatro é muito útil, na medida em facilita a aprendizagem de forma mais prazerosa. Para os autores desta corrente o teatro é um meio natural de estudo. A representação de fatos históricos é exemplar para caraterizar o teatro como forma de instruir, divertindo. O método dramático para “transmitir” conteúdos é divulgado na disciplina Didática como “dramatizações”, técnica de ensino eficiente para a aprendizagem. A arte enquanto obra, isto é, um objeto fabricado, um produto, tal como uma escultura, uma música, uma peça de teatro ou mesmo enquanto processo social que envolve múltiplas determinações, não é necessária. O que importa é a sua utilidade, como instrumento de outras práticas educativas. O fim utilitário das artes se encontra no artesanato, no folclore, na encenação de peças para a higiene bucal. Quer dizer, não havia distinção entre cultura e arte. Enfim, a arte, como Weber6 assinala, é tida como salvação da cultura num mundo em decadência, não importa como isto possa ser interpretado. A ascenção da indústria cultural marca um processo de subordinação crescente da produção artística ao processo de produção capitalista.

Nossas licenciaturas em artes foram se adaptando ao tecnicismo com o tempo. No caso da Arte Dramática, até 2005 o curso era de Educação Artística com habilitação em Artes Cênicas. Duas polivalências ao mesmo tempo. Da própria educação artística e também das artes cênicas, que reúne desde o circo até a dança, passando por shows e variedades. A confusão nesta área continua grande. Para se ter uma idéia, a Escola de Educação Física da UFRGS foi quem abriu recentemente o Curso de Licenciatura em Dança. Mas aí é outra discussão.

Com a decretação da Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 (art. 26, segundo parágrafo), e, em seguida, a elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais, em 1997/98, surge o ensino das artes em suas diversas modalidades. O que mudou este tempo todo? Quais os reflexos da Educação Artística na criação e na pedagogia das artes? Como o teatro repercute esta transformações no ensino e na pesquisa? (...)"

6“Proporciona uma salvação das rotinas da vida cotidiana e especialmente das crescentes pressões do racionalismo teórico e prático” (WEBER, 1971:391)

Desejos e Possibilidades

Como eu queria um teletransporte como o da Enterprise!...
...E possuir alguns clones meus para poder estar em vários lugares ao mesmo tempo.
Não estou nem pedindo a máquina do tempo: poder viajar para frente ou para trás por diferentes espaços temporais.

Penso a Educação (seja em arte, química ou educação física) como sendo esse teletransporte, essa máquina do tempo.
Poder conhecer, pensar - e, sobretudo, viver - outras possibilidades.
Questionar o que somos (ou quem somos, se você preferir. No caso, quem no plural) e transgredir a linha que limita o nosso claustro.
Sair do lugar comum e nos apropriar de todos os espaços que nos são oferecidos (sejam estes temporais, físicos ou metafísicos...). E lutar pelos outros espaços que desejamos.

Meus espaços são agora. (ou seria o tempo agora e o espaço este???)

Quem disse que todos tem que sentar e aprender na mesma hora e local?

Na minha mais recente experiência em sala de aula com psicopedagoga institucional, entretando embuida pelos alunos da escola do papel de professora, pude experimentar, mais intimamente o que conhecia muito, antes, princialmente pelo discurso de colegas tanto de Psicopedagogia commo de Licenciatura. A pergunta que dá título a este texto me seguiu, nortiou, orientou e desnortou muitas vezes no ano passado quando assumi a desfiadora tarefa de trabalhar com todas as turmas da escola, numa tentativa de um real atendimento institucional. Realmente a proposta funcionou com alguns e com outros nem tanto, mas pude ver que realmente cada um tem seu tempo e espaço aprendizagem - omito o "de" de propósito entre as palavras tempo e espaço da palavra aprendizagem, por compreender que não só instãncias onde a aprendizagem se dá, mas são aprendizagens também, seguindo o meu arcabolço teórico e por minhas observações.

A intensa experiência que vivi em seis meses aproximadamente, considerando as particularidades do espaçotempo escolar, me levou a entender melhor que, para auxiliar orientar as pessoas na caminhada educacional formalmente reconhecida, é preciso conseguir se orientar e auxiliar em auto atendimento, de ourtos e dos próprios sujeitos a quem se pretende auxiliar. Complicado isso não? mas tenho certeza de que os colegas que lerem isso e tem a experiência de sala de aula vão entender o que tento expressar aqui.

