Este texto será como um passeio pelo tempo que passamos em aula, visitando outros espaços e discutindo outros modos de fazer escola e educação.
Nosso semestre inicia vagaroso pois depende da construção coletiva de um cronograma. E a primeira atividade é uma reflexão sobre os diferentes tempos e espaços nas nossas diferentes áreas de conhecimento. Podemos compartilhar e conhecer mais sobre as diversas visões dos colegas e seus conhecimentos. Quando se aprende junto, se aprende muito mais.
O primeiro espaço extra-sala que nos foi apresentado foi o blog. Ele é até hoje nosso meio mais importante de trocas de conhecimentos, dúvidas e experiências. Esse espaço deteve muito do nosso tempo. Um tempo que utilizamos para nos familiarizarmos com a tecnologia que nos era mostrada. Um espaço virtual, tão cheio de idéias e sentimentos... repleto de convites que nos levaram a conhecer os diferentes lugares onde podemos dispor de ensino e aprendizagem.
A próxima atividade nos mostrou um espaço diferente, muitas vezes distante, que pode tornar-se mais próximo: a Bienal. Nessa atividade a importância do preparo prévio a uma visita, seja ela onde for, mostrou novamente o seu valor. Com um “passeio” bem preparado e orientado conseguimos apreciar e compreender melhor o que víamos.
Logo iniciaram as oficinas. A cada uma que acontecia aprendíamos um pouco mais sobre os nossos colegas e também sobre os seus conhecimentos. Química, biologia, filosofia, mídia, teatro, educação física, música. O tempo passa e o espaço só cresce. Tivemos a oportunidade de nos entregarmos aos colegas ficando “cegos”. Conhecemos as diferentes químicas que acontecem quando o trabalho em grupo é necessário. Trocamos de lugar sem cair num mar cheio de tubarões. Aprendemos uns com os outros que mesmo o espaço simples da sala de aula pode se transformar em um lugar lúdico cheio de conteúdos cognitivos importantes para o nosso desenvolvimento. Descobrimos que todos os espaços são passiveis de aprendizado desde que se tenha um pouquinho de tempo para que se dedique a esses espaços um olhar que não seja apenas escolar, mas um olhar que seja de aventura, curiosidade. Somente assim poderemos atrair a atenção dos nossos alunos seja pra uma aula de teatro, de alfabetização, de biologia ou de educação física.
Ainda pensando no tempo passeamos por eras antigas e, do cambriano ao atual, conhecemos dinossauros, fósseis, grandes pensadores, filósofos, cientistas e engenhos. Revisitamos nosso passado comum e relembramos um mundo achatado que hoje demora para deixar de ser quadrado. Quadrado em seus pensamentos egoístas, quadrado na sua miséria e riqueza, quadrado nas suas guerras e devastações. Só nos damos conta de que somos gente que faz parte de um todo chamado Terra quando conseguimos contemplá-la como um todo. Com essa visita, não sei se fui só eu, mas fiquei mais um pouco consciente do nosso pequenino tamanho e da nossa imensa importância em preservar um planeta cuja natureza insiste em sobreviver a tantos maus tratos. Cada imagem me tornava mais consciente do tamanho do meu papel de educadora frente a tantos desafios eminentes na sala de aula. Sou responsável por cada pensamento que ajudo a construir em meus alunos. Somos responsáveis pelo nosso planeta.
Compartilhamos outros tempos e espaços, outros modos de ver e ouvir. Nunca me serviu tão bem o título da pesquisa da professora Clarice, compartilhamos “outros modos de olhar, outras palavras para ver e dizer, diferentes modos de ensinar e aprender: exercitando a docência na contemporaneidade.”. Nossas aulas enriqueceram minhas teorias, fortaleceram as minhas práticas e me ensinaram que diferentes áreas aprendem de maneiras diferentes, mas todas podem aprender juntas.
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