terça-feira, 26 de agosto de 2008

Carta direcionada a um colega que está ingressando no curso de Licenciatura em Química


Caro colega!

Ingressei no curso de Química Industrial na UFRGS em 1999, mas pelo fato de trabalhar em uma indústria, acabei atrasando muito a minha formação e tive um grande fator de desperdício. Como as aulas eram diurnas, acabei acreditando que nunca conseguiria me formar. Em 2004, tive a intenção de passar para o curso de Licenciatura em Química, mas não tinha média suficiente para fazer a troca direta de curso. Comecei então a pedir, em curso 2, algumas cadeiras de Licenciatura. Em 2006, fiz o concurso extra-vestibular para entrar definitivamente para o curso de Licenciatura em Química - Noturno, e me formo no fim de 2009. No decorrer das disciplinas da educação, principalmente com relação ao Ensino de Química, fui me sentindo cada vez mais uma educadora, e me apaixonei pela idéia do trabalho docente, que na minha concepção, não se refere apenas ao trabalho de dar aulas e cumprir horário, mas sim, assumir um compromisso perante a sociedade: o da Educação através da Química. Isso, na minha opinião, é muito mais do que passar conteúdo aos alunos, pois envolve a educação como um todo, no sentido de formar pessoas capazes de compreender o mundo a sua volta com uma visão química, estimulando a interdisciplinaridade, a alfabetização e o Letramento em Química, enfim, pessoas conectadas com as coisas que as circundam e capazes de compreender a Química como uma ciência que faz parte do seu dia-a-dia.

O curso de Licenciatura em Química da UFRGS vem melhorando ao longo do tempo. Devo dizer que, ao ingressar na Universidade, o curso não era dos melhores com relação à formação de educadores. O que se tinha era um amontoado de cadeiras de Química e poucas cadeiras de Educação. Com a reforma do currículo, há pouco tempo, se pensou bem mais na questão da formação de professores capazes de ensinar. Ser professor, no meu entendimento, não é passar aos alunos uma relação de conteúdos listados em currículos de escolas, e sim, ter condições de buscar novas formas de integrar o aluno com a Química, usando espaços educativos que vão além da sala de aula, instigando a busca pelo conhecimento e o interesse pela ciência. Durante o estudo de algumas disciplinas, pude entender que um professor não deve usar um livro e repassar o que nele estiver escrito, pois o material didático deve ser construído de uma forma bem mais profunda, fazendo-se uma análise crítica dos livros disponíveis e construindo uma maneira de ensinar própria, com base nos conhecimentos adquiridos durante a sua formação acadêmica.

A metodologia a ser usada depende muito do ambiente em que se está trabalhando, pois em escolas públicas de periferia o trabalho deve ser diferenciado de uma classe situada num bairro de situação econômica privilegiada. Isso de forma alguma é uma espécie de discriminação, mas é fato que alunos de menor poder aquisitivo vivem numa realidade diferente, muitas vezes enfrentando problemas em casa que não são comuns a famílias em melhor situação financeira.

Olhando por esta ótica que descrevi nesta carta, acho que o bom profissional é uma característica própria de cada indivíduo, mas acredito que durante a sua formação, poderá tirar suas conclusões. A minha é de que a profissão docente é uma vocação, e que é preciso gostar muito do que se faz para se tornar um bom profissional, e isso é válido para qualquer área de atuação.

Por fim, colega, quero dizer a você que a profissão de educador é apaixonante e que, apesar dos percalços que com certeza encontrará pelo caminho, não há nada mais gratificante do que saber que se fez a diferença na vida de alguém. Pense bem na forma como fará a avaliação com os seus alunos, pois tenho a convicção de que a Aprendizagem Química vai muito além do que se pode constatar com perguntas e respostas ordenadas numa folha de papel.