A sala de aula, não ignorando os outros espaços escolares que aqui estarão doravante incluídos no conceito "sala de aula", mostra ilustradamente que cada um tem seu tempoespaço aprendizagens; eu naturalmente pretendi dar mais atenção a quem mais precisava, como um médico eu fui ao encontro dos que apresentavam maior emergência, mas não foi o suficiente, para vínculos resistentes e eficientes, para gerar o resultado que a escola esperava do grupo, para que eles se dessem conta do que realmente azíamos e construímos nos nosso encontros.

Infinitas vezes chamada de professora, mesmo não estando lá para atuar como tal, acabei percebendo as dificuldades daqueles aprendentes, ví muitas inteligências, mas muitas dificuldades em demostrálas, pessoinhas com muito racicínio lógico e ainda sem a noção de número bem constituída, diferenças trabalhando contra a aprendizagem, quando podiam promovê-la, e aí a falta de um trabalho einterdisciplinar, até multidisciplinar que fosse, entre a equipe docente para dar conta dessa necessidade encontrada em todas as turmas. Me pergunto se progetarmos suas tragetórias escolares dali pra frente, que estudantes receberam as turmas do ensino fundamental que se seguem? e como nós professores de disciplinas variadas os receberemos? temos em vista este tipo de aprendizes ou temos ainda a imagem de alunos ideais em mente, tão fora da realidade que encontramos hoje em qualquer sistema de ensino?
gostaria da interação dos colegas para saber sobre suas opniões e atitudes a respeito...

P'rá que pressa se o tempo não acaba...

A Arte não tem semáforos para limitar as (cri)ações. Paradas para reflexões, contextualizações, (con)vivências e relações sensoriais...
Ah, lembrei de uma frase que (se o tempo não me fez confundir) estava inserida em uma piada que falava sobre um matuto mineiro que pescava junto ao açude por muito e muito tempo e que ao ser cobrado por isso disse:
"- uai, p'rá que pressa, se o tempo não acaba?"

Que dimensão tem o tempo?
"... correndo para pegar nosso lugar no futuro..." Que lugar? O que sabemos sobre o tempo imediatamente após o agora?
E o tempo da Arte, como se reflete?
No ócio, ele está em "pause" ? Mas não é um espaço/tempo criativo?
Na História da Arte dividido em tempos/espaços sociais refletidos nos tempos/espaços sociais do olhar de cada artista?
Nos espaços escolares os tempos/espaços para ultrapassar as fronteiras tem a dimensão das relações de poder das instituições ou o tempo de quem conduz as salas de aula?
O sujeito que corre atrás do futuro tem tempo para apreciar o aqui e o agora que em segundos vira passado e não volta mais?
Que dimensão tem o tempo? E o espaço? Sem atribuição de significado para todos, funciona?
Dezessete anos podem estar contidos no tempo mínimo de um vídeo?

Dá um tempo?
o espaço pedagógico regular acabou... mas como o "tempo não acaba"... eu volto logo mais com o vídeo!

oo:28 infelizmente meu tempo/espaço de "vida útil" acabou... a tecnologia venceu o 1º round.

Como fazer?

É imensa a interferênia do espaço para o teatro. Dentro da escola, é uma ferramenta a ser utilizado com os alunos, inclusive, como atrativo. Alunos que estão acostumados a uma forma convencional, arrastar as classes e cadeiras todos os dias em que a aula é de teatro, e mesmo os que dispõe de uma sala específica para a prática teatral acostumam-se a esta convenção; é aquela sala, daquele jeito, com tais regras... A ruptura destes espaços provoca nestes alunos o gosto da novidade, e o inesperado desperta consequentemente a atenção.
Me pergunto, o quanto essas atividades contribuem para o processo criativo dos alunos? Uma aula de teatro no pátio da escola, com referências completamente diferentes das habituais, onde o espaço não é mais limitado pelas paredes da sala, ele é convencionado a partir de um acordo de grupo, logo, a "inspiração" dentro do trabalho se transforma quando as cores comuns mudam, os sons se intensificam e até o chão muda a textura.
Na última aula, discutimos a questão das artes e a opinião de alguns de que "aula de artes/teatro é brincadeira". Analisando sob este aspecto, a ruptura do espaço convencional pode ser vista como mais uma "brincadeira" do que o próprio desafio. A diferença se dá na resposta dos alunos. Eles souberam aproveitar a proposta?
Ok. Não é só responsabilidade do aluno, O próprio professor deve fazer sua auto-avaliação. A proposta foi bem colocada? Os alunos estavam preparados?

