Nossa visita a Bienal...
Mesmo tarde eu gostaria de comentar sobre o trabalho do artista Daniel Bozhkov. Desde o simpósio venho me questionando sobre alguns trabalhos apresentados no material pedagógico da 6ª Bienal do Mercosul, mas admito que o trabalho de Daniel tinha me passado desapercebido ou melhor, não tinha me chamado a atenção em nada.
Em nossa visita, sem dúvida, foi o trabalho que (para mim) melhor traduziu o tema “A Terceira Margem do Rio”.
A obra nos leva, remete a um outro local, o artista nos coloca dentro do seu ambiente de estudo, mais do que isso nos coloca dentro da “sua” obra. (elaborada por ele, construída pelos Guaranis locais).
A obra nos leva para um outro espaço e para um outro tempo. Sugere o primitivo, como se tivéssemos voltado no tempo, para uma época predominantemente indígena, ou simplesmente, para um tempo que não é comum em nossa sociedade, em meio as grandes cidades e nossa pressa diante da passagem do tempo.
* A história da confecção dos animais esculpidos em madeira como pedido de desculpa pela sua morte a natureza, a devolução da argila restante ao meio ambiente são lições importantes, pequenos gestos que aprendemos quando crianças e esquecemos com o passar dos tempos.
* A palavra que pode significar duas coisas distintas se confronta diretamente com a sociedade extremista em que vivemos (bem X mal, bonito X feio, certo X errado...).
Segundo o material pedagógico: Bozhkov quer entrar na produção a partir do ponto de vista do consumidor da escultura, ao invés do ponto de vista do consumidor do produto caçado. É uma forma de pedir desculpas ao objeto comprado no circuito turístico e não para o animal que originalmente gerou a escultura.
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