De uma colega, quase uma educadora

Fabiana Santos Silveira

O Tempo e o Espaço que não Passam

Sem outras referências reporto-me à minha vivência de aluno para falar um pouco do que penso sobre tempo e espaço na escola. Lembro bem do ambiente escolar, sobretudo dos detalhes do pátio, escadarias, bebedouros, quadra de esportes, etc. Sou capaz de lembrar das árvores, amoreiras que subi, bananeiras que destruí e plátanos onde eram dependurados os balanços. Sei da dimensão da quadra de “areião” e de seus estreitamentos. Lembro também das grades que pulei, da aventura em subir pelo mastro da bandeira, de mergulhar a cabeça na água dos bebedouros de torneiras de metal – para refrescar o calor, e de tantas outras estripulias.
Sobre o local onde acontecia a aula, formal, me falha a memória. Era um lugar que a criança achava enfadonho, sem graça alguma. Realmente não lembro de muitos momentos de dentro da sala de aula. As lições se perdem, os semblantes vão sendo apagados no vazio da memória e as tantas salas de aula com suas carteiras e cadeiras vão se confundindo em um só espaço onde nada mais acontecia.

http://www.youtube.com/watch?v=WC6GdmPybbM

Pensando em Piaget, nas áreas de conhecimento, sobretudo a motora, fica evidente o porquê dessa ausência de lembranças das salas de aula. É preciso observar que sou aluno do curso de teatro, e o que é mais instigante: sou bailarino por profissão. É evidente, então, que a sala de aula com todo o seu comodismo e formalismo não me interessava tanto. A mente fez questão de apagar a lembrança de chateação. Por outro lado, lembro de uma porção de momentos em que o desenvolvimento motor ou corporal ganhava campo. Era no pátio, nas árvores, na quadra de esportes, nas escadarias, enfim, lugares que ficaram marcados na memória pela vivência que proporcionaram.
Ao me perguntar sobre o espaço ideal para meu próprio desenvolvimento na escola não poderei ignorar a tradicional sala de aula, mas, em verdade, tenha a dizer que o espaço externo teve uma relevância maior para o que sou e o que eu faço hoje na idade adulta.

Por experiência própria, posso dizer, então, que o espaço escolar de aprendizado começa logo na entrada da escola e se espalha por toda a sua dimensão territorial.
Isso me faz pensar na necessidade que terão meus futuros alunos. Observando que eles não são iguais e trazem suas próprias especificidades é preciso imaginar um espaço ideal que atenda a demanda. É utopia. Não há condições de contemplar a todos, com uma mega-estrutura inviável economicamente.
Soma-se a essa dificuldade o tempo que é diferente para cada um. Alunos em fases diferentes com idades iguais, portanto com necessidades espaciais diferentes. Outro agravante seria uma estrutura que serviu bem na década passada, mas que no momento já não é mais ideal, porque não conta com instalações que permitam a inclusão de um laboratório de informática, por exemplo.

O tempo e o espaço parecem estar associados nessa mesma problemática de atender às necessidades dos aprendizes, e isso pode ser observado quando eu lembro da criança agitada que fui, e que não precisava tanto dos silêncios das salas de aula, e sim da amplitude de espaço a ser ocupado no recreio, ao passo que o adulto universitário de hoje necessita da sala de aula silenciosa e dispensa o pátio de recreio.

Tempos e espaços teatrais



Podemos definir o teatro como um espaço em que estão juntos os que olham e os que são olhados, e a cena como o espaço dos corpos em movimento. O espaço teatral compreende atores e espectadores, definindo certa relação entre eles. (Anne Ubersfeld in http://www.grupotempo.com.br/tex_ubersfeld.html).

Passando pela história do teatro mundial, podemos dizer que ao longo do tempo em que se buscavam novas formas de representações, acarretava-se na descobertas de novos espaços e tempos para a atuação. O teatro nasceu na Grécia, em anfiteatros às margens do Mar Mediterrâneo, contando, ou mostrando no palco, as histórias e mitos que o povo conhecia. Édipo, Medéia, Antígona, etc. Essas eram as conhecidas Tragédias Gregas e se tornou febre entre os gregos lá por volta de 406 a.C, nos eventos conhecidos como Dionisíacas; festividade em homenagem ao deus Dionísio, deus do Vinho e do Teatro. Os festivais de teatro das Dionisíacas duravam o dia todo. Eram apresentadas as tragédias dos autores e escolhidas a melhor. Entre os autores mais conhecidos, destacam-se os três ícones que nos reataram do teatro antigo; Sófocles, Eurípides e Ésquilo.