Deixo aqui a reflexão.
Romper com estes espaços, sim. Acredito e vejo resultados. Mas não é fazer pelo fazer, há de se pensar e articular uma proposta fundamentada, bem como perceber a turma que se tem. Afinal...

Aula de teatro pode ser diversão, mas não é brincadeira.

Sobre como o tempo o espaço influenciaram na minha decisão.

Inspirada pelo ideal de que a educação é a única forma de "mudar o mundo", fui cursar Licenciatura em História.
No entanto, a perspectiva de passar minhas horas fechada com os alunos dentro de uma sala de aula, sendo obrigada a ensinar conteúdos tão distantes da realidade deles, me fez pensar que o curso talvez não fosse a melhor opção.
Mudei para o teatro.

xxx

Final de semana passado, conversando com um amigo que concluiu o curso de História e que está dando aulas na rede pública, fiquei sabendo que ele dava aulas no pátio, e que sua prática incluía espaço para a criatividade: "Depois trabahar o conteudo, pedi aos alunos que inventassem uma história que se passasse naquela época".

xxx

Quem sabe se uma disciplina como essa, que problematiza esse espaço-tempo escolar,não teria sido capaz de mudar o curso da minha história?

Pergunta sem resposta.

xxx

Quando entrei no Teatro, dizia que "agora sim" teria espaço para atividades multidisciplinares. Que "agora sim" os alunos estaria mais receptivos às minhas propostas. "Agora sim, agora sim". O teatro transformaria a todos, e seríamos todos felizes.

Pensamento, no mínimo, inocente.

xxx

Mas afinal, o que me fez acreditar que as coisas não podiam ser diferentes? Quem foi que disse que eu não poderia levar meus alunos para o pátio, para a cozinha, ou para qualquer outro lugar?
Sou levada a crer que a prática dos meu professores de História que tive na infância, modelaram minha forma de pensar a docência nessa área, e que por falta de provocação (ou mesmo por falta de paixão pelos conteúdos) não fui capaz de fazer esse confronto, assim como meu amigo fez.

Enfim.

Assim como a crença no potencial transformador da educação, creio que também a arte cumpre esse papel pois problematiza e da espaço para novos olhares.
Amo meu curso, e cada vez mais tenho a certeza de que fiz a melhor escolha.

Tempos e Espaços e a Química

As ciências, ao contrário da Filosofia e da Matemática que partem da observação de que todos temos acesso, têm como particularidade buscar nas experiênicas especiais sua principal fonte de descobertas. Por exemplo, Newton criou sua teoria da gravitação uviversal a partir dos dados de que dispunha sobre as órbitas dos planetas; a descoberta do vidro se deu pela observação de que a mistura de determindados materiais resultava num composto com propriedades novas.

Para aproximar os alunos dos conteúdos que lhes são transmitidos, é preciso que eles tenham acesso a, ao menos, algumas dessa observações especiais. Se o professor ficar restrito à sala de alua, não poderá atingir tal objetivo. Por isso, se faz necessário o trabalho não apenas no laboratório, mas em ambientes que auxiliem na compreensão e na contrução do conhecimento científico.

Na Química, há relação íntima entre os conteúdos estudados: como regra, os conteúdos do segundo ano do Esnino Médio dependem dos do primeiro. Isso permite que o professor, a partir de um mesmo experimento ou da abordagem de uma teoria, consiga expor a relação entre estudos temporalmente distantes, e mostrar que as teorias complexas podem ser decompostas naquelas mais fundamentais de que contituídas, aquelas que o aluno já tem conhecimento.

7 de julho de 1966

Contemplo a sós o mar
e penso...
Vejo as ondas em agitado movimento...
São montanhas de moléculas,
cada uma indiferente às outras...
triliões as separam
formam, porém, em uníssono a branca espuma.

Idades primevas sucessivas...
'inda as ondas não eram por humanos olhos visíveis
ano após ano, tão estrondosamente
como agora, batiam nas praias.
Para quem, para quê?...
num planeta ainda sem vida,
um espectáculo sem espectadores.

Jamais em repouso...
torturado era o mar pela energia
prodigiosa do Sol...
desperdiçada sem trégua, derramada no espaço.
Uma migalha apenas faz bramir o mar.

