quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Roteiro para oficina
- Apresentação (Conte um pouco sobre a sua idéia, o que levou você a pensar nessa proposta).
- Objetivos (o que pretende com essa oficina, que conteúdos pretende desenvolver).
- Organização das atividades (descreva a ordem das atividades, como pretende orientar a turma).
- Referências bibliográficas ou leituras indicadas (quais os autores que você usou como referência ou inspiração para organizar essa proposta e o que você indica aos colegas se desejarem aprofundar os assuntos tratados na sua oficina).
OBS1: Envie para mim e para Prof. Luciana a sua proposta com alguma antecedência para que possamos pensar juntas(os) sobre a proposta.
OBS2: Agende com antecedência os materiais que você deseja usar . O departamento tem: aparelho de som, multimídia, TV e DVD, laboratório de informática... mas também tem muitos alunos. Por isso, para não correr o risco de ser obrigado a mudar na ultima hora, programe-se. Pensar em como e nas estratégias que usará para pôr em prática suas idéias faz parte das atribuições de um professor, bem como, ter um plano B. A central de produções fica no oitavo andar
As dicas entre parênteses são apenas para apontar algum caminho para os que não tem a menor idéia de como fazer, vocês podem e devem ir além disso.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Olavo Bilac : Ora (direis) ouvir estrelas!
XIII
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto ...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."
(*) Soneto XIII da obra Via-Láctea
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
O direito à escuridão noturna
Combater a poluição luminosa ― um malefício para a economia, o ambiente e a astrofísica― é mais simples do que se pensa
Augusto Damineli
Edição Online - 15/06/2009
http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=5670&bd=2&pg=1&lg
domingo, 20 de setembro de 2009
O meu (nosso) lugar no tempo e no espaço...
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Meu céu cor-de-rosa
Na realidade, as imagens estavam mais para cor-de-rosa, pela longa exposição (15s) e grande quantidade de luz no céu. (Nada que um clique no Picasa não resolva.)
Eu entendo o porquê das crianças não conhecerem as “Três Marias”: como podem conhecer estrelas se nem o céu elas enxergam? E, quando conseguem ver um pedacinho do firmamento ele não passa de uma massa homogênea com uma cor meio estranha e poucas estrelas fraquejantes.¹ A descrição do céu é assim mesmo, sem vírgulas, para ser lida bem rápida, pois é assim ou já tem novamente um prédio na frente.
Agora me digam: como nós podemos querer que as crianças almejem o céu e queiram voar se elas não o enxergam?
Querer instigar a imaginação pressupõe também um oferecimento de repertório de partida para esta imaginação. É necessária a existência da maçã para que ocorra a pergunta de onde ela vem? e se instaure o desejo de ter uma macieira em casa.
Pergunta: Como oferecer uma maçã se continuamos pedindo para alunos estudantes² do ensino médio pintar discos de cores? Onde azul, vermelho e amarelo continuam sendo as primárias: ciano, magenta e amarelo que é bom, NADA! Além do mais, qual a real importância em se pintar um disco de cores?
Por que não “cobrir as janelas de celofane” e realmente vivenciar um “mundo cor-de-rosa”?
Se bem me lembro, tem na exposição um buraco de fechadura onde se pode ver o fim do arco-íris. Ou seria o começo? [ Onde que fica, afinal, o tesouro dos duendes??]
No caso, o engenhoso aparato possibilita ver por quais cores a luz é formada e, a partir da presença ou ausência de determinadas cores, determinar que metais constituem a lâmpada (ou o emissor da luz).
Como eu sou das artes visuais, isso não me interessa. Deixa essas coisas com metais pro povo da química! Que louco diria isso!
Só vivendo em um mundo esquizofrênico para que as coisas sejam assim.³
O que seria da pintura sem os metais? Não teríamos o azul cobalto, branco titânio, laranja cádmio...
E a fotografia? O Nitrato de Prata?? O Citrato Férrico?? O Ácido Tartárico??? O Hipossulfito de Sódio???
Foto não é só química: tem muita física também. Tem todos os processos de refração, difusão: luz refletida e registrada no negativo (ou no sensor da máquina digital). A fotografia é um registro de uma situação de luz, um registro que não sabemos por quanto tempo irá durar.
