Aula no Laboratório de Informática - LIES - Faced - UFRGS - março 2010 - Um blog em construção...
Visita ao Museu da UFRGS - Exposição "Em casa, no universo".
No terceiro semestre de formação em biologia ouvi duas perguntas muito bem colocadas feitas para uma turma de 50 alunos, a primeira foi : “Quem de vocês acredita na evolução?” (50 braços se ergueram imediatamente), a segunda foi: “quantos de vocês já leram a Origem das Espécies?” (nenhum braço se ergueu). Me pergunto no que realmente se baseiam as nossas convicções. A bagagem teórica que precisamos ter para ir a favor de algo é (ou ao menos deveria ser) tão grande quando a que deveríamos ter para ir contra esse mesmo algo.
Foi feita uma pergunta durante a exposição que me fez pensar: “Alguém sabe o que é o criacionismo?”. Será que algum de nós está mesmo apto a responder a esta pergunta? Creio que a maioria de nós e da comunidade cientifica cairíamos na mesma armadilha, responderia convictos e tão cheios de si, como portadores de verdade quanto uma criança ao ser perguntada sobre quem são Michelangelo, Donatelo, Leonardo e Rafael.
Enquanto não abrirmos nossas mentes e nos dispormos a aprender uns com os outros ao invés de nos exaltarmos como donos da verdade, continuaremos aprendendo sobre a vida das Tartarugas Ninjas, sem nunca aprender nada com o renascentismo.
Em 1912 Alfred Weneger descobriu que os continentes migram, fantástico não é? Se pararmos para ler mitologia grega ou algum livro religioso (não me detendo a bíblia), ouviremos idéias semelhantes serem propostas a milênios antes (se não me engano a regra é que a publicação mais antiga que conta não é???). Não quero de forma alguma tirar o crédito de Weneger, o que quero é deixar claro que orgulho só atrapalha o aprendizado. O que eu quero expor é que se não pararmos para ouvir e aprender até com um criacionista, nunca conseguiremos aprender com um aluno, nunca reconheceremos que muitas vezes estamos sim errados, e os alunos estão certos sim. Apoiar ou criticar sem conhecer o objeto de estudo é uma grande armadilha.
Precisamos entender que qualquer um que busque conhecimento vai alcança-lo, negar isso é o cumulo da ignorância, e nos condenará inevitavelmente a sermos os primeiros a acender as tochas para queimar o próximo Galileu.
Simples, não existiria vida se ele não fosse da maneira que é (não que isso diga alguma coisa).
Enfim, toda a vida conhecida na terra esta sobre a influencia direta de dois astras principais, o sol e a lua. São estes astros que determinam o comportamento circadiano de cara organismos (atividades diferentes no claro ou escuro), é este astro (ao menos sua luz) que determina a produção de diversos hormônios, é ele que possibilita a produção de energia a base de gás carbônico e água e é ele que dá energia térmica para o planeta. Até mesmo nas águas mais profundas, onde nem ao menos a luz solar chega, os corpos celestes tem sua influência, porém representada pela lua que age afetando as marés e a posição dos diferentes organismos nos corpos d'água.
Vincent Van Gogh
A noite estrelada, 1889
Óleo sobre tela, 73x92 cm
Metropolitan Museum of Modern Art, Nova York
Na Coleção folha Grandes mestres da Pintura;1 encontram-se alguns comentários sobre fragmentos da obra A noite estrelada de Van Gogh. Destaco do texto, as questões sobre as estrelas, a lua e as espirais de luz:
“ As estrelas – definem-se por seu brilho. Van Gogh submergiu as estrelas num redemoinho de intensa luz, obtido com pinceladas amarelas e brancas. Assim, o pintor gerou a sensação de que as estrelas oscilam num firmamento tingido de azuis. [...] A lua – com a forma de um desproporcional e imperfeito quarto minguante de tom alaranjado, a lua surge fora de centro, em meio a um intenso resplendor, que se estende pela tela como ondas. É um artifício que transmite uma sensação de liquefação à tela. [...] As espirais de luz – como se fosse uma onda gigantesca ou uma terrível língua de fogo, este imponente elemento central cria uma sensação de vertigem sufocante e ameaçadora. Por meio dessas espirais repletas de traços luminosos, Van Gogh constrói uma representação estilizada da Via Láctea.”
Referência: Coleção Folha Grandes Mestres da pintura;1. Barueri,SP: Editorial Sol 90,2007.