Na profundidade dos oceanos, as moléculas
repetiam-se em padrões codificados
e repetindo-se, repetindo-se sem fim,
moléculas mais complexas formaram.
Novas e outras iguais a si...
E uma dança original iniciaram.

Crescendo em tamanho, escolheram a via da
complexidade...
Eis, por fim, a vida, multidões de átomos,
ADN, proteínas...
Sempre, sempre embalando-se em estrutura complicada.

Saídos já do berço-mar, agora
terrestres...
átomos que ponderam,
matéria observadora.

À beira-mar...
um Eu...
Pergunta e pergunta-se:
um universo de átomos...
um átomo no universo.

Richard P. Feynman, Science and Ideas, A. B. Arons, ed., Prentice-Hall, 1964, p.5


>>> para pensar a Química no espaço tempo, ou a história/percurso/evolução(?) de um átomo...
Trabalho com uma turma de Educação Infantil no município de Canoas e ao participar dessa disciplina penso em buscar outros espaços e explorar os que já tenho para desenvolver o trabalho junto a minha turma para que a nossa aprendizagem seja mais rica e agradável. Em relação ao curso de Letras busco, também associar o aprendizado e as descobertas durante o semestre para enriquecer minha prática. Acho que o ensino de línguas pode ser trabalhado usando muitos recursos como as artes, a informática etc.
Ainda não tinha participado de um blog! Legal essa experiência!

Aula de teatro??? Mas que bagunça é essa?

Desde que eu tenho sete anos de idade me mandam sentar, reproduzir e calar. Desde aquele tempo distante em que eu tinha a ilusão de que tudo é muito interessante e a minha energia era tanta que chegava a respingar dos poros, tentam me disciplinar (vai ver que os respingos sujavam a roupa do professor!). Há anos me dizem que o certo, bom, correto e lindo é o espaço quadrangular com classes quadrangulares, dispostas em uma grade quadrangular, onde o conhecimento é disposto numa superfície quadrangular por um professor quadrangular para alunos cujas mentes devem ser, de preferência, quadrangulares. Nunca me pediram pra olhar para os lados, muito antes pelo contrário. Por que olharia? A informação está à frente, a dispersão aos lados, os perdedores atrás. Tudo era muito simples e eu já tinha até me acostumado a achar tudo isso muito normal...

Mas agora que eu estava bem acomodadinho me aparece este professor de teatro dizendo pra eu arrastar as classes para as paredes, desconfigurando este espaço quadrangular que sempre foi minha referência, pedindo que paremos de agir “cada um no seu quadrado”, querendo que nos toquemos, que haja interação, expressão, criatividade... Que diabo é isso? Eu tinha entendido que quem criava era o professor (se muito!) que expressar alguma coisa era subverter a tal da ordem, e que contato físico tinha que ser no recreio. Eu tinha entendido que isso de ser feliz não tinha nada a ver com colégio, que colégio era pra aprender, e que aprender não tem nada que ver com prazer. Aliás, foi assim mesmo que meu pai e minha mãe me ensinaram: tem o trabalho, que é sério, e o resto do tempo que a gente até pode usar com coisas supérfluas, tipo, ser feliz. Estudar não era pra ser meio que nem trabalhar?

Palhaçada... depois querem que eu entenda alguma coisa. Não me entenda mal, professora, a aula é bem legal, e eu até gosto da senhora. Até parece que na sua aula eu acordo de um cotidiano que nem percebe que eu existo. Até parece que a sala de aula vira outra sala de aula, presente, viva, cheia de cantinhos e cores que eu não sabia que existiam. E eu percebo que tenho até... colegas! E não é só isso... por esquisito que pareça, eu me sinto desafiado na sua aula de teatro, parece que meu corpo, quando se mexe, pensa melhor, ou coisa assim... sei que meu corpo e minha cabeça parecem se entender melhor nessa aula (andava com uma dor nas costas daquela cadeira dura...). Me sinto balançado, sacudido, e nem é chato... ah, não, mas peraí... tem coisa errada. Deve ser chato sim. Porque é aula. E vale nota. Pior, se eu tô aprendendo alguma coisa mesmo (eu disse isso?), então TEM que ser um porre. Desculpa, ‘sôra, vou me sentar e me fechar. Não era essa a expectativa? A sua, a dos meus pais, a do mercado de trabalho? Ah, não... o mercado queria que eu fosse criativo, autônomo, que me relacionasse bem...

