quarta-feira, 22 de agosto de 2007

A escola entre o passado e o futuro

Há tempo me questiono sobre o tempo-espaço escolar que vivenciei e vivencio enquanto aluna e futura professora das séries iniciais.
Questiono, sobretudo, as práticas eternizadas ao longo de décadas, tais como:
-aluno não escolhe seu(s) professor, mas escolhe o médico, o lugar onde mora, a profissão que irá exercer e até onde deseja trabalhar;
-as classes nas salas de aula são individuais, porém as da sala dos professores predispõe o trabalho em grupo;
-as turmas são organizadas nos gabinetes e de acordo com o ciclo e a idade do aluno, não permitindo um arranjo por grupo de interesses, ou por afinidades cognitivas e/ou por heterogeneidade de idade;
-os horários das disciplinas são determinados pelos professores e inflexíveis para os alunos;
-a escola foi feita para os alunos, contudo as decisões e organizações dos espaços e tempos escolares não passam por nós (alunos), devemos apenas aceitar e acatar;
-pregasse a busca pelo conhecimento, porém as diversas fontes de informação (sala de audiovisual, biblioteca, laboratório de informática e/ou ciência) não se encontram nas salas, mas em lugares compartimentados, isolados e extremamente controlados;
-a escola supervaloriza o conhecimento lógico-matemático e a língua escrita, enquanto subestima as outras linguagens de expressão, mas nos “deliciamos” com um comercial, com um jogo, com um filme, um espetáculo, um quadro, uma música;
-etc.
Levanto estas questões porque penso que devemos parar um instante e repensarmos a Escola sobre o que ela representa, qual sua finalidade, o que ela entende por Educação, que tipo de cidadão ela quer formar e para qual sociedade e de que maneira poderá executar as novas propostas.
Enfim, compreendo que chegou o momento de reinventarmos a Escola, de mudarmos o espaço e o tempo escolar, de torná-lo gerador de cultura e não apenas de aprendizagem de conteúdos.

Flávia Teixeira

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