Então Roma invadiu a Grécia e o teatro
perdeu o espaço para os grandes duelos e gladiadores e as sangrentas corridas de bigas. O teatro agora deixava os grandes anfiteatros gregos, por tablados em feiras romanas. Ele perdeu o tom clássico, tornando-se uma grande sátira do poder e das classes sociais.

O teatro na idade média, passou por autos sacramentais, encenados nas igrejas, contando histórias da biblía. Também pos vilarejos, através de caravanas co
m a Comedia del Arte, que definiu personagens através do uso de máscaras específicas. Os textos eram improvisados e registrados em documentos chamados caravagios(?). As mulheres, somente agora, ganhavam espaço na cena.
Durante a Idade Moderna, o teatro começa a ganhar um espaço específico; os prédios teatrais, com os palcos conhecidos como italianos. Isso foi possível, por conta do advento da Ópera e do Melodrama, que eram muito populares entre a realeza. O teatro começava a perder o caráter e ser uma arte do povo, e começava a ser status da burguesia. A questão do espaço específico, se deu também, como resultado de um esboço que iniciou durante a era Shakesperiana do teatro. Era o Teatro Elisabetano, que era encenado em teatros que esboçavam a forma do palco italiano.
Era a era de Shakespeare, o maior escritor de todos os tempos, segundo alguns.






O Século XX trouxe uma série de grandes gênios que estudaram e propuseram as mais diferentes formas de teatro. No final do Século IXX surgia na Rússia, o realismo de Stanislavski. Anos depois, Bartold Brecht apresentou as suas idéias de distanciamento, tanto no teatro como na sua literatura. Mas no que se reserva a questão do espaço, Grotowski tem uma importância relativa, quando propõe os mais diferentes locais para encenação. Prova que qualquer espaço é cênico, e qualquer espaço pode ser encenado por que existe.




As grandes teorias de Teatro-educação afirmam que o teatro ocorre todo momento. São os conhecidos jogos lúdicos e dramáticos. O teatro é algo que carregamos desde criança. Todos temos e excercemos em algum momento de nossas vidas a capacidade de dramatizar uma situação. Essa capacidade nos faz também transformar os espaços e os objetos. Já transformamos nosso quintal em selvas perigosas, com animais ferozes e tesouros escondidos. Já transformamos nossa sala de estar em uma cabana.

Enfim, as barreiras do tempo e do espaço são alimentos para o ator e para o espetáculo. No teatro, tudo é possível. Até voar com os pés no chão.

Espaços diferenciados para a abordagem do ensino de Química


O ensino de Química, muitas vezes, é dificultado pela maneira como o docente realiza as abordagens em salas de aula. Na verdade, essa dificuldade é inerente a docentes de todas as áreas do conhecimento, visto que o desenvolvimento de uma proposta pedagógica que rompa com o Ensino tradicional e ofereça bases para o desenvolvimento de temas relacionados a interdisciplinaridade e que relevem as concepções prévias dos estudantes quanto aos temas propostos constitui uma tarefa árdua, na medida em que se desvincula totalmente dos planos pedagógicos até então apregoados pelo sitema governamental para educação de massas. Vale ressaltar, aqui, que a educação de massas, por possuir como eixo principal a transmissão de conhecimentos do professor, detentor do saber absoluto, para seus alunos, acaba por mascarar a construção epistemológica e a formação para a cidadania, visto que quase nada se relaciona aos contextos de vida dos sujeitos. Logo, acaba por despertar uma certa resistência dos estudantes, visto que tendem a considerar desinteressante qualquer atividade que não exija deles ativa participação ou que se resuma puramente na recepção do saber instituído.