Quando olhamos para o céu de noite, também temos um registro de luz. Quantas dessas estrelas não deixaram de existir a milhões/bilhões de anos? e só sua luz continua chegando até nós?
_____________¹ No meu caso [o da foto] ficou entre um cinza rosa alaranjado – bem estranho, meio sujo e indefinido.
² Estudantes, pois eles são como estrelas: possuem luz própria. Não refletem apenas a luz dos outro, como míseros planetas que são verdadeiros alunos (sem luz).
³ É impressão minha ou nossa educação é “meio” esquizofrênica??
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Poeira no espaço
Estamos "economizando" as nossas experiências?
Para contextualizar a nossa discussão de hoje: afinal tudo vem do supermercado? Não precisamos mais de árvores, macieiras, laranjeiras, pessegueiros?? Sem nostalgia: que geração é essa que vem por aí que não sabe mais o que são "Três Marias", que não olha pro céu, que não sabe que o leite vem da vaca e a maçã da macieira? A pensar...
Aguardo comentários.
Sobre o universo...
Onde andavam meus professores de geografia
Cadê nos livros didáticos
Que eu ainda não sabia que, pra além de Plutão,
TINHA MAIS COISA?
Sou dos últimos privilegiados que sabem que a maçã não vem do Zaffari. Talvez por isso, saber da existência de Planetas Anões mude a minha vida, de alguma forma poética - e indispensável.
Se como professor eu puder propagar a idéia de que uma certa poesia é indispensável... tô feliz!
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Em casa, no universo
Vamos descobrir?
Visita ao Museu da UFRGS - dia 15/09/2009 - às 10h30 - Exposição "Em casa, no universo" - http://www.museu.ufrgs.br/emcasanouniverso/index.html
Nos vemos por lá.
OS TEMPOS/ESPAÇOS PODEM SER ILIMITADOS
UM DE NÓS... COLORIDOS... FELIZES...
SÓ PRECISAMOS PERCEBER!
sábado, 12 de setembro de 2009
Sina de Oficina
Por muitos motivos, entre eles o fato de ter escolhido trazer para a turma uma dinâmica que cirei antes para intervenção com uma dupla com que tive a oportunidade de trabalhar. claro que isso implicará em basicamente um recriação, afinal agora não são mais pessoas de 11 a 15 anos, o objetivo é outro, as reações são outras... tudo é novo!
o desafio é realmente excitante, é me apresentar como professora e com as responsabilidades que isso implica.
É apavorante não saber o que os colegas vão achar, não ter qualquer noção de como serão suas reações e interações, e ao mesmo tempo tentador; além disso há o fato de iniciar a apresentações!...
Uh...
é, definitivamente tempo!
Tempo de rever os planos, organizar no papel as idéias, pensar num plano B, tentar antever as necessitades e dificuladades que alguém pode apresentar, formas de atendê-las beneficiando a aprendizagem e interação de todos, ....
É, sem dúvidas, espaço!
Espaço de partilha de experiência e experiências, de repensagem, de adaptação, de aprendizagem, de ensino, de críticas, de apoio, de ... de oficina...
Ô sina! abençoada sina!:)
colegas preparem-se! hehe...
terça-feira, 8 de setembro de 2009
aula de 08/09
O primeiro grupo foi mais teatral, mas mesmo assim, optou por uma relação teatral bem contemporânea inserindo os espectadores na cena, a ponto das pessoas desejarem saber do se tratava realmente.
O segundo grupo optou por uma relação com a escuta. E como realmente acontece aquela máxima: "quem conta um conto aumenta um ponto", nesse caso diminuiu, eheheheh. No entanto, não deixou de instigar a todos sobre qual era a frase inicial e do que se tratava o texto.
O terceiro, mexeu com a relação do espaço, optou pela formação triangular, tida por muitos diretores teatrais como ideal para ocupação do espaço e fez como se fosse uma explanação.
Penso que as três formas foram muito eficazes em provocar as discussões e colocar pontos relevantes das matérias escolhidas e também nos permitiram rir um pouco.
Me parece que se pode rir e falar sério ao mesmo tempo. OU não?
