sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Sobre educação

Faz tempo que não postamos nada. Estive no Encontro Internacional de Educação. Tive decepções e felicidades. Decepções pelo descaso de algumas pessoas com respeito à educação. Felicidade em perceber o quanto, ao contrário do exemplo anterior, pessoas esforçadas modificam seus espaços escolares, avançam o tempo da educação e se mobilizam para construir uma sociedade mais justa e consciente de seus papéis.

A música a seguir sempre me ajuda a lembrar e ter coragem para cumprir o meu juramento de professora. Quando não funciona para isto, me ajuda a lembrar das coisas boas de um tempo passado, sem medo, colorido, cheio de sonhos, um tempo chamado infância. Tempo que
eu desejo que todos tenham a oportunidade de viver. Se não foi na idade "correta" que seja na vida adulta, mas que aconteça. A infância é um tempo de vida que deve ser preservado. As crianças precisam de educadores capazes de valorizar esse período e torná-lo cotidiano mesmo depois que a gente cresce. Deixo para vocês, no embalo de aquarela, um convite a sermos e fazermos infância, nos nossos futuros alunos e em nós mesmos.

http://www.laboratoriodedesenhos.com.br/aquarela.htm

domingo, 18 de novembro de 2007

Por falar em Terra ...

http://www.youtube.com/watch?v=c-66lZRtRkQ
http://www.youtube.com/watch?v=Ylgg-WPRHgg

Olá turma !

Para que todos conheçam e comentem qual dos dois vídeos são mais significativos.
Tem um que algumas imagens estereotipadas me encomandam mas os dois valem a pena de serem vistos. A música acho muito bela.
Esta canção foi muito pertinente quando Caetano estava em exílio ( Londres), quem souber de mais informações a esse respeito...por enquanto esta é minha referência poética musical para a nossa visita a Exposição Visões daTerra no Museu da UFRGS.

Abraços

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Entrevista

Alguem chegou a ler esta entrevisat nu site da copesul???

Confiram ai...

Rualdo Menegat
O geólogo Rualdo Menegat , professor do Departamento de Paleontologia e Estratigrafia do Instituto de Geociências da UFRGS, é o curador do projeto Visões da Terra – entre deuses e máquinas, qual o lugar da humanidade no mundo em que vivemos?, que será inaugurado em agosto, no Museu da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Menegat conversou com a equipe do site Copesul Cultural por e-mail e explicou um pouco mais da exposição que tem como objetivo apresentar as diferentes modalidades cognitivas que a humanidade desenvolveu ao longo da história.


1) Qual é o objetivo principal da exposição Visões da Terra – entre deuses e máquinas, qual o lugar da humanidade no mundo em que vivemos?
O objetivo principal é apresentar ao público as diferentes modalidades cognitivas que a humanidade desenvolveu ao longo da história para entender a Terra e o mundo em que vive. Por meio de catorze módulos, serão abordadas visões que vão desde o mito e as primeiras representações racionais elaboradas pelos gregos antigos até os mais modernos modelos científicos do planeta, feitos por supercomputadores e imagens de satélite. A exposição destina-se a efetuar um diálogo entre as visões, de modo que cada visitante possa elaborar a sua e entender o quanto é importante nos dias atuais termos uma visão da Terra para podermos pensar a sustentabilidade humana, já que somos mais de 6,5 bilhões de habitantes.

