sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Maneira mais eficaz que jah conheci de atravessar as fronteiras do ensino...

Camila
Parabens pela sua postagem (Devaneios teatrais)!
Muito boa! Vc eh uma pensadora, critica. Isso e muito bom!
Fiquei pensando sobre esse seu trecho:"Questiono o sistema de ensino, afinal o conhecimento, em minha opinião, não se dá (apenas) através de livros, teorias, fórmulas, resenhas... E sim de vivência, de experiência"
Lembrei me que conheci uma historia de alguem que usou o metodo da experiencia, que vc citou, para se ensinar.Um certo homem, um professor, tinha algo muito importante a ensinar. Este homem usou o metodo de andar junto, comer junto, viver as experiencias juntos e com elas, ensinar seus alunos. Ele teve um numero reduzido de alunos: doze. Um destes, se perdeu no meio do aprendizado, e nao "concluiu o curso". Mas os outros onze aprenderam, e muito bem, pois com os ensinamentos que receberam, influenciaram 1/3 de toda a humanidade, ou seja, 2 bilhoes de pessoas. 11 pessoas aprenderam e com estes ensinamentos ensinaram da mesma forma e este conhecimento chegou a estas bilhoes de pessoas.
Este homem, um judeu, eh Jesus de Nazare e esses 11 alunos sao seus discipulos que levaram estes ensinos (o evangelho - que siginifica "Boas Novas" - ) e hoje, 2 bilhoes de pessoas declaram seguir este evangelho.
O assunto em pauta nao eh a religiao, mas a forma de ensino. Jesus teve tres anos e meio para ensinar aqueles homens. E funcionou. Ele andava junto com eles, no frio e no calor do deserto. Na terra ou no mar eles estavam juntos. (Meio poetico, nao eh? rsrs) Mas a questao, penso eu, eh como fazer um ensino desta forma nos dias de hoje? Como "andar" com os alunos e te los perto de si todo o tempo? Este e um questionamento que nao tenho a resposta... Alias, por isso eu postei este comentario... Para que reflitamos neste metodo de ensino, que se mostrou extremamente eficaz, e como poderiamos aproveitar disso algo utilizavel para atravessar os espacos e tempo da educacao pohs moderna de hoje.
Um abraco pessoal!
Claudio Britto

Olha a musica denovo aih gente... rsrsrs

(Pessoal, meu teclado continua desconfigurado... eh que eu estou no computador do quartel... rsrsrs)
Anelise e Betina, concordo com vcs que ser criativo nao eh algo que se aprende em um sala de quatro paredes (nem de cinco ou seis, como disse a Camila... rsrsr). Creio que podemos aprender tecnicas sim, mas o "ser criativo" eh algo muito pessoal (e especial). Envolve preparo, vontade, compromisso com a educacao e os alunos; E ainda vou mais alem: Amor! quando ha amor pelo que se faz, nao sao medidas as dificuldades que existirao para fazer o instruendo aprender (ou como diria Piaget (se nao estou enganado) "Acomodar a informacao". Lembrei me da minha professora que uma vez comprou chocolate em barra e fez o show do milhao na classe, com direito a palanque, musica e tudo mais. Eu fui o participante e quando ganhei a barra de chocolate (um milhao) a professora me perguntou se eu ficaria com um milhao sozinho... resultado: dividi o chocolate com todo mundo... rsrsrs. Ela gastou 5 reais para o chocolate e investiu tempo pensando, e principalmente o amor que ela tinha por ensinar, a fez atravessar as fronteiras do "normal" e foi alem, deu algo mais! Quando decidirmos ser criativos, as dificuldades nao serao barreiras, as barreiras nao serao intransponiveis, os muros intransponiveis, nao serao para nos, e faremos diferenca nesse mundo. Em sintese, creio que ser criativo eh amar o que se faz e para quem se faz.
Um abraco pessoal!
Esse Blog estah muito legal!
Claudio Britto

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Qual seria o tempo e o espaço nas séries iniciais do ensino fundamental?
Seria também o tempo e o espaço para o lúdico, para as piadas, para as brincadeiras preferidas, para os horários flexíveis combinados entre alunos e professor(es)?
Talvez não seja a hora do tempo e o espaço da Educação Infantil permear o tempo e o espaço do Ensino fundamental?