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
VVP...
Ele faz parte do projeto que desenvolvo com meus alunos e que extrapola o espaço escolar para derramar nossos olhares sobre o bairro que moramos (os alunos e eu) para atribuirmos significados positivos, sobrepondo-os à pecha de bairro mais violento/mais perigoso/zona de traficantes... Mostrar através do nosso ir e vir à escola que há, sim, motivos de orgulho, paisagens bonitas, natureza preservada, entre outras tantas coisas boas e bonitas.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Os tempos e espaços destinados ao teatro na escola
O texto que escolhi para postar aqui é um trecho do artigo "Multiplicidades da cena contemporânea e suas implicações no ensino e na pesquisa com teatro", do Prof. Dr. João Pedro Alcântara Gil, professor e atual chefe do Departamento de Arte Dramática da UFRGS.
Escolhi este trecho do artigo porque fala sobre como a prática de teatro é usada para auxiliar o desenvolvimento de conteúdos de outras disciplinas do currículo escolar. Provavelmente, todos nós fizemos alguma atividade teatral na escola comandada/sugerida pelo(a) professor(a) de história, litaratura, religião... Nas escolas em que estudei não havia aulas de teatro. Nas aulas de artes - ou "Educação artística", como preferirem chamar - geralmente trabalhávamos com técnicas de desenho e artesanato em geral. As poucas atividades relacionadas com teatro eram desenvolvidas pelos professores de outras disciplinas como método para trabalhar o conteúdo de forma mais divertida e dinâmica.
Acho, sim, muito válida esta prática, mas me pergunto o quanto o teatro - como arte propriamente dita - não poderia ser trabalhado dentro do tempo e espaço destinados às artes visuais.
Convido-os, então, a acompanhar o texto que eu trouxe e compartilhar desta reflexão comigo.Obviamente, quaisquer outros questionamentos e reflexões serão muitíssimo bem-vindos.
"(...) Não é difícil entender a lógica tecnicista. A reprodução dos valores e concepções dominantes na época tornaram o produtivismo e a eficiência a curto prazo como normas para a sociedade. Os meios para atingir estas metas eram priorizados em detrimento da qualidade na formação dos professores. Por sua vez, considerando que o desenvolvimento é previamente planejado, o tecnicismo também se aplicou ao teatro para desenvolver técnicas de ensino eficientes e produtivas. Importa aqui resolver as dificuldades de aprendizagem como se a arte fosse um remédio. Neste sentido um bom número de trabalhos é publicado na perspectiva de solucionar problemas, especialmente de alfabetização, sem possibilidades para a reflexão. A pedagogia tecnicista na arte buscou atender à divisão social do trabalho, através da criação de cursos rápidos de formação. O teatro “servia” nesta tendência como facilitador dos processos de aprendizagem e aglutinador das diferentes modalidades artísticas. A ênfase dada aos meios e não aos fins, a quantidade e não a qualidade impõe uma prática artística e pedagógica centrada não em si mesmo, mas no conhecimento alheio. Para tanto o teatro é muito útil, na medida em facilita a aprendizagem de forma mais prazerosa. Para os autores desta corrente o teatro é um meio natural de estudo. A representação de fatos históricos é exemplar para caraterizar o teatro como forma de instruir, divertindo. O método dramático para “transmitir” conteúdos é divulgado na disciplina Didática como “dramatizações”, técnica de ensino eficiente para a aprendizagem. A arte enquanto obra, isto é, um objeto fabricado, um produto, tal como uma escultura, uma música, uma peça de teatro ou mesmo enquanto processo social que envolve múltiplas determinações, não é necessária. O que importa é a sua utilidade, como instrumento de outras práticas educativas. O fim utilitário das artes se encontra no artesanato, no folclore, na encenação de peças para a higiene bucal. Quer dizer, não havia distinção entre cultura e arte. Enfim, a arte, como Weber6 assinala, é tida como salvação da cultura num mundo em decadência, não importa como isto possa ser interpretado. A ascenção da indústria cultural marca um processo de subordinação crescente da produção artística ao processo de produção capitalista.
