Até aí tudo bem; pois ( como dizem)... na natureza nada se cria tudo se transforma, e nós complementamos: nada se cria tudo se copia. Logo, eu me apropriarei de versos de alguns artistas que complementam meu cotidiano, com seus versos e dizeres que não pude deixar de relacionar com o ato de pensar o ensino e o viver do ser professor, ou apenas o viver de alguém crítico. Por exemplo ao ouvir Vitor Ramil, A ilusão da casa
As imagens descem como folhas
No chão da sala
Folhas que o luar acende
Folhas que o vento espalha
Eu plantado no alto em mim
Contemplo a ilusão da casa
As imagens descem como folhas
Enquanto falo
As imagens: memórias e lembranças ou ainda esse amontoado de informações que nos cercam nesse mundo tão concorrido, tão disputado,tão vendido. Sim, são essas imagens da mídia, do dia a dia: do outdoor, da propaganda de cerveja do boteco, da vendedora de perfume, do lingerie, da televisão. Onde eu não me encontro mesmo nessas imagens. Considero a ilusão da casa, a ilusão de nós mesmos, rodeados de tantos apelos visuais. E as artes plásticas?
Artes visuais o que é isso se tanta imagem está por aí a nos dizer tanto que nem queremos mais saber e ao mesmo tempo buscamos mais um click, mais um download. As imagens descem como folhas, as imagens ocupam todos os espaços, cada vez mais, e em tempo muito rápido.
Eu sei
O tempo é o meu lugar
O tempo é minha casa
A casa é onde quero estar
Eu sei
As imagens se acumulam
Rolam no pó da sala
São pequenas folhas secas
Folhas de pura prata
Se o tempo é o meu lugar, esse tempo é um espaço. Um espaço intrínseco, o tempo de cada um e não deve ser o mesmo. O meu tempo é a minha casa e é onde eu quero estar logo, não estou na minha casa e possivelmente não estou no meu tempo. A rapidez com que as coisas perdem a graça e saem de moda ou das manchetes de jornais e revistas , esse tempo, de rapidez acompanha a criação artística, acompanha a arte contemporânea e sempre inquietou os artistas. Tempo é todo instante e Espaço são todos os lugares possíveis de se criar.
As imagens enchem tudo
Vivem do ar da sala
São montanhas secas
São montanhas enluaradas
Eu plantado no alto em mim
Contemplo a ilusão da casa
As imagens enchem tudo
Vivem enquanto falo
Na sala de aula muitos vão viver e falar enquanto falamos. As imagens e ilusões preenchem a nós e a eles: nossos alunos. Por isso é importante, mesmo, pensarmos o nosso tempo e nosso espaço; bem como o espaço de nossa disciplina que iremos trabalhar e oferecer a diferentes turmas: diferentes espaços e tempos.
Quem vai parar para desenhar? Quem vai parar para ler uma imagem? Qual o tempo para se observar as cores? Qual o tempo dado a se pensar o que é arte?
Esse é o tempo das Artes Visuais, esse é um pouco do cotidiano da escola. Pequenas e diversas atividades rotuladas para cada disciplina. Acredito que o mais importante é deixar de lado os rótulos e sim conseguir seduzir os alunos da mesma maneira como fomos seduzidos a cursar a nossa graduação em determinada área.
Eu sei
O tempo é o meu lugar
O tempo é minha casa
A casa é onde quero estar
Eu sei
Aula de artes: um tempo para se olhar, para se criar e pensar nas diferentes formas de resolver um problema. Problema este gráfico, concreto em três dimensões, ou bidimensional. Problema este como uma pergunta filosófica? É o espaço em que se tem para não errar; afinal não temos certo nem errado. Temos diferentes olhares, diferentes repostas para cada vez mais perguntas.
2 comentários:
Gostei bastante das interpretações, principalmete da primeira, todas bastante focadas na área de artes plásticas.
Interpretação de uma música, o som que se transforma em literatura que mira na imagem.
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