2) Como retratar, através de uma exposição, o lugar do homem no mundo?
A idéia de que a humanidade ainda vive dentro de uma natureza de forma ingênua não é mais válida. Trazemos em nossa memória cultural as histórias de nossos avós e bisavós, que viveram numa época em que eles adentravam nas matas e podiam ver antas, leões baios, cotias, capivaras e muitos pássaros. Hoje, mais da metade da população mundial vive em cidades, ou seja, somos mais de 3,5 bilhões de seres humanos urbanos. A relação da humanidade com a natureza dá-se hoje em outra escala, que é aquela das gigantescas cidades, como por exemplo, da megacidade que vai desde Berlim-Amsterdã até Paris-Londres. Nesse curto eixo, moram mais de cem milhões de pessoas. Além da impressionante aglomeração humana, as cidades constituem-se em complexos aparatos tecnológicos e industriais que diariamente consomem milhões de toneladas de materiais extraídos da natureza e devolvem milhões de toneladas de resíduos tóxicos e perigosos. Para mostrar essa nova condição humana que já não tem mais nada a ver com a cultura que herdamos de nossos avós, precisamos da ajuda da ciência e da tecnologia. Por meio de uma impressionante museografia científico-cultural, os visitantes terão acesso a visões do planeta que não são cotidianas, mas que importam para que cada um desenvolva noções de escala e, portanto, possa entender de forma mais realista o lugar da humanidade no mundo em que vivemos. Essa visão científica contemporânea será contrastada com outros tipos de visões, como aquelas do renascimento, quando foi pensada a primeira viagem científica ao centro da Terra, ou quando foi descoberto que o planeta era muito mais antigo do que a idade descrita pelos contos bíblicos. Essas abordagens, embora historicamente datadas, também fazem parte do esforço cognitivo humano para entender o mundo e ainda são, portanto, presentes. Isso porque cada um de nós como indivíduo também passa pelas mesmas fases cognitivas que a humanidade desenvolveu. Na tenra infância temos um tipo de cognição que se aproxima do mito, onde não diferenciamos o eu do mundo. Também em algum momento tivemos dificuldade de entender como é possível caminhar numa Terra esférica sem cair dela. Ou de como se formam vulcões e terremotos. Assim, por meio de técnicas museográficas , vamos reviver os grandes momentos cognitivos da história humana e, ao mesmo tempo, dialogar com os visitantes e suas visões de mundo, que dependem do estágio cognitivo em que se encontram.

3) Quais são os eixos que norteiam o projeto?
Ajudar os cidadãos e cidadãs a construírem uma visão de mundo atual, que possa dialogar com os grandes problemas contemporâneos, como o gigantismo da humanidade urbana, a exaustão incessante dos bens naturais e as mudanças climáticas são eixos norteadores do projeto. Como os cidadãos podem acreditar que a humanidade tem capacidade de alterar a atmosfera se a imaginam como um imenso e infinito colchão de ar sobre suas cabeças? Teremos maior efetividade em mostrar como a humanidade se equiparou a uma força natural quando visualizamos uma imagem da Terra obtida no espaço exibindo a atmosfera como uma película delgadíssima. A exposição, portanto, pretende ser um espaço de discussão de idéias sobre a cognição do mundo. Ela não pretende apresentar uma visão pronta, mas dialogar as formas que temos de perceber o planeta. Isso porque sabemos que, quando tratamos de visões de mundo, cada indivíduo, cada cultura, cada religião tem um ponto de partida diferenciado. A questão atual é saber como podemos convergir esses pontos de vista para que possamos construir uma cultura comum de sustentabilidade planetária. A exposição tem essa ambição: criar um espaço de diálogo transdisciplinar e transcultural, do qual a ciência faz parte.

4) Há alguma relação entre este projeto e o Homem-natureza: cultura, biodiversidade e sustentabilidade, realizado no ano passado em mais uma parceria entre a Copesul e a UFRGS?
A relação que existe é a de que ambos discutem a sustentabilidade, ou seja, colocam uma finalidade para o conhecimento científico para além do atavismo tecnológico. Como sabemos, cada área científica, cada cultura tem um ponto de partida para abordar o problema da sustentabilidade. A bela exposição Homem-natureza abordou o tema sob o importante ponto de vista da biosfera e, de modo mais particular, da botânica. A exposição Visões da Terra aborda a sustentabilidade de um ponto de vista do planeta e suas esferas, desde as mais profundas, como o núcleo e o manto, até as mais superficiais, como a hidrosfera e a atmosfera, de sorte a localizar a biosfera e, nela, a poderosa urbe-tecnosfera, constituída pela cidade-múndi. Além disso, essa visão atual da Terra como sistema de esferas que interagem é colocada dentro de uma perspectiva histórica, epistemológica e cognitiva, de sorte a gerar interfaces interdisciplinares e dialogar profundamente com todas as visões. Assim, esperamos que as visões geológicas da Terra possam ajudar na construção de uma cultura da sustentabilidade.

apenas visões da terra...

Apenas para apreciar as diferentes visões da terra...