Tempo e Espaço no Esporte


Como a idéia da disciplina é realizar um trabalho interdisciplinar tentarei falar um pouco da minha opinião e da minha área de atuação, Educação Física, em relação ao tempo e espaço.
Para mim o tempo e espaço são construções do homem para poder organizar a sua vida em sociedade de acordo com as evoluções. Acredito que estas construções tenham uma significativa importância para nossas vidas. Por exemplo, a criação de um calendário ou mesmo de um instrumento que "conte" esse tempo criado pelo homem tem uma grande importância na questão do trabalho, pois é uma maneira de organizar a carga de trabalho realizada por um trabalhador.
Na questão da Educação Física o tempo e o espaço aparecem em todos os momentos, principalmente na questão do esporte de rendimento. Atletas precisam percorrer distâncias no menor tempo possível, como numa prova de atletismo de 100m rasos para poder vencer. Assim, como já comentei acima esta é uma construção do homem. No esporte só quem aparece é o melhor, o campeão, aquele que consegue bater as barreiras do espaço e do tempo. Levando em consideração uma partida de futebol, basquete e outros desse tipo o tempo e espaço também tem grande importância. Tanto nas regras do jogo como na relação com atuação e treinamento de uma equipe e posterior vitória ou derrota.
Quanto a Educação Física Escolar o tempo e espaço também estão, permanentemente, atuantes. As aulas possuem um tempo (2 perídos de 50 minutos, por exemplo) e um epaço onde será realizada (como uma quadra de handebol, por exemplo) e também todas as questões do Esporte Moderno influenciam na maneira, no conteúdo, na percepção e interesse dos alunos. Os alunos podem passar a se interessar por um esporte que esta em evidência na mídia, um exemplo é quando Gustavo Kuerten, o Guga, venceu vários torneios de tênis. Isto influenciou várias crianças a quererm praticar este esporte.
Sendo assim, reafirmo tudo que já foi comentado aqui. Tempo e Espaço são construções do próprio homem! Esta é apenas a minha opinião e também estará sendo construida e modificada de acordo com o andamento, as leituras, as discussões e as opiniões de colegas desta disciplina.

Eu tb consegui!!!

Beeee!!!
Eu consegui!!!

Espaços para a filosofia

Com a nova lei da obrigatoriedade de filosofia no ensino medio, essa disciplina vem sendo resgatada. Por nao "cair no vestibular", a filosofia foi por muito tempo colocada a margem das disciplinas oferecidas nas escolas. Acredito que a filosofia pode se muito aproveitada nas questoes cotidianas, pincipalmente na area da etica, que é a minha preferida. Esperopoder inculcar nos meus alunos questoes morais e fazer com que eles reflitam sobre suas atitudes, seus desejos, suas motivaçoes, enfim, de maneira a melhorar sua convivencia em uma sociedade mais etica.

Aleluia!!!

Consegui entraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaar!!!! Me pronunciarei em breve, aguardem...rsrsrsrsrs
TUDO O QUE EU PRECISO SABER APRENDI NO JARDIM DE INFANCIA
Tudo o que eu preciso saber sobre a vida, o que fazer e como ser, eu aprendi no Jardim de Infância.
A sabedoria não estava no topo da montanha de conhecimento que é a faculdade, mas sim, no alto do monte de areia do Jardim de Infância.
Essas são algumas coisas que eu aprendi:
Dividir tudo.
Ser justo.
Não machucar ninguém.
Colocar as coisas de volta no lugar de onde foram tiradas.
Arrumar a própria bagunça.
Nunca pegar o que não é seu.
Pedir desculpas sempre que magoar alguém.
Lavar as mãos antes das refeições.
Dar descarga.
Leite com bolachas fazem bem para a nossa saúde.
Viver uma vida balanceada: aprender um pouco, desenhar um pouco, pintar um pouco, cantar um pouco, dançar um pouco, brincar um pouco e trabalhar um pouco todos os dias.
Tirar uma soneca todas as tardes.
Quando sair na rua olhar: os carros, dar as mãos e ficar junto.
Lembra daquela sementinha de feijão no potinho de Danone? As raízes crescem para cima e ninguém sabe com certeza como ou por que, mas todos nós somos exatamente como ela.
Peixinhos, passarinhos, gatinhos e cachorrinhos e até mesmo a sementinha de feijão no potinho de Danone - todos morrem - assim como nós.
E então lembre dos livros de Chapéuzinho Vermelho e das primeiras palavras que você aprendeu.
As maiores de todas: Mamãe e Papai.
Tudo o que você precisa saber está lá em algum lugar.
Regras sobre a vida, o amor, saneamento básico, ecologia, política, igualdade e fraternidade.
Pegue qualquer um desses termos e extrapole para sofisticadas palavras da linguagem adulta e então aplique em sua vida familiar, trabalho, governo ou mundo, e tudo continua firme e verdadeiro.
Pense como o mundo seria melhor se todos nós - o mundo inteiro tomássemos leite com bolachas as três horas da tarde, todas as tardes e depois, deitássemos com nossos travesseiros no sofá da sala para uma soneca.
Ou então, se todos os governos tivessem como política básica sempre colocar as coisas de volta no lugar de onde foram tiradas e também sempre arrumar suas próprias bagunças.
E continua verdade, não importa sua idade, quando sair para o mundo dê as mãos e fique junto.

Tempo? Tempos...