Nossas licenciaturas em artes foram se adaptando ao tecnicismo com o tempo. No caso da Arte Dramática, até 2005 o curso era de Educação Artística com habilitação em Artes Cênicas. Duas polivalências ao mesmo tempo. Da própria educação artística e também das artes cênicas, que reúne desde o circo até a dança, passando por shows e variedades. A confusão nesta área continua grande. Para se ter uma idéia, a Escola de Educação Física da UFRGS foi quem abriu recentemente o Curso de Licenciatura em Dança. Mas aí é outra discussão.
Com a decretação da Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 (art. 26, segundo parágrafo), e, em seguida, a elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais, em 1997/98, surge o ensino das artes em suas diversas modalidades. O que mudou este tempo todo? Quais os reflexos da Educação Artística na criação e na pedagogia das artes? Como o teatro repercute esta transformações no ensino e na pesquisa? (...)"
6“Proporciona uma salvação das rotinas da vida cotidiana e especialmente das crescentes pressões do racionalismo teórico e prático” (WEBER, 1971:391)
Desejos e Possibilidades
...E possuir alguns clones meus para poder estar em vários lugares ao mesmo tempo.
Não estou nem pedindo a máquina do tempo: poder viajar para frente ou para trás por diferentes espaços temporais.
Penso a Educação (seja em arte, química ou educação física) como sendo esse teletransporte, essa máquina do tempo.
Poder conhecer, pensar - e, sobretudo, viver - outras possibilidades.
Questionar o que somos (ou quem somos, se você preferir. No caso, quem no plural) e transgredir a linha que limita o nosso claustro.
Sair do lugar comum e nos apropriar de todos os espaços que nos são oferecidos (sejam estes temporais, físicos ou metafísicos...). E lutar pelos outros espaços que desejamos.
Meus espaços são agora. (ou seria o tempo agora e o espaço este???)
Quem disse que todos tem que sentar e aprender na mesma hora e local?
A intensa experiência que vivi em seis meses aproximadamente, considerando as particularidades do espaçotempo escolar, me levou a entender melhor que, para auxiliar orientar as pessoas na caminhada educacional formalmente reconhecida, é preciso conseguir se orientar e auxiliar em auto atendimento, de ourtos e dos próprios sujeitos a quem se pretende auxiliar. Complicado isso não? mas tenho certeza de que os colegas que lerem isso e tem a experiência de sala de aula vão entender o que tento expressar aqui.
A sala de aula, não ignorando os outros espaços escolares que aqui estarão doravante incluídos no conceito "sala de aula", mostra ilustradamente que cada um tem seu tempoespaço aprendizagens; eu naturalmente pretendi dar mais atenção a quem mais precisava, como um médico eu fui ao encontro dos que apresentavam maior emergência, mas não foi o suficiente, para vínculos resistentes e eficientes, para gerar o resultado que a escola esperava do grupo, para que eles se dessem conta do que realmente azíamos e construímos nos nosso encontros.
Infinitas vezes chamada de professora, mesmo não estando lá para atuar como tal, acabei percebendo as dificuldades daqueles aprendentes, ví muitas inteligências, mas muitas dificuldades em demostrálas, pessoinhas com muito racicínio lógico e ainda sem a noção de número bem constituída, diferenças trabalhando contra a aprendizagem, quando podiam promovê-la, e aí a falta de um trabalho einterdisciplinar, até multidisciplinar que fosse, entre a equipe docente para dar conta dessa necessidade encontrada em todas as turmas. Me pergunto se progetarmos suas tragetórias escolares dali pra frente, que estudantes receberam as turmas do ensino fundamental que se seguem? e como nós professores de disciplinas variadas os receberemos? temos em vista este tipo de aprendizes ou temos ainda a imagem de alunos ideais em mente, tão fora da realidade que encontramos hoje em qualquer sistema de ensino?
P'rá que pressa se o tempo não acaba...
Ah, lembrei de uma frase que (se o tempo não me fez confundir) estava inserida em uma piada que falava sobre um matuto mineiro que pescava junto ao açude por muito e muito tempo e que ao ser cobrado por isso disse:
"- uai, p'rá que pressa, se o tempo não acaba?"
Que dimensão tem o tempo?
