segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A inconformidade é um ótimo fio para se tecer a educação.

Existem muitos conceitos de que a educação tenha mudado, de que o tempo tenha se encarregado disto. A meu ver modificaram-se os meios, as formas e os espaços.
A idéia de que os tempos mudaram e que a escola se engrandeceu só me é válida em dimensões. Todo aparato e problemas nos sistemas de ensino que temos são provenientes de um posicionamento antigo que simplesmente adaptou- se as demandas e aos discursos sócio-econômicos . As escolas são citadas como meios inclusivos __São realmente? __Lugares onde normalmente os bem-sucedidos ou seguidores fiéis de normas (nem um pouco permissivas) destacam-se e como conseqüência uma massa de alunos inconformada é desmotivada por não honrar uma cartilha. Estes não me parecem meios muito inclusivos.
No artigo de Hernández (Fernando), temos idéia das proporções de que métodos ou conceitos podem permanecer durante o tempo. O autor através de uma organizada linha de raciocínio mostra um espelho da paisagem que nos é tão cotidiana. Se já sabemos o que se passa e quais são seus resultados podemos abranger esse objeto de estudo o qual eu chamaria de escola retrógada. Um meio que enfatiza que todos têm que agir da mesma forma dos mesmos modos, ocupando os mesmos assentos, as mesmas posturas e compartilhando as mesmas exigências de talentos é um meio que pressiona, que diminui, que equipara e que apreende as capacidades de criação e desenvolvimento intelectual.
Afinal a inconformidade é um ótimo fio para se tecer a educação. Ao ler “O problema está na narrativa e na resistência em mudá-la.” sinto uma motivação enorme de transformar e quem sabe ver a escola como um espaço de aproveitamento de tempo de saberes e não como um de depósito de informações e de posicionamentos ( fechados para discussão).
O autor me mostrou que não é muito difícil enxergar o que se passa e dar ênfase ao que deve ser explorado. Será que partem daí novas sugestões para constituir um ensino libertador e abrangente?

Um comentário:

Luciana Paz disse...

OI Gabriela,
Quando tu falas em educação libertadora, a que tu de referes? A Paulo Freire?
Enquanto lia teus dois textos fiquei pensando se: o teatro em si se presta na construção de uma autonomia ou se é a forma de ensinar teatro que é mais determinante?