A relatividade do tempo e descrever o tempo como único sem possibilidades de sua flexão já é uma idéia não tão concreta e precisa. A construção do tempo relógio, foi criada por Galileu, pela necessidade de medir com exatidão o instante que as bolas caiam da torre de Piza até o choque com o chão. Ele colocou em evidência em seu experimento, se a massa interferia na velocidade de queda, e por essa razão teve de encontrar uma maneira linear de controlar o momento em que as esferas eram lançadas ao solo. Em suas tentativas utilizou o seu próprio pulso cardíaco, no qual, controlava quantos batimentos eram dados no momento da queda. Não houve felicidade nessa situação, pois o pulso oscila, uma vez que, ele subia e descia a torre para pegar as esferas no chão e recoloca-las no ponto de partida. Com o exercício físico feito, o sangue necessita ser bombeado mais rapidamente dessa forma acelerando seu pulso, e assim não conseguia comparar seus experimentos pelos diferentes resultados apresentados. Por esse problema Galileu criou um relógio por pêndulos, no qual cada cada oscilação significa 1 segundo.

http://www.youtube.com/watch?v=4DOoZ90_pZY


Com os estudos dos astros e a comprovação do heliocentrismo, as medições de horas, dias e anos ocidentais foram agregadas aos segundos lineares de Galileu. A construção do tempo e de sua mediação cientificista foi aderida e cultura, principalmente ocidental, e integrada a sociedade. O único tempo, e apenas ele, foram autenticados com sua precisão e certeza. idéias modernistas refletidas até hoje, pela rigidez e pontualidade. Sistemas de produção, como Fordismo, Toyotismo -Just in time-, foram criados e desenvolvidos por essa noção de tempo. Sem sombra de dúvida é uma idéia, do ponto de vista de produção muito interessante, porém, não leva em consideração o tempo biológico e muito menos o tempo de ocorrência de processos naturais. Não a toa, que o homem para manter essa linearidade, teve de conseguir manipular (de maneira alguma o homem domina a natureza) ou prever situações naturais. Muitas sociedades foram insustentáveis e, continuam sendo, pelo ímpeto frenético, pela necessidade de manutenção de um tempo linear, o que acabaram por declinar, ou até, serem extintas da história. Já hoje, mostrado por inúmeras evidências, como por exemplo depleção de recursos essenciais ao homem, que os tempos que o mercado humano impõe não apresenta pontos de equilibração.
Isso sugere que estamos nos movendo em diferentes marchas de tempo.
Albert Einstein relativizou a situações de tempo, em seu exemplo clássico de que 5 minutos na fila do mercado podem parecer uma eternidade, 1 hora de um grande concerto pode ser rápido como um piscar de olhos. Nos vídeos que seguem os links abaixo existem duas situações de tempo, uma de tempo celular e outra de tempo geológico.

http://br.youtube.com/watch?v=Pj9cdVeIntY (Divisão da célula - mitose / Replicação do ADN/DNA)

O tempo celular não é nada mais que alguns segundos...

http://www.youtube.com/watch?v=CFCP8l0vNTU (Deriva continental)

O tempo geológico não é nada mais do que alguns milhões de anos...


O tempo além de se configurar como uma bolha de sabão, em um exemplo bem biológico como um nicho, também existem maneiras de visualiza-los tendo em vista as diferentes ciências, artes ou culturas. Existem tribos africanas ( a qual não lembro o nome...) que jamais planejam seus futuros e que não tem nenhum instrumento de medição, fora os astros. O presente é o único tempo que se pensa, ou se faz qualquer atividade, não existe visão, ou projeção para nenhum futuro.

Atravessando fronteiras

Para a maioria dos alunos, a quimica é considerada uma matéria dificil e abstrata. Porém ela é uma das disciplinas mais presente e em nosso cotidiano.
Não so a quimica, mas como outras matérias como teatro, filosofia, sociologia, que a maioria dos alunos acha desnecessárias no ensino escolar precisam ser mais levadas a serio pelos os alunos.

Tempo e espaço na química

A química é considerada pela maioria dos alunos como uma matéria chata e cansativa, sendo somente decorada pelos alunos. Essa situação ocorre porque os professores não só da química mas também de outras matérias, estão condicionados a darem sempre a mesma aula, a mesma metodologia, não podendo inovarem, ou seja, dar uma aula um pouco diferente e mais interessante;tudo isso ocorre porque existe uma resistência dentro da própria escola, entre os outros professores em aceitar uma nova maneira de ensinar. Isso é muito ruim para os alunos, pois se pudessemos inovar a nossa maneira de dar aula, o ensino de química se tornaria muito mais interessante e menos desgastante para eles.

Pro dia nascer feliz?



Trailer do filme "Pro dia nascer feliz" de João Jardim. Quais os tempos e espaços da escola?

Espaços, tempos, poesia



Experiência na Escola da Ponte em Portugal - A poesia e a literatura podem trazer outras possibilidades de espaço e tempo para a escola?

http://br.youtube.com/watch?v=6Qb03m0fIOE

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Musica Atravessando Fronteiras...

(perdoem-me, meu teclado esta desconfigurado. ou seja, estou sem acentos...)