"... correndo para pegar nosso lugar no futuro..." Que lugar? O que sabemos sobre o tempo imediatamente após o agora?
E o tempo da Arte, como se reflete?
No ócio, ele está em "pause" ? Mas não é um espaço/tempo criativo?
Na História da Arte dividido em tempos/espaços sociais refletidos nos tempos/espaços sociais do olhar de cada artista?
Nos espaços escolares os tempos/espaços para ultrapassar as fronteiras tem a dimensão das relações de poder das instituições ou o tempo de quem conduz as salas de aula?
O sujeito que corre atrás do futuro tem tempo para apreciar o aqui e o agora que em segundos vira passado e não volta mais?
Que dimensão tem o tempo? E o espaço? Sem atribuição de significado para todos, funciona?
Dezessete anos podem estar contidos no tempo mínimo de um vídeo?
Dá um tempo?
oo:28 infelizmente meu tempo/espaço de "vida útil" acabou... a tecnologia venceu o 1º round.
Como fazer?
Me pergunto, o quanto essas atividades contribuem para o processo criativo dos alunos? Uma aula de teatro no pátio da escola, com referências completamente diferentes das habituais, onde o espaço não é mais limitado pelas paredes da sala, ele é convencionado a partir de um acordo de grupo, logo, a "inspiração" dentro do trabalho se transforma quando as cores comuns mudam, os sons se intensificam e até o chão muda a textura.
Na última aula, discutimos a questão das artes e a opinião de alguns de que "aula de artes/teatro é brincadeira". Analisando sob este aspecto, a ruptura do espaço convencional pode ser vista como mais uma "brincadeira" do que o próprio desafio. A diferença se dá na resposta dos alunos. Eles souberam aproveitar a proposta?
Ok. Não é só responsabilidade do aluno, O próprio professor deve fazer sua auto-avaliação. A proposta foi bem colocada? Os alunos estavam preparados?
Deixo aqui a reflexão.
Romper com estes espaços, sim. Acredito e vejo resultados. Mas não é fazer pelo fazer, há de se pensar e articular uma proposta fundamentada, bem como perceber a turma que se tem. Afinal...
Aula de teatro pode ser diversão, mas não é brincadeira.
Sobre como o tempo o espaço influenciaram na minha decisão.
No entanto, a perspectiva de passar minhas horas fechada com os alunos dentro de uma sala de aula, sendo obrigada a ensinar conteúdos tão distantes da realidade deles, me fez pensar que o curso talvez não fosse a melhor opção.
Mudei para o teatro.
xxx
Final de semana passado, conversando com um amigo que concluiu o curso de História e que está dando aulas na rede pública, fiquei sabendo que ele dava aulas no pátio, e que sua prática incluía espaço para a criatividade: "Depois trabahar o conteudo, pedi aos alunos que inventassem uma história que se passasse naquela época".
xxx
Quem sabe se uma disciplina como essa, que problematiza esse espaço-tempo escolar,não teria sido capaz de mudar o curso da minha história?
Pergunta sem resposta.
xxx
Quando entrei no Teatro, dizia que "agora sim" teria espaço para atividades multidisciplinares. Que "agora sim" os alunos estaria mais receptivos às minhas propostas. "Agora sim, agora sim". O teatro transformaria a todos, e seríamos todos felizes.
Pensamento, no mínimo, inocente.
xxx
Mas afinal, o que me fez acreditar que as coisas não podiam ser diferentes? Quem foi que disse que eu não poderia levar meus alunos para o pátio, para a cozinha, ou para qualquer outro lugar?
Sou levada a crer que a prática dos meu professores de História que tive na infância, modelaram minha forma de pensar a docência nessa área, e que por falta de provocação (ou mesmo por falta de paixão pelos conteúdos) não fui capaz de fazer esse confronto, assim como meu amigo fez.
Enfim.
Assim como a crença no potencial transformador da educação, creio que também a arte cumpre esse papel pois problematiza e da espaço para novos olhares.
Amo meu curso, e cada vez mais tenho a certeza de que fiz a melhor escolha.