Assim, na tentativa de aumentar o atrativo para a área de Química, por exemplo, deve-se usufruir de diferentes espaços educativos que proporcionem uma forma diferenciada de ensino, promovendo a abstração de conhecimento a partir de atividades experimentais, pesquisas de temas de interesse dos alunos, visitas a indústrias nas quais se desenvolvam processos relacionados aos temas, etc. O interessante, já para início de conversa, é desvincular-se do livro didático como única ferramenta para construção curricular e da sala de aula como espaço incontestável para desenvolvimento do conhecimento, que acaba por isolar os sujeitos da malha social inerente a sua formação cidadã.

Quanto aos processos avaliativos, estes também necessitam ser revisados, para que se proponha uma avaliação continuada ante as propostas empregadas, abrangendo a construção epistemológica não apenas pela assimilação do saber passado, mas também pela participação ativa na composição deste saber.

Tempo e espaço no teatro



Tempo e espaço no teatro tem várias faces, pode ser: "ele tem tempo de teatro por isso domina o público tão bem”, “ele não tem tempo de teatro, mas dominou bem a cena”, “ainda faltou sentir o tempo da personagem, ou seja, dar tempo para que aquele momento se torne verossímil”, “demorou demais perdeu o tempo da comédia, chorou por muito tempo e o público achou forçado”. Nós atores somos prisioneiros do tempo, para mais ou para menos, vivemos a procura do tempo certo, caminhar no mesmo tempo, dar ritmo ao espetáculo. Tornar atraente o tempo que se está em cena
E o espaço? Ah esse é generoso! Em qualquer lugar podemos fazer teatro, basta ter vontade disposição e criatividade.


O espaço do teatro é no edifício teatral, é na praça da alfândega, é no salão de festa da igreja,
num galpão, numa fábrica, na sala de aula, na fila do RU, dentro do RU, no ônibus, no trem, na rua...

O espaço em teatro é em todo e qualquer lugar disponível!

A primeira imagem é teatro de rua do Grupo Francês Royal de Luxo (flickr.com/photos/saravilbergs/494588567/).
A segunda é um edifício teatral seguindo um padrão mais clássico(www.ebi-vasco-gama.rcts.pt/teatro-22-3-07/tea...)


Josiane Acosta

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Mudanças?

Meu texto é basicamente uma análise de um artigo que lí (http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422000000300018&script=sci_arttext&tlng=pt) que trata de um questionário aplicado para alunos de oitava série e terceiro ano do ensino médio, intitulado Explorando a Motivação para Estudar Química .
A leitura desse artigo comprova o que eu, enquanto acadêmico de Química, já pensara sobre o assunto. Os alunos de 8º série, que tem o seu primeiro contato com a disciplina, pouco sabem a respeito da própria disciplina (o que é lógico) e de como ela pode auxiliá-los na compreensão de outros conteúdos. É grande o número de alunos que acham que o estudo da Química não será útil em suas vidas e em suas profissões (...até mesmo os que optarão por cursos como odontologia, biologia, medicina), o que comprova o quanto desconhecem sobre o assunto e até sobre as suas futuras escolhas.
Mas o que mais me chamou a atenção na leitura do referido artigo, foram as justificativas daqueles que disseram não gostar da disciplina de Química. Das suas respostas, posso tirar duas conclusões: 1º) as aulas e os assuntos abordados são trabalhados de uma maneira superficial e 2º) a falta de aulas práticas em laboratórios é a causa de desinteresse por parte de muitos alunos.
Evidente que a minha idéia não é colocar a disciplina de Química como a melhor e a mais importante (ainda que essa seja a minha opinião...), mas é, enquanto futuro docente, chamar a atenção de como a “nossa” abordagem pode ser melhor e mais interessante.
Não podemos, em parte, resolver os problemas de ESPAÇO, no sentido de espaços físicos e falta de laboratórios. Mas todos nós, enquanto “detentores” de um conhecimento específico e técnico, e acima de tudo, dispostos a compartilhá-lo, podemos propor aulas e abordagens mais interessantes para os nossos alunos.
Lendo o artigo citado anteriormente, poderemos comprovar o absurdo de 24,5% de alunos entrevistados, responderem que seus amigos comentam que as aulas de química são “pouco aplicadas ao dia-a-dia”. Por favor! Nossa disciplina (a exemplo de muitas outras) está em tudo que vemos, comemos e respiramos. Por que deixemos que esses alunos pensem assim? Será que o problema é com eles?
Sinceramente, acho que não....
Façamos um TEMPO diferente, sobretudo no aspecto pedagógico e técnico...
Podemos (e devemos!) abordar nossa disciplina de uma forma diferente. Cabe a nós, professores e futuros professores, provarmos que isso é possível e aplicável em qualquer nível.
É preciso mudar esse quadro....;
Façamos a diferença!....eu quero, e você?