Resumidamente, quero contar sobre um homem chamado Pierre Dulaine, que foi e e uma prova viva de alguem que usou a musica e a danca para atravessar as fronteiras, espacos e tempos na educacao de jovens americanos.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Pierre Dulaine, é o nome da pessoa que nos tempos de hoje resolveu mover suas próprias mãos para tentar reintegrar pessoas pobres, negras e da periferia, e principalmente aqueles que tinham aulas de recuperação (Detention Class).
Pierre resolve fazer sua parte, e tenta reintegrar os rejeitados de uma escola dando aulas de dança para uma classe de alunos rebeldes onde o único estilo de dança que conheciam eram o street, e o único som que chegava em seus ouvidos era o rap.
Esse homem (Pierre Dulaine) se encontra vivo, e propagando seus métodos em milhares de escolas do exterior. O que ele ensina vai além da dança, os jovens que ele ensina saem se sentindo bem consigo mesmos, e vendo o mundo como um mar de possibilidades e não como um futuro perdido.
Para mais informações, assista ao filme "Vem Dançar (Take the Lead)", com Antonio Banderas

Dulaine e um exemplo de educador. Investiu tempo, dinheiro, seu emocional e aparentemente nao ganhou nada em troca (pelo ponto de vista capitalista). Ele se doou para que jovens marginalizados pela sociedade tivessem acesso a informacoes diferentes das quais receberam em toda sua vida.
As aulas eram em um galpao velho, onde estes jovens estavam por se encontrarem "de castigo". Certamente, aquele nao era o local mais apropriado para se ensinar danca de salao. Os alunos, ouvintes de hip hop e street music tambem nao eram os mais indicados para receberem aquelas aulas. Enfim, Dulaine quebrou todos os grilhoes do "deveria ser assim" ou "mas sempre foi feito desta forma..." e fez sua historia. Claro que encontrou oposicao, pois sabemos que ao sugerir inovacoes, certamente o grupo do "nao inventa!" se posicionara contra. Mas ele foi ate o fim, e o resultado foi mais que ensina-los a dancar, foi ve-los cidadaos mais felizes e mais informados (ou alguns ate diriam "com mais cultura")
Pierre e um exemplo de como usar a musica para atravessar as fronteiras da educacao. Ele nos mostrou como nao e facil, mas recompensante, ser criativo para acrescentar algo na vida de pessoas que serao, ou melhor, que ja sao cidadaos que podem mudar a historia de nossa nacao.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Espaço e tempo como categorias narratológicas

Conceituo espaço e tempo a partir da narratologia, área de estudo (dentro da literatura) que se preocupa por estudar às diferentes narrativas. Busquei os conceitos de um livro que usava pra estudos de literatura que se chama “Dicionário de Narratologia”, de Carlos Reis e Ana Cristina M. Lopes. Escrevi bem curtinho pra que não fique muito chato.

A narratologia preocupada por categorizar os elementos de uma narrativa (que nada mais seria do que as história contadas, escritas ou não, que conhecemos) a separa em várias em categorias. Dentre elas temos o tempo e o espaço que tento descrever bem sucinto aí em baixo.

O tempo da história é aquele que se refere ao tempo cronológico, à sucessão de acontecimentos em uma história ao passo que o tempo psicológico seria aquele menos rígido, já que se refere à personagem, ou seja, as suas experiências: é subjetivo. Esse tempo subjetivo influencia diretamente ou outro (da história), pois pode transformá-lo e redimensioná-lo a partir das vivências da personagem.

O espaço está diretamente ligado à categoria tempo e refere-se objetivamente ao cenário em que se desenvolve a história. Mas o conceito de espaço se amplia também aos espaços social, em que se descrevem os ambientes capazes de ilustrar uma determinada sociedade; e psicológico, no qual os comportamentos ou ainda a mente são os cenários capazes de mostrar às vivências da personagem.

Tempo e espaço na filosofia

Para o filósofo Locke, todo nosso conhecimento vem das nossas sensações. Através da experiência, criamos idéias das coisas e a partir daí construímos o nosso conhecimento. Da mesma maneira acontece com a idéia de tempo e espaço.
Adquirimos a idéia de espaço tanto pela nossa visão como pelo tato. Considerando o espaço apenas como um comprimento entre dois seres qualquer, sem considerar nenhuma outra coisa entre eles, tem-se o que se designa por distância. Cada distância diferente é uma modificação diferente no espaço. Por isso, certos comprimentos fixos, tais como, polegada, jardas, milha, diâmetro da Terra, são idéias formadas a partir da idéia de espaço.
Há outro tipo de distância, ou comprimento, cuja idéia não apreendemos das partes permanentes do espaço, mas das passageiras. Denominamos isso duração, ou seja, os modos simples como comportam quaisquer comprimentos diferentes dela e cujas idéias distintas são horas, dias, anos, etc., tempo e eternidade.
Para entender tempo e eternidade corretamente, devemos considerar com atenção a idéia que temos da duração e como a obtemos. Para quem observa o que se passa em sua própria mente enquanto estiver acordado, é evidente a constatação de uma seqüência de idéias que se sucedem constantemente em seu entendimento. A reflexão acerca do aparecimento de umas idéias depois de outras em nossas mentes ocasiona em nos a idéia de sucessão, sendo a distância entre quaisquer partes dessa sucessão ou entre o aparecimento de duas idéias quaisquer em nossas mentes denominada duração.
A partir dessas constatações, podemos concluir que:
- Primeiro, observando como as idéias em nossas mentes revelam-se em constante seqüência, umas desaparecendo e outras começando a aparecer, adquirimos a idéia de sucessão;
- Segundo, observando a distância existente nas partes dessa sucessão, apreendemos a idéia de duração;
- Terceiro, observando pela sensação certas manifestações, em certos períodos regulares e aparentemente eqüidistantes, apreendemos as idéias de determinados comprimentos ou medidas de duração, como minutos, horas, dias, anos, etc.
- Quarto, considerando qualquer parte da duração infinita, demonstrada por medidas periódicas, apreendemos a idéia disso que denominamos tempo em geral.