Tempos e Espaços e a Química
Para aproximar os alunos dos conteúdos que lhes são transmitidos, é preciso que eles tenham acesso a, ao menos, algumas dessa observações especiais. Se o professor ficar restrito à sala de alua, não poderá atingir tal objetivo. Por isso, se faz necessário o trabalho não apenas no laboratório, mas em ambientes que auxiliem na compreensão e na contrução do conhecimento científico.
Na Química, há relação íntima entre os conteúdos estudados: como regra, os conteúdos do segundo ano do Esnino Médio dependem dos do primeiro. Isso permite que o professor, a partir de um mesmo experimento ou da abordagem de uma teoria, consiga expor a relação entre estudos temporalmente distantes, e mostrar que as teorias complexas podem ser decompostas naquelas mais fundamentais de que contituídas, aquelas que o aluno já tem conhecimento.
7 de julho de 1966
e penso...
Vejo as ondas em agitado movimento...
São montanhas de moléculas,
cada uma indiferente às outras...
triliões as separam
formam, porém, em uníssono a branca espuma.
Idades primevas sucessivas...
'inda as ondas não eram por humanos olhos visíveis
ano após ano, tão estrondosamente
como agora, batiam nas praias.
Para quem, para quê?...
num planeta ainda sem vida,
um espectáculo sem espectadores.
Jamais em repouso...
torturado era o mar pela energia
prodigiosa do Sol...
desperdiçada sem trégua, derramada no espaço.
Uma migalha apenas faz bramir o mar.
Na profundidade dos oceanos, as moléculas
repetiam-se em padrões codificados
e repetindo-se, repetindo-se sem fim,
moléculas mais complexas formaram.
Novas e outras iguais a si...
E uma dança original iniciaram.
Crescendo em tamanho, escolheram a via da
complexidade...
Eis, por fim, a vida, multidões de átomos,
ADN, proteínas...
Sempre, sempre embalando-se em estrutura complicada.
Saídos já do berço-mar, agora
terrestres...
átomos que ponderam,
matéria observadora.
À beira-mar...
um Eu...
Pergunta e pergunta-se:
um universo de átomos...
um átomo no universo.
Richard P. Feynman, Science and Ideas, A. B. Arons, ed., Prentice-Hall, 1964, p.5
>>> para pensar a Química no espaço tempo, ou a história/percurso/evolução(?) de um átomo...
Aula de teatro??? Mas que bagunça é essa?
Desde que eu tenho sete anos de idade me mandam sentar, reproduzir e calar. Desde aquele tempo distante em que eu tinha a ilusão de que tudo é muito interessante e a minha energia era tanta que chegava a respingar dos poros, tentam me disciplinar (vai ver que os respingos sujavam a roupa do professor!). Há anos me dizem que o certo, bom, correto e lindo é o espaço quadrangular com classes quadrangulares, dispostas em uma grade quadrangular, onde o conhecimento é disposto numa superfície quadrangular por um professor quadrangular para alunos cujas mentes devem ser, de preferência, quadrangulares. Nunca me pediram pra olhar para os lados, muito antes pelo contrário. Por que olharia? A informação está à frente, a dispersão aos lados, os perdedores atrás. Tudo era muito simples e eu já tinha até me acostumado a achar tudo isso muito normal...
Mas agora que eu estava bem acomodadinho me aparece este professor de teatro dizendo pra eu arrastar as classes para as paredes, desconfigurando este espaço quadrangular que sempre foi minha referência, pedindo que paremos de agir “cada um no seu quadrado”, querendo que nos toquemos, que haja interação, expressão, criatividade... Que diabo é isso? Eu tinha entendido que quem criava era o professor (se muito!) que expressar alguma coisa era subverter a tal da ordem, e que contato físico tinha que ser no recreio. Eu tinha entendido que isso de ser feliz não tinha nada a ver com colégio, que colégio era pra aprender, e que aprender não tem nada que ver com prazer. Aliás, foi assim mesmo que meu pai e minha mãe me ensinaram: tem o trabalho, que é sério, e o resto do tempo que a gente até pode usar com coisas supérfluas, tipo, ser feliz. Estudar não era pra ser meio que nem trabalhar?