domingo, 24 de agosto de 2008

Tempos e espaços escolares



Os tempos mudaram. O ambiente familiar está mais flexível. Crianças e adolescentes conversam com seus pais sobre diversos assuntos. Mudou também a dinâmica de trabalho nas grandes empresas, que passam a esperar dos trabalhadores muito mais do que a simples repetição mecânica e individualizada de um gestual memorizado. A interatividade, a intercomunicação, o trabalho em equipe, a gestão em rede, a flexibilidade, a inventividade são conceitos incorporados à moderna gestão empresarial.
Claro que tanto alunos, quanto professores, não são mais os mesmos. Os jovens que hoje se dirigem às escolas de Ensino Médio não deixam na porta de casa as novas experiências de vida e os novos padrões de comportamento – ou a ausência de padrões. Muitos professores também não se conformam com um modelo pedagógico que exige passividade aos alunos e a fragmentação do currículo escolar e esforçam-se por romper as amarras às quais estão atados. E no entanto, o padrão de gestão do espaço e do tempo escolares segue sendo o mesmo.
A interdisciplinaridade como princípio pode estar presente mesmo na organização corriqueira de ritmo entrecortado – as incríveis horas de quarenta minutos que desafiam qualquer lógica natural. Para isso, o que importa é que os professores estejam conscientes do que fazem e de que participam de um mesmo projeto pedagógico. Para isso, é claro, é necessário que a escola tenha um projeto pedagógico explícito e consciente e não a mera repetição mecânica de velhas práticas.
Embora se possa fazer muita coisa nova e boa mesmo dentro das velhas estruturas, a adoção do princípio da flexibilidade na organização curricular pede um pouco mais de ambição, criatividade e ousadia no uso do tempo. E isso por diversas razões. Primeiro, porque nada assegura que sejam necessárias unidades de quarenta ou cinqüenta minutos para que a aprendizagem se dê. Ainda esta vez, é preciso superar a repetição. Dependendo do que esteja ocorrendo no processo de aprendizagem, cinquenta minutos podem significar muito, mas também podem significar pouco. Isto porque a concepção de aprendizagem com que estamos lidando não é mais aquela da simples transmissão e reprodução de informações. O que importava era a quantidade de informação, não a qualidade da formação. Se o que queremos é que o educando construa competências e conhecimentos significativos para sua vida social e se reconhecemos que a complexidade da vida social exige, por coerência, uma aprendizagem também complexa, não podemos abandonar a perspectiva de adotar novas práticas pedagógicas, como, por exemplo, o trabalho por projetos, que exige um planejamento flexível e não linear.
Claro que ninguém está pedindo para transformar o cotidiano da escola num verdadeiro caos que não se possa administrar. A mudança requer um planejamento e que este seja flexível para prever a possibilidade de se romper com a prática rotineira quando isto se fizer necessário, para o bem da aprendizagem dos alunos. Mas, para que isto ocorra, será preciso reinventar o ambiente e o trabalho escolar, deixando de lado para sempre a estagnação e o conservadorismo.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Os Alquimistas e a Alquimia
No "atraso" representado pelas idéias de Aristóteles inspirou-se a Alquimia. Já que havia uma matéria comum aos quatro elementos e que bastava mudá-la, começaram eles buscar a pedra filosofal, capaz de transformar qualquer metal em ouro, e o elixir da vida, que teria como propriedade a capacidade de tornar-nos imortais.
Os Alquimistas, desde o início da Era Cristã até o século XVII, com sua busca incansável para obter a pedra filosofal e o elixir da vida, um misto de ciência com muito misticismo, foram muito importantes para a química moderna. Foram eles que legaram à ciência moderna a descoberta de muitas substâncias, além de instrumentos de laboratório e algumas técnicas das quais se velaram cientistas do século XVII.
Eles deixaram receitas sobre obtenção de pólvora, de alguns ácidos, bases e sais, do álcool através da destilação do vinho. Supõe-se que os elementos arsênio, antimônio, bismuto, fósforo e zinco também foram obtidos por eles. Talvez os principais legados dos alquimistas sejam a técnica e a aparelhagem utilizadas. Eles desenvolveram destilações, cristalizações, aparelhos para refinar metais e obter ligas (metalurgia), enfim, foram os autores das práticas de laboratório.
A Química Moderna
Robert Boyle é considerado por muitos o iniciador da Química Moderna, em meados do século XVII. No período da química moderna, Boyle conseguiu obter o fósforo branco a partir da urina (o fósforo já tinha sido obtido por um alquimista que descrevera seu brilho e sua capacidade de inflamar). Foi a partir de uma série de experimentos que Boyle conseguiu repetir o feito do alquimista e reconhecer o fósforo como elemento.
Em decorrência da postura e dos procedimentos utilizados nas ciências, busca-se um aperfeiçoamento constante. A química, como qualquer ciência moderna, procura explicações através da construção de modelos para justificar fatos experimentais. Hoje, muitos cientistas consideram Lavoisier, que viveu no século XVIII, o grande iniciador da química experimental.