Catiuscia Machado

Tempo e espaço na química

A sociedade inspirada pela industrialização e progresso investe em “fabricar” indivíduos que lhes sejam úteis e produtivos, dessa forma, a instituição escolar, dentre outras instituições, assume um tempo “evolutivo”, tempo este relacionado ao tempo social que ao perceber a sociedade como em constante evolução, vê no indivíduo e na sua “boa educação” o meio pelo qual será possível conquistar o progresso da sociedade.
È isso que percebo na escola,e particularmente no ensino de química no ensino médio, uma preocupação em atender às necessidades da sociedade, o tempo determina o que deve ser estudado e para que deve ser estudado, ou seja, é um ensino voltado para o vestibular.Fico imaginando como seria produtivo e muito mais interessante , se o aluno tivesse noções de química nas séries iniciais do ensino fundamental, e nisso se encaixaria o espaço, a química é aplicada no ensino médio de forma abstrata, teorias, átomos, orbitais, o que sugere que um ensino de química mais qualificado exige laboratórios e grandes investimentos, dando a impressão de que estamos falando de outro mundo. Aqui vejo a possibilidade de inserir a química nas séries iniciais, ou seja, perceber a química, no espaço cotidiano, por exemplo, na preparação dos alimentos, no shampoo que usamos, nas reações do corpo humano...........dessa forma, o aluno não “cairia de paraquedas”, na química científica do ensino médio.
“Não estamos condenados a continuarmos a ser e a fazer o que os outros foram e fizeram em nossas vidas e espaços de trabalho. Cabe compreender que podemos inventar uma outra forma, um outro jeito de ser aluno e professor.”

Juliana Alba

Tempos e espaços no teatro

Segundo o dicionário Aurélio:
tem.po sm. 1. A sucessão dos anos, dias, horas, etc., que envolve a noção do presente, passado e futuro. 2. Momento ou ocasião apropriada par que alguma coisa se realize. 3. Época, estação. 4. As condições meteorológicas. 5 gram. Flexão indicativa do momento a que se refere a ação ou o estado verbal. 6. mus. Cada uma das partes, em andamento, diferentes, em que se dividem certas peças.

es.pa.ço sm. 1. Distância entre dois pontos, ou a área ou o volume entre limites determinados. 2. Lugar mais ou menos bem delimitado, cuja área pode conter alguma coisa. 3. Extensão indefinida. 4. O universo. 5. Período ou intervalo de tempo. 6. Em texto escrito ou impresso, o claro que constitui a separação entre as palavras e, às vezes, entre as letras de uma palavra; branco.

No teatro, tempo e espaço estão intrinsecamente relacionados, pois há a necessidade de um tempo e um espaço para que se torne possível a criação de um trabalho. Esta relação acontece cotidianamente, pois se necessita de um “lugar mais ou menos bem delimitado” onde possam acontecer os estudos de texto (ou a criação de um), bem como os ensaios e outras atividades (como, por exemplo, a pesquisa) que o grupo de teatro se propuser a realizar , desde que este espaço permita, dentro do tempo disponível, acontecer.
O tempo está relacionado com todas as fases da concepção teatral. Ele se faz presente na época (tempo cronológico) em que o texto a ser ensaiado acontece e na leitura que fazemos dele, no tempo de duração (horas, minutos) que a peça terá para ser apresentada, na “sucessão dos dias, horas,” semanas em que a peça será trabalhada, ensaiada. Haverá, também um tempo – data e hora – e um espaço – lugar – onde tudo será apresentado. O tempo e o espaço, tornam-se, aqui, relativos, pois se modelam de acordo com cada grupo, com cada peça, com cada criação que pode acontecer.
Para o teatro, tempo e espaço estão articulados na peça a ser (re)criada e nos ensaios que a prepararão para o público. Acontecem a todo o momento antes, durante e depois de uma apresentação e, para que não se perca tempo ou espaço, existe a necessidade de muito trabalho individual e coletivo, para que todos reconheçam no outro e encontrem o seu – e o de sua personagem – tempo e espaço dentro de cada pequena área do palco ou das coxias, dentro de cada segundo de emoção que exigirem as palavras, gestos e atitudes dos personagens e das histórias, dentro e fora de si mesmos.



SILVIA DEBASTIANI RENNÓ DA SILVA

Devaneios teatrais sobre os tempos e espaços escolares...

Acho que a idéia de tempos e espaços escolares não está muito clara para mim. Durante os últimos dias pensei muito no assunto, mas não sei se cheguei às conclusões que pretendia.
Sinto que tenho muitas perguntas sem resposta e talvez algumas respostas sem concretas perguntas.

