segunda-feira, 27 de abril de 2009

Instituto de Artes

Há alguns meses, pessoas comuns, estudantes e trabalhadores do centro de Porto Alegre possivelmente desconhecessem a existência de um antigo prédio na Rua Senhor dos Passos. Essa realidade, no entanto, mudou quando este recebeu tinta cor-de-rosa para sua fachada. A antiga construção do Instituto de Artes da UFRGS, que antes era cinzento e nada chamativo, hoje se destaca em meio ao centro da capital.

Nele, a universidade federal abriga os cursos de Artes Visuais e Música. Eis, então, uma questão peculiar: escuta-se, quase de forma ininterrupta, afinação de violios, aulas de piano e flautas, ensaios de cantores líricos. Aliás, penso que eles, os estudantes de música, que fazem do IA um lugar único. Eles fazem seus ensaios, suas rodas de violão e todos aqueles estudos indecifráveis nos corredores e no centro acadêmico do prédio.

Todavia, o Instituto tem, como todos os prédios da Ufrgs, problemas. Primeiro, a famosa rachadura de atravessa do primeiro ao oitavo andar (o último). Na realidade, eu já parei algumas vezes no outro lado da rua para ver se a encontrava, mas nunca obtive sucesso. No saguão, onde deveria funcionar uma galeria expositiva para os alunos, ficou mais de um ano servindo de depósito para materiais de construção e "tralhas" das salas. Os elevados também são peculiares. Felizmente, os antigos foram substituídos por novos (bem respeitáveis, aliás), entretanto, desconfugurados. Se alguém precisa ir para o 5º andar, por exemplo, precisa apertar o botão do 6º, e assim por diante.

Os banheiros são unissex. Um por andar. Sai um homem, entra uma mulher. Dos 8, somente 2 têm espelhos, mas todos têm, obviamente, desenhos, mensagens e filosofias baratas pelas paredes.

No 8º andar, se encontra o centro acadêmico, o bar e algumas salas da música. O bar é um lugar bacana e caro. Os salgados têm vários sabores vegetarianos e não se vende salgadinhos nem muitas goloseimas. Também é nele que tem o superjanelão para pegar sol no inverno e o fumódromo, frequentado por todos, fumantes ou não. Já o centro acadêmico é o lugar dos grandes encontros. Há quem tenha coragem, e durma um pouco depois do almoço (no RU, claro) naqueles sofás que são a herança, da herança, da doação. É lá, também, que o pessoal da música se encontra para tocar (e tocar mesmo).

Enfim, apesar de todos os problemas -e que na realidade fezem do IA um lugar charmoso e único- é um maravilhoso lugar para se estudar. Me orgulho daquele lugar. Sou fã, visto a camiseta mesmo.
O saguão, onde deveria existir uma galeria para os estudantes, servindo de depósito.


Pode parecer fora de contaxto, mas existe uma agência do Banco Real dentro do IA.


Sala de pintura, no 7º andar. Minha sala favorita.

Vista do janelão do bar.

O armário do bar

Os sofás do IA. Dispensam comentários.

2 comentários:

Luciana disse...

Luiza, fizeste um relato realista ao mesmo tempo amoroso do espaço em que estudas, muito bom.

Bárbara disse...

Ótimo, Luiza! Sempre durmo nos sofás, apesar de rasgados, velhos e alguns fedorentos, temos! E lá em cima é um espaço ótimo mesmo, relaciona os calouros com os formandos, música com artes visuais fazendo uma troca de experiência e até de besteiras bem legais. Infelizmente nosso prédio está comportando mais alunos do que pode mas fazemos uma forcinha para acolher os novos amigos (faltam computadores, cavaletes, pias, entre outras mil coisas)! Amamos o IA!