um pouquinho de química



"Professora, vamos para o laboratório??"

Quando pensamos em outro espaço, além da sala de aula, para as aulas de Ciências e Biologia, logo vem à lembrança um laboratório, cheio de animais em vidros, um esqueleto humano em algum canto e os alunos em bancadas dissecando algum animalzinho. Bem aquela imagem de filme americano. E essa imagem seria muito boa, se fosse a realidade da grande maioria das escolas brasileiras (Não falo aqui das escolas particulares, pois não tenho experiência nesse assunto nem como professora e muito menos como aluna. Não conheço mesmo).

As escolas públicas até têm um laboratório, mas os alunos nem sabem onde fica e, às vezes, nem os professores. Na escola que eu estudei grande parte da minha vida, havia um laboratório, com cobras em vidros e dois ou três
microscópios. Eu entrei lá uma vez. UMA vez. Fui ajudar uma professora de Ciências a buscar material lá, mas eu fiquei tão encantada com tudo aquilo, que nem lembro o que fui buscar.. =] Lembro que eu cheguei na sala de aula contando para os colegas tudo que eu tinha visto lá, como era legal e que eles nem sabiam da existência daquele lugar, para mim, mágico.

Mas eu estou aqui só falando de laboratório, laboratório e mais laboratório. O que eu queria falar (ou escrever), na verdade, é que não é preciso ter uma sala como aquela dos filmes para dar uma boa aula de Ciências ou Biologia. O pátio da escola é uma fonte maravilhosa de informação e conhecimento "científico":
árvores, terra, grama, insetos, pássaros, pessoas; tudo isso, com certeza, se encontra em um pátio de escola. Um parque perto da escola. Um rio (ou "arroio") da cidade. Um zoológico. Um herbário. O Jardim Botânico. As casas dos alunos. A estação de tratamento de água mais próxima. A zona rural da cidade. Enfim, qualquer lugar é lugar para construir conhecimento sobre a vida. Pois a Biologia nada mais é do que isso: entender a vida que vivemos e a vida que nos cerca.

E a minha experiência como aluna comprova: os professores mais legais são aqueles que fazem mais do que passar matéria no quadro. E isso é uma característica que não muda nos alunos, independente da época em que vivemos.


Ps: A foto é do Laboratório da Escola Técnica Libertato Salzano Vieira da Cunha, usado pelos alunos da UERGS, que era o meu caso. As aulas de química no laboratório eram as melhores, como dá para ver pela nossa animação na foto. =]














segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Últimas fotos, novo semestre




Faltaram as últimas fotos da turma do último semestre - 2008 -1.

Agosto 2008 - Nova turma: sejam bem vindos!