Vivemos em uma era onde tudo é informação. A cada minuto uma infinidade de novidades chegam até nós. A internet torna-se a mediadora entre você e o mundo. Tudo está ao nosso alcance, a cada dia “mais coisas nos passam e menos coisas nos ficam”. Pouco se absorve das centenas ou milhares de informações, imagens, conteúdos... Que nos passam diariamente, nossa memória abre mão de algumas informações para dar lugar a outras novas.
Cada vez mais temos menos tempo para experimentar as coisas, afinal é muita coisa para aprender em pouco tempo.
Corremos contra o tempo. Lembro-me perfeitamente dos meus professores dizendo que tinham de correr atrás do conteúdo, senão não conseguiriam dar toda a matéria em apenas um ano. Ou quando um professor explicava uma matéria e no outro dia realizava uma prova. Ou quando passávamos de ano e um professor tinha de dar alguma matéria atrasada para poder ensinar um próximo conteúdo. Sem falar que em todos os anos precisávamos de uma revisão para recomeçar as aulas, pois já não lembrávamos de absolutamente nada.
O ensino médio era a prova concreta de que o tempo não parava, de que tínhamos muito conteúdo a aprender, sem falar que em breve precisaríamos provar tudo o que sabíamos afinal o vestibular estava chegando. Nesse momento tudo valia: musiquinha, macete, fórmulas, decoreba... Tudo para passar na avaliação.
Sinto que houve uma grande preocupação com a nossa aprovação no concurso, mas pouco se preocuparam em analisar se estávamos realmente aprendendo alguma coisa.


Informação X Tempo

+ Informação - Tempo


Nos meus tempos de escola (o que não faz muito tempo) eu me sentia uma caixinha vazia prestes a receber uma tonelada de informações. O peso era tanto que aos poucos eu as fui deixando pelo caminho. Pouca coisa eu recordo com clareza, muitas faço força para lembrar.
Pergunto-me de que isso adianta? Será que essa é a melhor forma de aprender? E de ensinar? Será que estamos realmente aprendendo? Quais são os nossos objetivos quando entramos em uma sala de aula como alunos e como futuros educadores? Continuaremos reproduzindo o modelo educacional atual? Ou iremos transgredir estes limites para que possamos realmente ensinar fazendo uso de diferentes instrumentos e métodos de ensino?

Questiono o sistema de ensino, afinal o conhecimento, em minha opinião, não se dá (apenas) através de livros, teorias, fórmulas, resenhas... E sim de vivência, de experiência.
Aprendemos com o outro, aprendemos vivendo, descobrindo, procurando, aprendemos com as nossas experiências de vida.
O conhecimento não está fixo no ambiente escolar, ele também se dá em ambientes não escolares, em ambientes formais e não formais.
Aos poucos nosso sistema educacional está se transformando, novas portas estão se abrindo, novas visões estão sendo consideradas e novas teorias estão sendo debatidas.
Pequenas inovações estão modificando nossas formas de aprender. O próprio EAD (educação à distância) está quebrando com as fronteiras que temos culturalmente estabelecidas como instituição de ensino. É uma nova forma de pensar educação, uma forma de quebrar com o nosso modelo educacional tradicional e ultrapassado.
Certa vez em uma plenária no departamento de Arte Dramática uma professora chegou com a proposta de ensinar teatro à distância. Fiquei muito tempo refletindo sobre isso. Se no teatro enfatizamos o coletivo, o aprender com o outro, o ouvir o outro, o representar, o improvisar, o jogar; como isso poderia ser feito à distância.
Lembro-me de algumas sugestões dadas por professores: “Podemos marcar encontros bimestrais.”. “Mas ai não poderemos mais cobrar as faltas dos alunos do departamento, ninguém poderá rodar por FF.”, “O contato é imprescindível no teatro! Não temos como ensinar à distância”. “Então o curso à distância será absolutamente teórico!”. Neste momento todos acataram a idéia. O departamento iria disponibilizar a comunidade o curso teórico de teatro à distância.
Pergunto-me: Qual seria a utilidade deste curso? Ele habilitaria profissionais para lecionarem em escolas? E como ficam os elementos chave do fazer teatral? Haveria outra saída para esta situação? Como ensinar teatro desta forma?
Por tantas dúvidas e dificuldades o projeto, pelo que me parece, não foi aceito.

Acredito que as artes teriam muito a acrescentar e a contribuir para a educação, pena que ela não receba o devido valor.
Segundo o PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) o ensino de arte, o que compreende Artes Visuais, Teatro, Dança e Música é obrigatório o currículo escolar. Porém, na prática isso não ocorre.
Através do ensino de educação artística conquistamos um modesto lugar no ambiente escolar, mas devido à desvalorização da arte diante das demais matérias do currículo escolar não conseguimos transgredir nossas barreiras.