Confuso!

Criar meios!



Dentro de artes visuais sempre vão existir infinitas possibilidades de brincar (ou falar mais sério) com tudo que vemos, vivemos, reproduzimos e traduzimos para a construção pessoal de cada criatura. A partir disso, acredito que o meu papel, dentro da proposta da disciplina, vai ser tirar do papel as idéias rotineiras de uma aula de artes e criar um lugar cheio de possibilidades, ou possibilidades cheias de lugares!

“O interior e o exterior são inseparáveis,
eu estou todo fora e o mundo está dentro de mim.”
Merleau-Ponty

conflitos


durante a última aula me questionei sobre alguns temas; e quero compartilhar a minha reflexão com vocês.

gosto de mudar, de lugares novos, novas oportunidades. adorei a idéia do blog!

desejos
desejos são feitos para buscar um objetivo. enquanto desejamos estamos correndo atrás, porém sem desejo nada faz diferença. o ser humano necessita desejar, necessita ser desejado. o professor deseja? claro que sim. talvez nem saiba o que, mas quando entra na sala de aula acaba percebendo claramente que seu desejo é que sua aula seja aceita pelo grupo de alunos. para que seja aceito deve falar de coisas que os que estão na sua frente desejariam conhecer. raramente acerta! e por este motivo acaba desejando que os alunos saibam apenas repetir. na visão do professor nada pode ser maior em importância que o assunto por ele escolhido. e é nesse ponto que aparecem os desgostos. tão importante quanto os desejos, os desgostos mostram que o professor deve repensar sua atividade.

observando
não há nada mais fácil que observar! se todas as pessoas observassem mais e falassem menos, teríamos uma grande probabilidade de destruir o planeta de uma forma menos eficaz que as de hoje em dia. é só olhar ao nosso redor. veremos o estrago irreversível que estamos fazendo.

relações de poder
nada mais normal que conversar. o pai conversa com o filho, o vizinho com outro vizinho, o homem na fila com o seguinte, a pessoa que trabalha com a que esta sendo atendida. na sala de aula o professor em diversas situações conversa com o aluno. conversar é natural, porém muito antes de conversar está a relação de poder. quando alguém impõe sua realidade está naturalmente mostrando que detêm o poder. e não há como dissociar a conversa dessa relação estabelecida. na sala de aula podemos privilegiar a aula dialogada, que na maioria das vezes é um monólogo, ou a aula é 'debatida' que estimula a discussão e provoca os alunos. porém em nenhuma delas o aluno é ouvido como deveria. isso ocorre pelo simples fato de que o professor não pode negociar saberes com o aluno. sua posição de poder está de tal forma estabelecida, que nunca será questionado por um aluno. será?

Há quanto tempo...

Há muitos anos atrás, Paulinho da Viola compôs a música "Sinal fechado". Pois é, há quanto tempo. Mas o tempo e a pressa continuam aí nos instigando a correr sempre "contra o tempo" (ou a favor dele?). Como vivemos tempos e espaços na correria do dia a dia? Estamos todos "correndo para pegar nosso lugar no futuro"? Que tempos e espaços (presentes e futuros) podemos pensar para os espaços educacionais? Este é um dos desafios e um dos convites a reflexão da disciplina.

Hoje, fico com vocês em um tempo e espaço virtual. Aguardo os comentários e os novos posts. Boa aula!




Olá! Como vai?


– Eu vou indo. E você, tudo bem?

– Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro... E

você?

– Tudo bem! Eu vou indo, em busca de um sono tranqüilo...

Quem sabe?

– Quanto tempo!

– Pois é, quanto tempo!

– Me perdoe a pressa - é a alma dos nossos negócios!

– Qual, não tem de quê! Eu também só ando a cem!

– Quando é que você telefona? Precisamos nos ver por aí!

– Pra semana, prometo, talvez nos vejamos...Quem sabe?

– Quanto tempo!

– Pois é...quanto tempo!

– Tanta coisa que eu tinha a dizer, mas eu sumi na poeira das

ruas...

– Eu também tenho algo a dizer, mas me foge à lembrança!

– Por favor, telefone - Eu preciso beber alguma coisa,

rapidamente...

– Pra semana...

– O sinal...

– Eu procuro você...

– Vai abrir, vai abrir...

– Eu prometo, não esqueço, não esqueço...

– Por favor, não esqueça, não esqueça...

– Adeus!

– Adeus!

– Adeus!