Palhaçada... depois querem que eu entenda alguma coisa. Não me entenda mal, professora, a aula é bem legal, e eu até gosto da senhora. Até parece que na sua aula eu acordo de um cotidiano que nem percebe que eu existo. Até parece que a sala de aula vira outra sala de aula, presente, viva, cheia de cantinhos e cores que eu não sabia que existiam. E eu percebo que tenho até... colegas! E não é só isso... por esquisito que pareça, eu me sinto desafiado na sua aula de teatro, parece que meu corpo, quando se mexe, pensa melhor, ou coisa assim... só sei que meu corpo e minha cabeça parecem se entender melhor nessa aula (andava com uma dor nas costas daquela cadeira dura...). Me sinto balançado, sacudido, e nem é chato... ah, não, mas peraí... tem coisa errada. Deve ser chato sim. Porque é aula. E vale nota. Pior, se eu tô aprendendo alguma coisa mesmo (eu disse isso?), então TEM que ser um porre. Desculpa, ‘sôra, vou me sentar e me fechar. Não era essa a expectativa? A sua, a dos meus pais, a do mercado de trabalho? Ah, não... o mercado queria que eu fosse criativo, autônomo, que me relacionasse bem...
Confuso!
Criar meios!
Dentro de artes visuais sempre vão existir infinitas possibilidades de brincar (ou falar mais sério) com tudo que vemos, vivemos, reproduzimos e traduzimos para a construção pessoal de cada criatura. A partir disso, acredito que o meu papel, dentro da proposta da disciplina, vai ser tirar do papel as idéias rotineiras de uma aula de artes e criar um lugar cheio de possibilidades, ou possibilidades cheias de lugares!
eu estou todo fora e o mundo está dentro de mim.”
Merleau-Ponty
conflitos
durante a última aula me questionei sobre alguns temas; e quero compartilhar a minha reflexão com vocês.
gosto de mudar, de lugares novos, novas oportunidades. adorei a idéia do blog!
observando
não há nada mais fácil que observar! se todas as pessoas observassem mais e falassem menos, teríamos uma grande probabilidade de destruir o planeta de uma forma menos eficaz que as de hoje em dia. é só olhar ao nosso redor. veremos o estrago irreversível que estamos fazendo.
nada mais normal que conversar. o pai conversa com o filho, o vizinho com outro vizinho, o homem na fila com o seguinte, a pessoa que trabalha com a que esta sendo atendida. na sala de aula o professor em diversas situações conversa com o aluno. conversar é natural, porém muito antes de conversar está a relação de poder. quando alguém impõe sua realidade está naturalmente mostrando que detêm o poder. e não há como dissociar a conversa dessa relação estabelecida. na sala de aula podemos privilegiar a aula dialogada, que na maioria das vezes é um monólogo, ou a aula é 'debatida' que estimula a discussão e provoca os alunos. porém em nenhuma delas o aluno é ouvido como deveria. isso ocorre pelo simples fato de que o professor não pode negociar saberes com o aluno. sua posição de poder está de tal forma estabelecida, que nunca será questionado por um aluno. será?
Há quanto tempo...
Hoje, fico com vocês em um tempo e espaço virtual. Aguardo os comentários e os novos posts. Boa aula!
Olá! Como vai?
– Eu vou indo. E você, tudo bem?
– Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro... E
você?
– Tudo bem! Eu vou indo, em busca de um sono tranqüilo...
Quem sabe?
– Quanto tempo!
– Pois é, quanto tempo!
– Me perdoe a pressa - é a alma dos nossos negócios!
– Qual, não tem de quê! Eu também só ando a cem!
– Quando é que você telefona? Precisamos nos ver por aí!
– Pra semana, prometo, talvez nos vejamos...Quem sabe?
– Quanto tempo!
– Pois é...quanto tempo!
– Tanta coisa que eu tinha a dizer, mas eu sumi na poeira das
ruas...
– Eu também tenho algo a dizer, mas me foge à lembrança!
– Por favor, telefone - Eu preciso beber alguma coisa,
rapidamente...
– Pra semana...
– O sinal...
– Eu procuro você...
– Vai abrir, vai abrir...
– Eu prometo, não esqueço, não esqueço...
– Por favor, não esqueça, não esqueça...
– Adeus!
– Adeus!
– Adeus!