Quanto ao ensino do teatro nosso sistema é absolutamente displicente. Pouquíssimas escolas têm acesso à arte teatral e destas poucas possuem profissionais qualificados para desempenhar esta função.
O que ocorre é uma grande desvalorização do fazer teatral, muitas vezes comparado e confundido com recreação.
Pensam que Teatro é mero divertimento sem aprendizado e reflexão, ou seja, uma disciplina absolutamente dispensável e que é capaz de ser ensinada por qualquer pessoa que tenha experiência com crianças ou adolescentes.
Quando comecei a dar aulas passei por situações bastante complicadas com uma turma de crianças de 08 a 12 anos. Inúmeros jogos e atividades por mim sugeridas no decorrer das aulas eram desrespeitadas e/ou criticadas pelos alunos. Embora eles sentissem vontade de participar, de brincar, de experimentar, não queriam jogar, pois tinham como referência que brincadeira era coisa de criança e que eles já estavam ficando grandes e tinham que estudar. Uma vez me perguntaram quando é que iríamos aprender sobre teatro, pois no seu raciocínio brincar, jogar, observar, coletivo, espontaneidade, criatividade... Não é aprender, e sim pura diversão, e isso não é algo que se deva fazer na escola.
Se temos hora para brincar e hora para estudar, por que estamos brincando e jogando na escola? Algo não fechava na cabecinha deles, e com razão. Cresceram ouvindo isso, a cada vez mais cedo estas cobranças estão sendo feitas.
Estudos, responsabilidade, maturidade para encarar o mercado te trabalho. Nosso ensino é reflexo da nossa sociedade. Não ensinamos para formar cidadãos, pessoas inteligentes, cultas... Ensinamos para formar novos advogados, médicos, dentistas, arquitetos e engenheiros, ensinamos para suprir nossas demandas de profissionais.
Formamos milhares de profissionais incapazes de lidar com pessoas, de trabalhar em grupo. Pessoas cada vez menos criativas e espontâneas. Pessoas cada vez mais alienadas na sua área, neste mundo fragmentado e subdividido refletido também na escola na divisão das matérias e na dificuldade interdisciplinar.

Acredito que as artes possuem a cura para muitos vícios de nossa sociedade, mas para que esta transformação seja possível precisamos conquistar nosso espaço na escola e na sociedade, como artistas e como educadores, pois para que a arte reflita de uma forma geral na educação e a educação na arte.
Enquanto artistas estamos conseguindo atravessar as fronteiras do tempo e do espaço, mas quanto a educação penso que temos um longo caminho pela frente, embora já tenhamos uma sensibilidade e um olhar diferenciado sobre o ensino que talvez falte a outras áreas, ainda temos que nos articular, refletir e principalmente agir para conquistar o nosso espaço no sistema de educação.

“Todos são capazes de atuar, de jogar, de improvisar. Aprendemos através da experiência, e ninguém ensina nada a ninguém.”

Viola Spolin - Improvisação para o teatro.

“Na performance do ser os acontecimentos são mais fortes do que nós porque são se ego e acontecem na relação, no circuito e não no isolamento. Basta pensar que o que de importante acontece conosco não é quando estamos sozinhos. Dividir presença e emoção assim como no teatro é acontecimento de risco e volúpia vivido pela relação do ator com o espectador.”
Jean Gilbert




“A fonte primária de toda atividade educativa está nas atividades instintivas e impulsivas da criança, e não na apresentação e aplicação de material externo, seja através de idéias de outros ou através dos sentidos; e, conseqüentemente, inúmeras atividades espontâneas das crianças, jogos, brincadeiras, mímicas... são passíveis de uso educacional e não apenas isso, são as pedras fundamentais dos métodos educacionais.”

Richard Courtney


“A experiência, a possibilidade de que algo nos passe ou nos aconteça ou nos toque, requer um gesto de interrupção, um gesto que é quase impossível nos tempos que correm: requer parar para pensar, para olhar, parar para pensar, pensar mais devagar, olhar mais devagar e escutar mais devagar; parar para sentir, sentir mais devagar, demorar-se nos detalhes, suspender a opinião, suspender o juízo, suspender a vontade, suspender o automatismo da ação, cultivar a atenção e a delicadeza, abrir os olhos e os ouvidos, falar sobre o que nos acontece, aprender a lentidão, escutar aos outros, cultivar a arte do encontro, calar muito, ter paciência e dar-se tempo e espaço.”

Jorge Larrosa – Linguagem e educação depois de Babel.



LEI 939496 – 20/12/1996
Led Ed. Nac


Art 26 – Os currículos do Ensino. Fundamental e médio devem ter uma base nacional comum a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura e da economia.

Parágrafo 2 – O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos.

Camila Galarza

A escola entre o passado e o futuro

Há tempo me questiono sobre o tempo-espaço escolar que vivenciei e vivencio enquanto aluna e futura professora das séries iniciais.
Questiono, sobretudo, as práticas eternizadas ao longo de décadas, tais como:
-aluno não escolhe seu(s) professor, mas escolhe o médico, o lugar onde mora, a profissão que irá exercer e até onde deseja trabalhar;
-as classes nas salas de aula são individuais, porém as da sala dos professores predispõe o trabalho em grupo;
-as turmas são organizadas nos gabinetes e de acordo com o ciclo e a idade do aluno, não permitindo um arranjo por grupo de interesses, ou por afinidades cognitivas e/ou por heterogeneidade de idade;
-os horários das disciplinas são determinados pelos professores e inflexíveis para os alunos;
-a escola foi feita para os alunos, contudo as decisões e organizações dos espaços e tempos escolares não passam por nós (alunos), devemos apenas aceitar e acatar;
-pregasse a busca pelo conhecimento, porém as diversas fontes de informação (sala de audiovisual, biblioteca, laboratório de informática e/ou ciência) não se encontram nas salas, mas em lugares compartimentados, isolados e extremamente controlados;
-a escola supervaloriza o conhecimento lógico-matemático e a língua escrita, enquanto subestima as outras linguagens de expressão, mas nos “deliciamos” com um comercial, com um jogo, com um filme, um espetáculo, um quadro, uma música;
-etc.
Levanto estas questões porque penso que devemos parar um instante e repensarmos a Escola sobre o que ela representa, qual sua finalidade, o que ela entende por Educação, que tipo de cidadão ela quer formar e para qual sociedade e de que maneira poderá executar as novas propostas.
Enfim, compreendo que chegou o momento de reinventarmos a Escola, de mudarmos o espaço e o tempo escolar, de torná-lo gerador de cultura e não apenas de aprendizagem de conteúdos.

Flávia Teixeira

Tempo e Espaço nas Artes Visuais

Sem um contexto determinado transformamos frases, editamos vídeos e imagens e construímos novos significados para aquilo que já tem uma autoria. Alguém escreveu, pintou, fotografou, filmou, programou ou colou e outro sujeito se apropriou com diversos fins da sua criação.
Até aí tudo bem; pois ( como dizem)... na natureza nada se cria tudo se transforma, e nós complementamos: nada se cria tudo se copia. Logo, eu me apropriarei de versos de alguns artistas que complementam meu cotidiano, com seus versos e dizeres que não pude deixar de relacionar com o ato de pensar o ensino e o viver do ser professor, ou apenas o viver de alguém crítico. Por exemplo ao ouvir
Vitor Ramil, A ilusão da casa

As imagens descem como folhas
No chão da sala
Folhas que o luar acende
Folhas que o vento espalha

Eu plantado no alto em mim
Contemplo a ilusão da casa
As imagens descem como folhas
Enquanto falo


As imagens: memórias e lembranças ou ainda esse amontoado de informações que nos cercam nesse mundo tão concorrido, tão disputado,tão vendido. Sim, são essas imagens da mídia, do dia a dia: do outdoor, da propaganda de cerveja do boteco, da vendedora de perfume, do lingerie, da televisão. Onde eu não me encontro mesmo nessas imagens. Considero a ilusão da casa, a ilusão de nós mesmos, rodeados de tantos apelos visuais. E as artes plásticas?
Artes visuais o que é isso se tanta imagem está por aí a nos dizer tanto que nem queremos mais saber e ao mesmo tempo buscamos mais um click, mais um download. As imagens descem como folhas, as imagens ocupam todos os espaços, cada vez mais, e em tempo
muito rápido.

Eu sei
O tempo é o meu lugar
O tempo é minha casa
A casa é onde quero estar
Eu sei

As imagens se acumulam
Rolam no pó da sala
São pequenas folhas secas
Folhas de pura prata


Se o tempo é o meu lugar, esse tempo é um espaço. Um espaço intrínseco, o tempo de cada um e não deve ser o mesmo. O meu tempo é a minha casa e é onde eu quero estar logo, não estou na minha casa e possivelmente não estou no meu tempo. A rapidez com que as coisas perdem a graça e saem de moda ou das manchetes de jornais e revistas , esse tempo, de rapidez acompanha a criação artística, acompanha a arte contemporânea e sempre inquietou os artistas. Tempo é todo instante e Espaço são todos os lugares possíveis de se criar.

As imagens enchem tudo
Vivem do ar da sala
São montanhas secas
São montanhas enluaradas

Eu plantado no alto em mim

Contemplo a ilusão da casa
As imagens enchem tudo
Vivem enquanto falo


Na sala de aula muitos vão viver e falar enquanto falamos. As imagens e ilusões preenchem a nós e a eles: nossos alunos. Por isso é importante, mesmo, pensarmos o nosso tempo e nosso espaço; bem como o espaço de nossa disciplina que iremos trabalhar e oferecer a diferentes turmas: diferentes espaços e tempos.
Quem vai parar para desenhar? Quem vai parar para ler uma imagem? Qual o tempo para se observar as cores? Qual o tempo dado a se pensar o que é arte?
Esse é o tempo das Artes Visuais, esse é um pouco do cotidiano da escola. Pequenas e diversas atividades rotuladas para cada disciplina. Acredito que o mais importante é deixar de lado os rótulos e sim conseguir seduzir os alunos da mesma maneira como fomos seduzidos a cursar a nossa graduação em determinada área.

Eu sei
O tempo é o meu lugar
O tempo é minha casa
A casa é onde quero estar
Eu sei


Aula de artes: um tempo para se olhar, para se criar e pensar nas diferentes formas de resolver um problema. Problema este gráfico, concreto em três dimensões, ou bidimensional. Problema este como uma pergunta filosófica? É o espaço em que se tem para não errar; afinal não temos certo nem errado. Temos diferentes olhares, diferentes repostas para cada vez mais perguntas.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Tempos e espaços escolares



School of thought, Georges Deem




Para começar a pensar:

Quais os tempos e espaços da escola? Que outros tempos e narrativas podem ser pensados?